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A Espia do Oriente

por Magda L Pais, em 30.04.17

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A Espia do Oriente de Nuno Nepomuceno
Freelancer - Livro II
ISBN: 9789897061479
Editado em 2015 pela Top Books
 
Sinopse

Dubai, Emirados Árabes Unidos.
De férias na região, um investigador norte-americano é raptado do hotel onde se encontrava instalado. Uma nova pista sobre um antigo projecto de manipulação genética é descoberta e a Dark Star, uma organização terrorista internacional, está decidida a utilizar os conhecimentos deste cientista para ganhar vantagem.
Contudo, de regresso à Europa, uma das suas operacionais resolve trair o sindicato do crime e oferece-se para trabalhar como agente dupla ao serviço da inteligência britânica. O mistério adensa-se quando esta mulher, de nome de código China Girl, impõe como única condição colaborar com André Marques-Smith, o director do Gabinete de Informação e Imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros português e espião ocasional.
Obrigados a trabalhar juntos para evitarem um atentado a uma importante líder europeia, uma atmosfera tensa, de suspeição e desconfiança, instala-se de imediato entre os dois. Mas que segredos esconderá esta mulher, cujo próprio nome é uma incógnita? Serão as suas intenções autênticas? Será o espião português capaz de resistir à sua invulgar e exótica beleza?
Vencedor do Prémio Literário Note! 2012, Nuno Nepomuceno regressa com A Espia do Oriente, o segundo livro da série Freelancer. Por entre os cenários reais de Budapeste, Berlim, Londres, Courchevel, Dubai e Lisboa, o autor transporta-nos para um mundo de mentiras, complexas relações interpessoais, e reviravoltas imprevisíveis. Uma reflexão profunda sobre os valores tradicionais portugueses, contraposta com a sua já habitual narrativa intimista e sofisticada, e que vai muito além do tradicional romance de espionagem.

A minha opinião

Comprei este livro em desespero. Era o único que me dizia alguma coisa dos que estavam numa livraria a que recorri depois de passar umas horas valentes no hospital à espera que o marido fizesse um exame. Tinha começado - e acabado - o segundo volume d'O Herói das Eras e ainda me esperavam umas horitas de espera por isso, quando sai para almoçar, comprei A Espia do Oriente.

Juntou-se, portanto, a minha curiosidade para ler Nuno Nepomuceno - uma vez que já tinha lido várias opiniões bastante positivas, sendo que a classificação do Goodreads até é bastante boa (4,23) - à minha necessidade de arranjar um livro para ler.

Tenho, obrigatoriamente, de dividir esta opinião em duas partes. Primeiro a história, a trama do livro que, a meu ver, é bastante interessante (apesar deste ser o segundo livro consegue-se ler de forma independente dos restantes), com surpresas e volte-faces q.b.. Se tivesse que avaliar apenas a história daria um 3,5 a caminho do 4 (num máximo de 5).

No entanto a escrita é, quanto a mim, demasiado rebuscada e pouco interessante. Frases excessivamente curtas intercalam-se com frases muito curtas tendo, pelo meio, frases curtas. Alguns flashsback das personagens estão misturadas com os acontecimentos actuais, nem sempre se percebendo que são memórias e confundindo o leitor. Demasiados adjectivos em frases demasiado curtas. Demasiadas figuras de estilo que tornam a leitura pouco fluída e pouco interessante.

Contudo, e reconheço-o, nota-se, ao longo do livro, um desenvolvimento positivo na escrita do autor, tornando-se menos cansativa, o que me permitiu lê-lo até ao fim.

Confesso que os últimos acontecimentos do livro me deixaram curiosa sobre o terceiro livro. Mas não sei ainda se a curiosidade será suficiente para o ler...

(leia aqui as primeiras páginas)

Obrigada Pelas Recordações

por Magda L Pais, em 20.04.17

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Obrigada Pelas Recordações de Cecelia Ahern

ISBN: 9789722344562

Editado em 2010 pela Editorial Presença

Sinopse

Quando Joyce Conway acorda no hospital depois de uma queda grave, sabe que a sua vida nunca mais será a mesma. Não só perdeu o filho que carregava no ventre, como se apercebe que o seu casamento chegou a um beco sem saída. Mas estas não são as únicas consequências. Joyce simplesmente já não é a mesma pessoa. De repente disserta sobre arte e arquitectura europeias, tem hábitos alimentares completamente diferentes, fala sobre ruas parisienses onde nunca esteve… e cruza-se amiúde com um homem a quem sente que está estranhamente ligada…

A minha opinião

Comecei este livro com algumas reservas, confesso, atendendo à classificação no Goodreads e às opiniões que ia lendo por ai. Não coloquei a leitura logo de parte porque, salvo raras excepções, gosto de experimentar antes de dizer que não gosto.

