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Arroz de Palma de Francisco Azevedo
ISBN: 978-972-0-04497-6
Editado em 2013 pela Porto Editora
Sinopse
A imigração portuguesa no Brasil, no séc. XX, retratada num romance sobre a saga de uma família em busca de um futuro melhor. Ao longo de cem anos acompanhamos as alegrias e tristezas, as discussões e as pazes, as separações e os que são felizes para sempre.
Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema - principalmente no Natal e no Ano Novo. Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida é azeitona verde no palito - sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares.
A minha opinião
Este livro andava aqui nas prateleiras de casa já há alguns meses. Comprei-o porque a M* falou várias dele e eu fiquei interessada mas nunca era o momento de o ler. Acabou por ser esta semana porque olhei para a estante e o livro - acreditem ou não - olhou para mim e pediu-me que o levasse comigo. Coincidência (ou não), esta semana fez 14 anos que o meu avô Manuel faleceu que, tal como António, o meu avô adorava a família e, acima de tudo, adorava cozinhar para a família (as saudades das torradas, da caldeirada e de outros pratos que ele fazia só são superadas pelas saudades que tenho dele próprio).
Se avô é pai com açúcar, neto é filho com proteínas, vitaminas e sais minerais. Um abraço de neto a cada 24 horas substitui perfeitamente qualquer tipo de medicamento.
Arroz de Palma é Portugal no Brasil. Arroz de Palma é uma casa portuguesa, com certeza, com pão e vinho sobre a mesa e com amor. Muito amor. Com o arroz que Palma apanhou e que deu ao seu irmão e cunhada no dia do casamento e que, 100 anos mais tarde, é servido de refeição a todos os membros da família.
Arroz de Palma mistura o cheiro da cozinha com a família. Um prato difícil de preparar, a família. Muitos ingredientes, pessoas, intrigas, amores e desamores, casamentos e separações. Palavras que se dizem sem sentir
Agora não tem volta. Está dito. Se eu pudesse apagar o que está gravado aí na sua mente. Mas, não. A Vida não me dá esta opção. Tudo o que eu disser se somará ao que foi dito. Peso inútil. Mais perigo. Mais risco de desentendimento. Posso afirmar o contrário, posso negar, posso ponderar que não era a minha intenção. Não adianta. O que foi verbalizado não voltará em silêncio para dentro de mim.
Arroz de Palma é, seguramente, um livro de afectos. Que não deixa ninguém indiferente. Que nos faz pensar. Leiam. Vão perceber rapidamente o meu encanto.
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