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Gritos Silenciosos de Angela Marsons
ISBN: 9789897415821
Editado em 2016 pela Quinta Essência
Sinopse
Nem os segredos mais sombrios podem ficar enterrados para sempre...
Cinco pessoas reúnem-se em volta de uma campa rasa. Todas se tinham revezado a cavar. Uma cova para um adulto teria levado mais tempo… Uma vida inocente fora tirada, mas o pacto fora feito. Os segredos deles seriam enterrados, ligados pelo sangue...
Anos mais tarde, uma mulher é encontrada brutalmente estrangulada, o primeiro de uma série de assassínios que choca a região inglesa conhecida como Black Country.
Mas quando são descobertos restos humanos num antigo orfanato, são também desenterrados segredos perturbadores. A inspetora detetive Kim Stone percebe rapidamente que procura um indivíduo cruel cujos homicídios se estendem por décadas.
À medida que as mortes continuam, Kim tem de parar o assassino antes que ele ataque de novo. Mas, para o capturar, será ela capaz de enfrentar os demónios do seu passado antes que seja demasiado tarde?
Os fãs de Rachel Abbott, Val McDermid e Mark Billingham irão adorar esta excecional nova voz na ficção criminal britânica.
A minha opinião
Stone. O nome carinhoso que me chamavam e no qual se baseia o nome deste blog. Um livro cuja personagem principal se chama Stone é livro para me chamar a atenção. Pode ser só parvo mas fico logo predisposta a lê-lo. Neste caso foi uma boa aposta e correu bem melhor do que poderia esperar.
Gritos Silenciosos acompanhou-me por pouco tempo. Comecei na terça-feira à tarde e ontem a meio da tarde estava terminado. E tudo porque este livro tem todos os ingredientes necessários para me deixar em pulgas para ler só mais uma página. Só mais um capítulo. Só mais até ao fim do livro. E vejam lá se não me chamam para coisa alguma que estou numa fase crucial do livro.
O problema é que a fase crucial começou nas primeiras páginas e acabou no último parágrafo. Da última página. E o que eu gosto de livros assim?
Gritos Silenciosos é a estreia de Angela Marsons na escrita. Espero que seja o primeiro de muitos em que Kim Stone seja a personagem principal. Uma detective tão humana como nós, cheia de defeitos e virtudes, com falhas como qualquer um de nós, o que a torna ainda mais apelativa.
Em Gritos Silenciosos Stone é chamada para investigar a morte duma mulher. Mas rapidamente percebe que outras mortes estão ligadas ao primeiro assassinato, o que a leva para uma viagem ao passado - ao seu próprio passado mas também ao passado das vitimas, tanto as recentes como as que foram assassinadas no passado e enterradas ao lado duma instituição para miúdas problemáticas.
Algumas partes do livro deixaram-me com um nó no estômago. Como sempre fico quando sei de cuidadores que maltratam aqueles que deviam cuidar e que deles dependem. E nestes casos não se pode dizer que tudo está bem quando acaba bem porque, infelizmente, estas marcas ficam para sempre.
Como já disse, Gritos Silenciosos é o livro de estreia de Angela Marsons. a avaliar pelo meu encanto com este livro, a nossa relação tem futuro, pelo que me resta esperar por mais títulos desta autora.
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Já participaram no Passatempo solidário Pilar #1?
A Pilar acabou por não sobreviver. Morreu porque foi abandonada, porque foi atropelada, e porque não pode ser recolhida a tempo. E não foi recolhida a tempo porque a Movimento Animal não consegue ajudar todos os animais abandonados na sua zona de acção (Elvas, Borba e Estremoz), tendo, neste momento, cerca de 40 animais a seu cargo, entre cães e gatos.
Infelizmente não são os únicos com falta de apoios, a maior parte (senão todas) das associações de ajuda aos animais sofrem do mesmo mal, sendo que as únicas ajudas são as que chegam das sociedade civil.
Lá em casa tentamos ajudar sempre que podemos, mesmo que seja com pouco porque todas as ajudas são bem vindas.
