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Por quarenta dias falou-se aqui desta paixão que se chama livros. Por quarenta dias, eu, a M*, The Daily Miacis, Mula, Miss F, Marciano, Alexandra, JP, Drama Queen, Fatia Mor, CM, Nathy, MJ, Just, Ana Rita Garcia M., Tea, Carla B., Neurótika Webb, Noqe, Caracol, Morena, asminhasquixotadas e Kikas partilhamos esta nossa paixão pela leitura e pelos livros.
Houve quem desistisse a meio, quem desaparecesse e quem avisasse que teria de desistir. Nada disso importa, o importante foi mesmo esta partilha, foi descobrir pessoas que gostam dos mesmos livros que nós, outras que lêem menos e outras que lêem mais. Foi curioso, muito curioso, encontrar o mesmo livro referenciado várias vezes, nuns blogs pela positiva, noutros pela negativa, o que me fez refletir, ainda mais, no quanto os gostos pessoais podem ser variados.
Este desafio obrigou-me a percorrer as minhas estantes em busca de respostas que nem sempre foram fáceis e, muitas vezes, me pareceram repetitivas. Foi uma forma diferente de me recordar do que já tinha lido, o que tinha gostado, odiado e amado. Porque é possível amar, odiar e viver nos livros, nos mundos que eles criam só para nós, mundos e universos diferentes para cada um dos leitores porque cada um que pega num livro leva, consigo, a bagagem dos livros já lidos e lê-o à sua forma e à sua medida.
Tentei sempre que houvesse um livro ou um escritor de resposta e nem sempre foi possível indicar só um (e sim, eu sei, fiz batota muitas vezes)
Quando, a quatro de Janeiro, lançamos o desafio, nem eu nem a M* nem M.J. ou Just ou a Nathy pensamos que tanta gente se juntasse a nós. E também não pensamos que, mais tarde, outros pegassem na nossa ideia e lhe dessem continuidade. Estavamos enganadas. A captain e a Mia são as nossas sucessoras (e sucessoras de peso, direi eu), por isso a paixão continua. Agora nos blogs delas onde, de certeza, irei buscar mais ideias de livros para ler.
Porque esta paixão, a dos livros, a da leitura, nunca acaba.
Estas foram as perguntas a que respondemos. Sirvam-se e respondam também. Aceitem este desafio. Acreditem que, apesar do esforço que vai ser encontrar as respostas, vai ser muito gratificante. Para mim foi.
Mataram a Cotovia de Harper Lee
Editado em 2012 pela Relógio D'Água
Sinopse:
Situado em Maycomb, uma pequena cidade imaginária do Alabama, durante a Grande Depressão, o romance de Harper Lee, vencedor do Prémio Pulitzer, em 1961, fala-nos do crescimento de uma rapariga numa sociedade racista.
Scout, a protagonista rebelde e irónica, é criada com o irmão, Jem, pelo seu pai viúvo, Atticus Finch. Ele é um advogado que lhes fala como se fossem capazes de entender as suas ideias, encorajando-os a reflectirem, em vez de se deixarem arrastar pela ignorância e o preconceito. Atticus vive de acordo com as suas convicções. É então que uma acusação de violação de uma jovem branca é lançada contra Tom Robinson, um dos habitantes negros da cidade. Atticus concorda em defendê-lo, oferecendo uma interpretação plausível das provas e preparando-se para resistir à intimidação dos que desejam resolver o caso através do linchamento. Quando a histeria aumenta, Tom é condenado e Bob Ewell, o acusador, tenta punir o advogado de um modo brutal. Entretanto, os seus dois filhos e um amigo encenam em miniatura o seu próprio drama de medos, centrado em Boo Radley, uma lenda local que vive em reclusão numa casa vizinha.
A minha opinião
Juro que não foi de propósito nem sequer programado. Mas a verdade é que combinei com a Miss F iniciar a leitura deste livro num determinado dia e fomos, ambas, surpreendidas, com a notícia da morte da autora no mesmo dia.
(assim num pequeno aparte, li pouco tempo antes tinha acabdo de ler o livro Confissões de um Jovem Escritor de Umberto Eco, falecido no mesmo dia o que me levou a pensar em ler livros apenas de autores já mortos não fosse ser alguma maldição desconhecida).
Jean Louise "Scout" Finch é a narradora, uma criança que nos mostra, ao longo de três anos, como se vivia em Maycomb (no Alabama), na altura da Grande Depressão e numa sociedade conservadora, preconceitosa e racista - mas que se afirmava exactamente ao contrário.
Scout é filha de Atticus, um conceituado advogado que quer que os seus filhos pensem por si próprios, tirando as suas conclusões dos factos e não que tomem, como suas, as ideias dos outros. É com o pai que Scout e o seu irmão Jem aprendem que:
Em primeiro lugar (...) se tu conseguires aprender uma coisa bastante simples, vais ver que te darás melhor com todo o tipo de pessoas.
Nunca conseguirás compreender totalmente uma pessoa se não vires as coisas do seu ponto de vista (...) se não fores capaz de te colocar na pele dessa pessoa e aí permaneceres um bocado.
Pelas recordações de Scout viajamos pelas férias de verão, pelos primeiros dias de aulas, pelas noites de Halloween mas também pela imaginação própria das crianças, até que chega a altura do julgamento de Tom, um negro acusado injustamente de ter violado uma mulher branca. Assistimos ao julgamento e, com Scout, duvidamos da justiça dos brancos que acaba por condenar Tom apesar das provas o ilibarem.
É um livro interessante, de leitura muito agradável e com momentos que nos fazem sorrir. No entanto (e venham de lá as farpas), e apesar de ter adorado o livro, tenho de dizer que, quando o acabei, pensei - era só isto? Creio que o problema foi o de estar com as expectativas bastante elevadas. Um livro que todos (ou quase todos, vá, que sei que há mais quem tenha pensado como eu) adoram, que ganhou imensos prémios e que foi considerado o melhor romance do século XX... esperava mais, confesso. Ainda assim creio que deve ser lido por todos e é um livro que recomendo vivamente.
Também é receber fotos destas porque alguém a viu e se lembrou de mim. Adorei!
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