Este livro assenta numa premissa completamente inverosímil. Joyce recebe uma transfusão de sangue e, a partir dai, as suas recordações e o seu comportamento mudam por completo. De vegetariana convicta passa a comer carne com satisfação, começa a falar três línguas diferentes e começa a perceber de arte e monumentos. Justin, o professor de arte e curador dum museu, obrigado a dar sangue (confesso que percebo perfeitamente o medo de agulhas que ele tem) sente uma ligação estranha com Joyce, com quem se começa a cruzar constantemente.

Bom, não sendo um livro de fantasia, esta ideia do conhecimento e das memórias se transmitirem por uma doação de sangue e de que haja uma ligação entre ambos é extraordinariamente estapafúrdia. Mas pronto, deixemos isso de parte e foquemos no resto.

Não é, de todo, uma obra de arte da literatura, nem sequer é um livro memorável. É um livro mediano, com uma história razoável e que tem alguns momentos hilariantes que nos são proporcionados pelo pai de Joyce. Lê-se bem, desde que não tenhamos as expectativas demasiado elevadas, pelo que creio que não foi tempo totalmente perdido.

 

(leia aqui as primeiras páginas)

O Assassino

por Magda L Pais, em 19.04.17

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Tenho mesmo mesmo de partilhar convosco esta novidade.

Aqui há uns anos, andava a minha piolha na quarta classe (sim, sim, eu sei que agora se diz o quarto ano mas para mim será sempre a quarta classe), comprei o livro Aprendiz de Assassino por recomendação do meu cunhado. Ambas, eu e a minha Maggie, devoramos aquele livro assim como os seguintes, tendo apenas parado de ler quando o 10º volume, Os Dragões do Assassino chegou ao fim. 

Despedimo-nos de Fitz, o Catalisador, um manhoso treinado como assassino a mando do Rei, filho bastardo do Herdeiro, capaz de se unir a um animal - psicologicamente - ganhando, com isso, a capacidade de falar com esse animal (no caso de Fitz, um lobo) e de usar as capacidades do animal. Despedimo-nos também de Moli e de todas as personagens por quem acabamos por ganhar um carinho especial. Deixaram saudades, claro, até porque, por onze livros, nos fizeram companhia. 

(num aparte, quando adoptamos a Bunny, se ela fosse um macho, ter-se-ia chamado Fitz, tal era o nosso grau de paixão por estes livros)

E pois que, quatro anos depois de termos lido estes livros, dos quais me lembro quase perfeitamente, a Saída de Emergência decide matar-me do coração e editar O Assassino do Bobo deixando-me desejosa que estas semanas passem depressa e que este livro esteja prontinho para ser devorado lido. Aliás, já tiveram inicio as intrincadas negociações entre mim e a minha filha para decidirmos quem será a primeira a ter o prazer de o ler (fazendo, claramente, parte desse acordo que, quem for a primeira irá irritar ao máximo a segunda a ler, com spoilers).

Portanto, meus caros, se não conhecem esta saga, ainda estão a tempo de a conhecer. Aproveitem que vale a pena. 

A Mulher do Viajante no Tempo

por Magda L Pais, em 16.04.17

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A Mulher do Viajante no Tempo de Audrey Niffenegger

ISBN: 9789722332743

Editado em 2010 pela Editorial Presença

Sinopse:

Audrey Niffenegger estreia-se na ficção com um primeiro romance absolutamente prodigioso. Revelando uma concepção inovadora do fenómeno da viagem temporal, cria um enredo intrigante e arrebatador, que alia com magistralidade a riqueza emocional a um apurado sentido do suspense. Este livro é, antes de mais, uma celebração do poder do amor sobre a tirania inflexível do tempo. Para Henry, essa inexorabilidade assume contornos estranhamente inusitados: ele é prisioneiro do tempo, mas não como o comum dos mortais. Cronos preparou-lhe uma armadilha caprichosa que o faz viajar a seu bel-prazer, para uma data e um local inesperados, onde aparece completamente desprovido de roupa ou de outros bens materiais. A Clare, sua mulher e seu grande amor, resta o papel de Penélope, de uma Penélope eternamente reiterada a cada nova partida de Henry para onde ela não pode segui-lo. Quando Clare e Henry se encontram pela primeira vez, ela é uma jovem estudante de artes plásticas de vinte anos e ele um intrépido bibliotecário de vinte e oito. Clare já o conhecia desde os seis anos… Henry acabava de a conhecer… Estranho?! Poderia parecer, não fosse a mestria de Audrey para tecer os fios do tempo com uma espantosa clareza. Intenso e fascinante, "A Mulher do Viajante no Tempo" é um livro inesquecível pela qualidade das reflexões que provoca, pela sensibilidade com que nos retrata a luta pela sobrevivência do amor no oceano alteroso do tempo. Na orla desse oceano, perscrutando o horizonte, ficará sempre Clare, à espera de um regresso anunciado…

A minha opinião

Foi talvez há 3 ou 4 anos. Estava com um ataque de renite alérgica que não me deixava em paz e a minha Bunny estava num dia mais agitado que o normal e eu, que não conseguia ler por causa da renite, peguei nela ao colo e sentei-me no sofá para a acalmar enquanto via qualquer coisa na televisão. Calhou passar por um qualquer canal e estar a começar um filme que me chamou a atenção pelo titulo: A Mulher do Viajante no Tempo. E eu, que nem sou muito de filmes, fiquei presa ao ecran. Um excelente filme, pensei eu, sem me lembrar de ir ver se havia ou não o livro.