Em homenagem à Pilar, que não pude ajudar o suficiente, resolvi criar um passatempo solidário. O primeiro será para ajudar a Movimento Animal porque fizeram o melhor que puderam por ela. Sei que ela agradece os últimos dez dias da sua vida, onde teve amor e carinho por parte dos responsáveis deste movimento e por isso quero recompensa-los. Conto convosco para me ajudarem nesta tarefa e, ao mesmo tempo, habilitarem-se a ganhar um livro e um suporte:
Para além do preenchimento do formulário abaixo, existem ainda as seguintes regras de participação:
O passatempo está a decorrer até 30 de Outubro de 2016 e só é válido para residentes em Portugal.
Boa sorte a todos
A Relíquia de Eça de Queirós
Sinopse
Romance saído em folhetins na Gazeta de Notícias, cuja epígrafe se tornou célebre - "Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia" - por sintetizar a aliança entre realismo e imaginação, naturalismo e fantástico, patente na obra.
Da intriga central - a viagem de Teodorico à Terra Santa, de onde traz, não a relíquia que prometera à tia beata, mas sim, por lapso, a camisa de dormir de uma amante - sobressai o sonho ou a viagem no tempo do protagonista, que, acompanhado pelo seu erudito amigo, Dr. Topsius, assiste à pregação, julgamento e morte de Jesus.
A obra, que exalta a figura humana de Cristo, como paradigma de amor e de bondade, foi considerada herética pelos setores mais conservadores, por questionar a divindade de Cristo.
A minha opinião
Houve quem dissesse que A Relíquia era a minha cara. E depois um colega de trabalho confirmou e emprestou-me o livro para que eu pudesse também confirmar essa informação. E eu, que sou bem-mandada, venho aqui publicamente dizer que sim, que A Relíquia é a minha cara e que tenho pena de não o ter lido antes.
Li o livro e diverti-me imenso com ele, até porque imaginei sempre que o Teodorico seria o Vasco (da Canção de Lisboa). E porque esta comparação? Por causa das tias e da titi! Nem imaginam o que me ia divertindo enquanto avançava na leitura. Mas confesso também que, a determinada altura achei que Eça de Queiroz teria fumado umas coisas que fazem rir. Aquele sonho que Teodorico tem quando está a chegar a Jerusalém é a prova disso mesmo!
Este livro deu para rir, para sorrir e para reflectir. Eça no seu melhor? Se calhar sim, apesar de não conhecer bem a sua obra (grande falha que estou a tentar mitigar). No fim, a lição fica – a honestidade dá os seus frutos.
Tenho mesmo de recomendar a leitura deste livro. E de outros de Eça de Queiroz que tanto assusta na escola mas que, no fim, se lê muito bem, sem grandes desesperos e arrufos.
A Mão do Diabo de José Rodrigues dos Santos
Publicado em 2012 pela Gradiva
ISBN: 978-989-616-494-2
Lido em 2012
Sinopse
A crise atingiu Tomás Noronha. Devido às medidas de austeridade, o historiador é despedido da faculdade e tem de se candidatar ao subsídio de desemprego. À porta do centro de emprego, Tomás é interpelado por um velho amigo do liceu perseguido por desconhecidos.
O fugitivo escondeu um DVD escaldante que compromete os responsáveis pela crise, mas para o encontrar Tomás terá de decifrar um criptograma enigmático.
O Tribunal Penal Internacional instaurou um processo aos autores da crise por crimes contra a humanidade. Para que este processo seja bem-sucedido, e apesar da perseguição implacável montada por um bando de assassinos, é imperativo que Tomás decifre o criptograma e localize o DVD com o mais perigoso segredo do mundo.
Numa aventura vertiginosa que nos transporta ao coração mais tenebroso da alta política e finança, José Rodrigues dos Santos volta a impor-se como o grande mestre do mistério. Além de ser um romance de cortar o fôlego, A Mão do Diabo divulga informação verdadeira e revela-se um precioso guia para entender a crise, conhecer os seus autores e compreender o que nos reserva o futuro.
