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Marcadores de livros

por Magda L Pais, em 25.01.16

Uma das resoluções de Ano Novo para leitores era deixar de usar papelinhos, recibos e afins para marcar os livros e que arranjar um marcador de livros bonito e que não se perca com facilidade

Na verdade, nos últimos anos tenho usado um marcador diferente, que comprei na FNAC. Um elástico com um boneco. Prendia as folhas e não saia do lugar. Muito prático. Irritava-me um bocado o boneco – grande, com uns botões nos olhos – mas o benefício era bem maior que a irritação e a coisa ia correndo.

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Mas já estavam velhinhos e muito usados e, quando a Just que me disse que precisava de cumprir esta resolução, eu pensei logo – vou-lhe fazer a surpresa e compro um para mim e outro para ela. Só que, quando cheguei à loja disseram-me que já não havia nenhum e que nem sequer sabiam quando iam ter.

Fiquei desiludida. E agora? Como é que eu ia marcar os meus preciosos livros?

Foi a Just que encontrou a solução. No ebay. Estes marcadores de silicone que são lindíssimos e que, ainda por cima, resolvem a minha embirrice com o boneco.

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Porque ler não é só pegar no livro. É também mima-lo (e, ao mesmo tempo, mimar-nos a nós próprios). Ora digam lá que não ficam bem em qualquer livro? E até os posso combinar com a cor da capa…

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O Inverno do Mundo

por Magda L Pais, em 25.01.16

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O Inverno do Mundo de Ken Follett

Trilogia O Século - Livro 2

Editor: Editorial Presença

ISBN: 9789722348768

Lido em 2014 

Sinopse

Depois do extraordinário êxito de repercussão internacional alcançado pelo primeiro livro desta trilogia, A Queda dos Gigantes, retomamos a história no ponto onde a deixámos. A segunda geração das cinco famílias cujas vidas acompanhámos no primeiro volume assume pouco a pouco o protagonismo, a par de figuras históricas e no contexto das situações reais, desde a ascensão do Terceiro Reich, através da Guerra Civil de Espanha, durante a luta feroz entre os Aliados e as potências do Eixo, o Holocausto, o começo da era atómica inaugurada em Hiroxima e Nagasáqui, até ao início da Guerra Fria. Como no volume anterior, a totalidade do quadro é-nos oferecido como um vasto fresco que evolui a um ritmo de complexidade sempre crescente.

A minha opinião

Ken Follett, mais uma vez, não me desiludiu (já nem o espero deste autor).

Neste volume (e que volume, são 832 páginas), continuamos a acompanhar as mesmas 5 famílias, os Williams da Escócia, os ingleses Fitzherberts, os Von Ulrich da Alemanha e Áustria, os russos Peshkov e os americanos Dewar, mas os personagens do primeiro livro começam, aos poucos, a dar lugar aos seus filhos.

É difícil falar neste livro sem levantar mais um pouco do véu do primeiro, mas prometo que vou tentar.

Estamos em 1933 e a Alemanha, por ter perdido a primeira guerra, está a passar por muitas dificuldades económicas. Hitler apresenta os seus planos para tornar a Alemanha o centro do mundo e começa a ganhar apoiantes.

No parlamento, Hitler consegue convencer (a mal) os deputados a assinar a Lei da Concessão de Plenos Poderes, que acaba por abrir a porta a todas as atrocidades cometidas pelos Nazis antes e durante a segunda guerra mundial. Carla Von Ulrich e muitos outros alemães conseguem ter uma visão clara do que será a Alemanha com Hitler no poder, mas outros, como Erick Von Ulrich tornam-se, aos poucos, fervorosos apoiantes dos nazis e nem a morte de familiares e amigos, após uma sessão de tortura da Gestapo, os fazem mudar.

É pelas mãos de Carla, em Berlim e de Erick nos palcos de guerra, que acompanhamos a ascensão e queda de Hitler e as brutalidades cometidas pelo regime Nazi fora dos campos de concentração. Na verdade, em momento algum deste livro, “entramos” num campo de concentração - o que, quando a mim, não é importante, essa triste parte da segunda guerra mundial já foi tão explorada que, quando, neste livro em concreto, se fala no regime nazi, inconscientemente, associamos logo aos campos de concentração.

Na Rússia, e através de  Volódia Peshkov, acompanhamos o crescimento do regime comunista, a ditadura de Estaline, e o inicio do fim da liberdade de expressão. Confesso que, em alguns momentos, tive vontade de bater quer a Volódia, quer a outros russos, próximos de Estaline que, apesar de terem os dados todos à sua frente, todas as informações correctas e confirmadas várias vezes e, ainda assim, não acreditaram que era possível a Alemanha invadir a Rússia, levando a que milhares de soldados morressem nessa guerra.

Na América, encontramos mais dois irmãos que nos vão levar numa viagem pelo tempo. Chuck Dewar prefere entrar para a Marinha a seguir a carreira diplomática que a família esperava. É com Chuck que estamos quando acontece o ataque japonês a Pearl Harbour que vai ditar a entrada da América na segunda guerra mundial. Woody Dewar segue as pisadas do pai, Gus, tentando, ao máximo, que a Liga das Nações (actual ONU) saia do papel.

Na Inglaterra o fascismo começa a querer a aparecer, havendo, inclusivamente, uma tentativa de marcha de apoio que, rapidamente, é impedida pelos ingleses de classes mais baixas - em maior número e, seguramente, mais organizados. Em Espanha a guerra já estalou e muitos ingleses oferecem-se como voluntários. Infelizmente - e mais uma vez - a desorganização e a falta de formação dos superiores - leva centenas de soldados a caminhar para a morte.

Já vai longa a crítica, como foi longo o livro. Não querendo levantar mais o véu sobre o seu conteúdo, resta-me dizer que esta leitura é quase um mergulhar, de cabeça, nos anos de 1933 a 1949. Literalmente. Qualquer um dos personagens fictícios do livro está nos lugares chaves, onde aconteceu alguma coisa de relevante - no parlamento alemão aquando da eleição de Hitler, nos bombardeamentos de Londres, a criação da bomba atómica, a criação do Plano Marshal e a sua aplicação, a eleição e a derrota de Churchil, a criação da rede de espiões da Rússia, etc. Nunca fui uma aluna excelente a história, é verdade, mas gosto destes romances que misturam a realidade com a ficção e que nos permitem aprender mais um pouco sobre o passado, como forma de entendermos o presente.

Este livro termina com Berlim, ainda sem o muro, mas dividida em duas - uma parte controlada pelos Russos, que mantêm a brutalidade e a forma de agir dos nazis, que eles próprios combateram; e a outra parte, controlada pelos restantes aliados, onde a prosperidade começa a notar-se. 

Mais uma vez, e tal como no primeiro volume, Ken Follett teve o cuidado de conciliar as personagens reais com as fictícias em situações que, efectivamente, aconteceram ou tiveram uma grande probabilidade de acontecer. Há quem alegue que seria quase impossível que estas famílias se cruzassem, eu entendo que não, afinal vivemos numa Aldeia Global.

Se bem que, no fim de cada um destes volumes da trilogia (o primeiro e o segundo), não há pontas soltas, ou seja, todas as histórias tem um fim, podendo, por isso, cada um deles ser lido individualmente, eu confesso que estava ansiosa por iniciar o terceiro e último volume desta trilogia - no limiar da eternidade. Já o comecei, em breve falarei dele.



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