Nunca mais pensei nisto até que a Célia falou no livro. E não pensei em mais nada senão em te-lo nas mãos para o poder ler.

Terminei ontem e não me desiludiu, antes pelo contrário.

A história de Clare e de Henry é-nos contada a duas vozes, numa espécie de diário que ambos mantém. A autora tem sempre o cuidado de dizer a data e a idade de cada um dos protagonistas, de modo a que nos possamos situar. E aos poucos conhecendo a vida de Clare que, aos 6 anos, conhece aquele que virá a ser o seu marido, apesar de Henry apenas a conhecer aos 28 anos. Henry é um viajante no tempo que nunca sabe quando viajará ou para onde, apenas sabe que viaja e que, quando chega ao destino, está nu e que não pode levar nada com ele, nem roupas nem próteses, nem dinheiro.

Sendo que Henry consegue viajar para o passado ou para o futuro - ainda que sejam apenas umas horas em cada sentido - poder-se-ia pensar que a trama se tornaria confusa ou que haveria pontas que ficassem soltas. Se há, confesso que não as encontrei (nem no filme nem no livro), havendo apenas um detalhe que poderia ser explicado de outra forma para não se ficar a pensar nele (confesso que talvez já quase no fim do livro é que encontrei a justificação para o que se passou, não porque estive lá expressa a explicação mas porque me fazia confusão que Henry não pudesse escolher para que tempo viajava mas que, a determinada altura, com um determinado acontecimento, parece-se que ele tinha escolhido a que tempo ir. Confusos? leiam que depois eu explico).

A Mulher do Viajante no Tempo é, não só um livro obrigatório mas - e acreditem que é raro eu dizer isto - também um filme a ver. Confiem em mim e vão ver que não se arrependem.

 

As Três Vidas

por Magda L Pais, em 10.04.17

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As Três Vidas de João Tordo

ISBN: 9789722049542

Editado em 2012 pela Dom Quixote

Sinopse

Que segredos rodeiam a vida de António Augusto Millhouse Pascal, um velho senhor que se esconde do mundo num casarão de província, acompanhado de três netos insolentes, um jardineiro soturno e um rol de clientes tão abastados e influentes como perigosos e loucos?

São estes mistérios que o narrador - um rapaz de família modesta - procurará desvendar durante mais de um quarto de século, não podendo adivinhar que o emprego que lhe é oferecido por aquela estranha personagem se irá transformar numa obsessão que acabará por consumir a sua própria vida.

Passando pelo Alentejo, por Lisboa e por Nova Iorque em plenos anos oitenta - época de todas as ganâncias - e cruzando a história sangrenta do século XX com a das personagens, As Três Vidas é, simultaneamente, uma viagem de autodescoberta através do «outro» e a história da paixão do narrador por Camila, a neta mais velha de Millhouse Pascal, e do destino secreto que a aguarda; que estará, tal como o do avô, inexoravelmente ligado à sorte de um mundo que ameaça, a qualquer momento, resvalar da corda bamba em que se sustém.

A minha opinião

2017 está a ser um ano de uma excelente colheita literária e este livro é "apenas" mais um excelente livro que me veio parar as mãos por um acaso simples.

Nunca tinha lido qualquer livro de João Tordo e, confesso, nem tinha muita curiosidade. Foi preciso meterem-me o livro na mão e imporem-me: lê! E eu li.

“O que foi verdade e o que é, inevitavelmente, ficcionado, devido aos limites da memória, não importa – em última análise, a própria realidade é objecto de ficção. O mais importante é libertar-me dos fantasmas, pois acarreto com as sombras de todas as coisas a que não tive coragem para colocar um fim. Isso reflecte-se, sobretudo, nos meus sonhos: ao contrário da crença habitual, não me parece que os sonhos sejam o espelho dos nossos desejos; cá para mim, acho que os sonhos são o espelho dos nossos horrores, dos nossos piores medos, da vida que poderíamos ter tido se, numa altura ou noutra, não fôssemos incomensuravelmente cobardes.”

Sem nunca percebermos o nome do narrador, acompanhamos a sua vida pelo período de 25 anos, num expurgar de culpas pelo seu passado quando, jovem e sem experiência, começou a trabalhar para sustentar a mãe e a irmã de quem se acaba por afastar fruto desse mesmo trabalho.

João Tordo consegue misturar o passado e o presente, a história do narrador e do seu misterioso patrão de uma forma credível e bastante interessante, conseguindo prender-nos da primeira à última página, resolvendo uns mistérios aqui, criando outros ali, numa complexidade que, ao mesmo tempo, se torna simples. Um livro de memórias muito descritivas e que nos deixa - ou pelo menos me deixou - com muita vontade de ler mais de João Tordo.

 

(leia aqui as primeiras páginas)

 

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