A minha opinião
Tomás Noronha é despedido da faculdade onde lecciona e, como tal, vai-se inscrever no Centro de Emprego para receber o subsídio de desemprego. É Alexandre, um outro desempregado que conhece no Centro de Emprego, que lhe explica como deve proceder. Alexandre, que se espera que tenha um comportamento atípico dos restantes desempregados, mostra-lhe também como se engana o Estado para se continuar a receber o subsídio sem fazer coisa alguma. Começa aqui a nossa viagem pelos meandros da economia nacional e mundial. JRS explica, numa linguagem acessível a todos, como é que chegamos à Segunda Grande Depressão, começando na Primeira Grande Depressão, em 1929. Neste livro encontramos a ligação entre as notícias económicas que vemos neste ou naquele jornal e que, aparentemente, não teriam qualquer ligação.
É o próprio JRS que diz, na nota final, que, por causa deste livro, pode ser apelidado de neoliberalista radical ou esquerdista irresponsável. Na verdade, o que este livro faz é “chamar os bois pelos nomes”. Aliás, é precisamente por isso que elejo a seguinte frase como a principal do livro
...os eleitores têm tendência a votar em políticos que lhes vendam ilusões e prometam facilidades, subsídios, pensões e salários mais altos que a produtividade...
e é por isso que chegámos ao ponto em que chegámos.
No fulcro da “mão do diabo” está um DVD que Filipe, amigo de infância de Tomás Noronha, gravou. JRS esclarece, na mesma nota final, que o conteúdo desse DVD é “ficção”. Assim mesmo, entre aspas.
Como romance, a Mão do Diabo, está, no meu entender, ao excelente nível que JRS já nos habituou. Como manual para entender a actual crise económica, devia ser de leitura obrigatória por todos.
Cidade sem Alma de Ransom Riggs
ISBN: 9789722529693
Editado em 2015 pela Bertrand Editora
Sinopse
Jacob Portman chegou ao Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares em busca de respostas para a misteriosa morte do seu avô - mas encontrou ainda mais mistérios…
Depois de viajar no tempo até 1940, Jacob conhece as crianças peculiares - rapazes e raparigas com poderes sobrenaturais -, e a senhora Peregrine, que toma conta delas e as protege das perigosas criaturas que parecem determinadas a exterminá-las. Quando o lar é destruído e a senhora Peregrine fica em perigo, Jacob, com os seus recém-descobertos poderes, junta-se aos seus novos amigos para tentarem salvá-la. Contudo, as ruas de Londres durante a Segunda Guerra Mundial não são nada seguras para um grupo de crianças sozinhas…
A aventura d'O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares continua em Cidade sem Alma, onde Jacob e os seus amigos têm de enfrentar desafios inimagináveis para se salvarem.
A minha opinião
O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares foi, sem dúvida, uma experiência inigualável pela junção perfeita entre as fotos, a capa e a história (estragada pela visão da capa da nova edição que desvirtua completamente um casamento perfeito). Em Cidade sem Alma a experiência já não surpreende tanto mas o casamento continua perfeito. Capa, fotos interiores e texto combinam-se de modo a permitir, ao leitor, usufruir deste livro em toda a sua plenitude. Porque é isso que este livro merece.
A leitura de ambos - O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares e Cidade sem alma - flui com bastante facilidade, e a curiosidade sobre a história leva-nos a quer ler "só" mais uma página, só mais um capitulo. E quando damos por nós... o livro acabou, não há mais nenhum editado em português e aquele final precisa mesmo mesmo de ser esclarecido rapidamente.
É curioso que, falando do final mas sem falar realmente do final, quando termina o primeiro livro ficamos convencidos duma determinada situação que, vá, até nos deixa aliviados. Prontos para ler o segundo, mas com uma ponta resolvida. Quando termina termina o segundo livro e percebemos que fomos redondamente enganados, ficamos meio tontinhos e quase que nos apetece recomeçar do principio a ver se o fim muda (não, não muda!). Gosto de livros assim, que nos deixam baralhados e sem saber bem o que se está a passar. Vale a pena ler livros assim.
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