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D Teresa

por Magda L Pais, em 22.03.17

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D Teresa de Isabel Stilwell

Editado em 2015 pela Manuscrito Editora

ISBN: 9789898818027

Lido em 2015


Sinopse

Esta é a história de Teresa, uma mulher de armas, à frente do seu tempo, que governou num mundo de homens e de conspirações.

Filha de Ximena Moniz do Bierzo, de quem herdou os olhos verdes e a astúcia, e de Afonso VI de Leão e Castela. Viúva aos 25 anos do Conde D. Henrique de Borgonha regeu com pulso de ferro o que era seu por direito. Em 1116, o Papa Pascoal II reconhecia-a como Rainha.

Pelo Condado Portucalense confrontou a meia-irmã e rival Rainha Urraca de Castela, o pai, a igreja Católica, os nobres portucalenses e até mesmo o seu próprio filho D. Afonso Henriques, na lendária Batalha de São Mamede. Trinta e três anos depois de ter chegado ao condado, via-se obrigada a fugir, derrotada e traída. Restava-lhe o consolo de ter a seu lado o seu amado, Fernão Peres de Trava, e a certeza de que Alberto, seu fiel amigo, escreveria, com verdade, a sua história.

Isabel Stilwell é a autora de romances históricos mais lida em Portugal. D. Teresa - Uma Mulher que Não Abriu Mão do Poder é um romance emocionante sobre esta personagem fundamental da nossa história - mãe de D.Afonso Henriques, amante de Fernão Trava e Rainha de Portugal.

A minha opinião

Caramba! Se tivesse de resumir este livro numa só palavra, Caramba seria a palavra escolhida. Aprendi mais sobre o nascimento desta nossa pátria neste livro do que em vários anos na escola. E isso é fantástico.
Desconhecia que o primeiro rei de Portugal era o filho mais novo de D Teresa e D Henrique e que tinha tido três irmãs e um irmão (que morreu com pouco mais de dois anos). E, por isso, terei, provavelmente, feito figura de parva quando, esta tarde, do nada, gritei - ah, até que enfim que ele nasce. Porque, sempre que D Teresa estava grávida eu achava que era ele. Mal sabia eu, quando dei esse grito aqui em casa, que ainda iriam nascer mais duas crianças, fruto da relação adúltera de D Teresa com Fernão Trava.
Aliás, é precisamente essa relação com Fernão Trava e o facto de D Teresa não renegar as filhas nascidas dessa relação (como poderia, se ela própria sabia o que era ser filha ilegítima), dizia eu então que foi essa relação adultera que despoletou a fúria de D Afonso Henriques, apoiado por muitos nobres que não viam, com bons olhos, uma mulher a governar o condado e muito menos uma mulher que vivia uma relação pecaminosa com um homem casado.
Outro dos detalhes que me era desconhecido era a quantidade de Urracas e Teresas que existiam na altura. Não sei se era falta de originalidade mas a verdade é que são nomes que se repetem na história do nascimento de Portugal. Ao ponto de ter tido necessidade, várias vezes, de consultar a arvore genealógica que a autora disponibiliza no inicio do livro.
E, senhores, que família disfuncional... Portugal e Espanha nasceram dos conflitos duma família disfuncional, em que pais e filhos, irmãos e irmãs, tios e sobrinhos, marido e mulher lutam entre si, traem-se mutuamente para, logo a seguir, fazer uma aliança que, seguramente, seria precária. Tirando as relações de D Teresa com a sua mãe, Ximema ou com o seu primeiro marido, D Henrique (pai de D Afonso Henriques e das irmãs mais velhas), nenhuma das outras estava a salvo de uma traição. Amavam-se entre si, mas à sua maneira.
Resumindo, estou seguidora fiel desta autora. Demorei a decidir-me a ler os livros dela (obrigado, mais uma vez, M.J. por me teres quase forçado a fazê-lo) mas agora que a descobri, terei de os ler todos).

A Avó e a Neve Russa

por Magda L Pais, em 14.03.17

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A Avó e a Neve Russa de João Reis

ISBN: 9789898843654

Editado em 2017 pela Elsinore

Sinopse

As folhas caídas das árvores giram à minha volta com o vento, mas aperto mais o casaco, porque nem o vento nem as folhas-bailarinas me alegram com a melancolia, só me deixam ensopado em tristeza, como a chuva nos faz por vezes. Os homens não choram. Avanço. Os catos que vejo alinhados na rua voltam a ser árvores e a Babushka, deitada na cama de hospital, é uma criança que aumentou e encolheu.

Babushka está doente. Esta russa idosa, emigrante no Canadá, sobreviveu ao acidente nuclear de Chernobyl. Esconde no peito a doença que a obriga a respirar a contratempo e lhe impõe uma tosse longa e larga e comprida e sem fim — um mal que a faz viver mergulhada nas memórias do seu passado luminoso, a neve pura da Rússia, recordação sob recordação.

