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A Menina dos Meus Olhos de Patrick Redmond
ISBN: 9789724151083
Editado em 2007 pela Edições Asa
Sinopse
Ronnie Sidney é uma criança perfeita - talentoso, bonito e carinhoso. Fruto de um romance ilícito em tempo de guerra, dá à mãe um amor incondicional quando tudo o que ela conhece é rejeição e desprezo. Aos seus olhos, ele é perfeito: um raio de sol na penumbra da sua existência. Mas à medida que as fendas se vão abrindo nessa fachada encantadora, um carácter bem diferente começa a vislumbrar-se.
Já para Susan Ramsey a vida é fácil. Amada e protegida pelos pais, nada sabe de privações e misérias. Até que uma súbita tragédia a empurra para um mundo obscuro e perturbador.
Quando Susan e Ronnie se encontram pela primeira vez, a atracção é imediata. Ambos reconhecem no outro a tão ansiada alma gémea. Ronnie sente-se capaz de tirar a sua máscara de perfeição - mas as consequências vão ser mais terríveis do que eles poderiam alguma vez imaginar… Com a sua envolvente exploração de jogos psicológicos, de poder, relações complexas e violência emocional, A Menina dos Meus Olhos é o fascinante terceiro romance do autor de Jogos Cruéis e Os Fantoches.
A minha opinião
Se me perguntarem porque raio comprei este livro, dir-vos-ei que não sei. Aliás, irei mais longe e direi que nem sequer me lembro de o ter feito. Sei apenas que, este domingo,
(cansada da tentativa de leitura da Tragédia da Rua das Flores, por questões meramente gráficas, aguardo uma versão com um grafismo melhor que não me faça dores de cabeça)
olhei para os livros para ler e, sem hesitar, peguei neste para o começar.
Magnifico, brutal, pesado, forte. São quatro dos muitos adjectivos que podem ser usados para descrever este livro. Bom, muito muito bom. Com um enredo inesperado e surpreendente.
Vamos à história.
Aos 13 anos, Anna perde toda a sua família e acaba a viver com uma prima afastada. Mais tarde engravida dum soldado mas, contrariando todas as expectativas, acaba por não entregar Ronnie para adopção. Ronnie, o seu raio de sol, uma criança inteligente, carinhosa, bonita e obediente que acaba por crescer num ambiente onde é mal tratado pelos primos com quem reside. Mas, aos poucos, a sua faceta mais negra acaba por abrir caminho pelo meio da sua perfeição.
Susie, ao contrário de Ronnie, tem uma vida quase perfeita. É amada pelos pais, boa aluna e boa amiga. Um dia vai lanchar com o pai e a vida perfeita começa a desmoronar-se. E se o casamento da mãe com o Tio Andrew pode parecer, para todos, um casamento perfeito, para ela é um pesadelo do qual não consegue sair.
Mas tudo muda quando ambos se encontram. Sentem-se iguais, almas gémeas, sentem que, finalmente, encontraram alguém em quem confiar e que os entende sem perceberem que as consequências serão ainda mais graves do que aquilo que poderiam imaginar.
Ao ler este livro dei comigo, várias vezes, a pensar - mas será que ninguém se apercebe do que se passa? será que Anna não percebe o filho que tem? será que a mãe de Susie não se apercebe do que se passa debaixo do seu próprio tecto? E percebi que, tal como na vida real, algumas pessoas são cegas para aquilo que não querem ver. Até ao dia em que decidem que é preciso abrir os olhos e ver em vez de olhar.
Como mãe, marcou-me especialmente este diálogo:
- A culpa foi minha? Por ele ter feito as coisas que fez? Por ele... por ele ser como era?
- Não, nada disto foi culpa tua. Tu fizeste o que uma mãe podia ter feito por ele e ele amava-te por isso.
Leiam este livro. Encantem-se e reflictam.
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