Na fronteira com a realidade caminha o seu neto mais novo, de dez anos, um menino que não desiste de puxar o fio à meada e de tentar devolver a avó ao presente. Para ajudar Babushka, precisa de encontrar uma solução para os seus pulmões destruídos, sacos rasgados e quase vazios — mesmo que isso o obrigue a crescer de repente e partir em busca de uma planta milagrosa, o segredo que poderá salvar a família e completar a matrioska que só ele vê.

Narrado na primeira pessoa e escrito a partir da perspetiva de uma criança, A Avó e a Neve Russa é um livro feito da inocência e da coragem com que se veste o deslumbramento das infâncias. Romance simples e emotivo sobre a força da memória e da abnegação, relata a peregrinação de um neto através da esperança, do Canadá ao México, para encontrar a possibilidade de um final feliz.

 

A minha opinião

A alma da Babushka era então muito leve; e eu percebi que ela deixou de ser quem era quando não viu, no branco que caía no exterior, a neve russa da sua infância.

Termina, assim, um dos livros mais ternurentos que li nos últimos tempos (por culpa exclusiva da Márcia - a dar cabo da minha carteira desde há uns meses largos!).

Tal como em Uma vida à sua frente, A Avó e a Neve Russa tem, como narrador, uma criança, com toda a sua inocência e visão prática das coisas. Nunca sabemos o nome nem a idade da criança mas sabemos, com toda a certeza, que ama a sua avó e que, por ela, se dispõe a todos os sacrifícios.

Amplo de ternura - como já vos disse - mas também da inocência própria duma criança, A Avó e a Neve Russa é também um livro de esperança. Porque é apenas isso que o narrador pretende - que a sua avó se cure e que possa continuar a cuidar dele e do seu irmão.

Confesso que, influenciada já pela opinião da Márcia (já lá foram ler?), sabia que o autor não se iria descuidar na escrita. Os bons escritores são assim e, pelos vistos, João Reis caminha nessa direcção (mais um autor a conhecer melhor, seguramente!). O que não esperava, de todo, era ver alguns dos meus pensamentos enquanto criança expressos duma forma tão deliciosa. Ora leiam:

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Quantos de vós não pensaram o mesmo, quando eram crianças, e vos diziam que iam ao estrangeiro? Eu sim! Tal como me fazia confusão passar o ano e continuar tudo igual.

A ternura e a inocência duma criança a nu num livro que todos deviam ler. Sem excepção.

Herdeiros do Ódio

por Magda L Pais, em 13.03.17

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Herdeiros do Ódio de Virginia C. Andrews

Dollanganger, #1

ISBN: 9789897261442

Reeditado em 2014 pela Quinta Essência

Sinopse

Os quatro filhos da família Dollanganger levavam vidas perfeitas - uma bela mãe, um pai amoroso e dedicado, uma linda casa. De repente, o pai morre num acidente de viação e a mãe fica endividada e não possui qualificações para ganhar a vida e sustentar a família. Assim, decide escrever aos pais - os seus pais milionários, dos quais as crianças nunca tinham ouvido falar.

A mãe fala-lhes dos avós ricos, de como Chris, Cathy e os gémeos irão levar vidas de príncipes e princesas na luxuosa mansão dos avós. As crianças deleitam-se com as perspectivas da nova vida, até descobrirem que existem algumas coisas que a mãe nunca lhes contou. Nunca lhes contou que eram consideradas pelos avós «filhos do demónio» e que nunca deviam ter nascido. Não lhes conta que é obrigada a ocultá-las do avô porque deseja herdar a fortuna dele. Não lhes conta que devem permanecer trancadas numa ala isolada da casa, tendo apenas o sótão escuro e abafado onde brincar. Prometeu-lhes, porém, que seriam apenas alguns dias... Contudo, os dias transformaram-se em meses, os meses em anos. Desesperadamente isolados, aterrorizados pela avó, Chris e Cathy tornam-se tudo um para o outro e para os gémeos. Agarram-se ao amor mútuo como última esperança, única força sólida - uma força quase mais poderosa que a morte. Herdeiros do Ódio é um romance de terror, traição e salvação através do amor.

A minha opinião

E um dia recebo em casa este livro com esta carta:

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Fiquei encantada! e tudo porque a Mula se tinha lembrado que lhe tinha dito, na dita conversa, que este livro me parecia bastante interessante. E mais, além disso, ainda me fez a surpresa de o enviar. Fiquei tão feliz que nem imaginam. Sim, porque eu sei que a Mula, tal como eu, é extremamente ciosa dos seus livros e não os empresta a qualquer um! eu era a Uma a quem ela estava a emprestar um livro que a tinha marcado há 12 ou 13 anos. Além disso, caramba, uma carta manuscrita. Há quantos anos não recebia eu uma carta assim? há quanto tempo não recebem uma carta manuscrita?

Adiante, vamos ao que aqui interessa, a minha opinião sobre o livro.

Não é fácil falar sobre este livro. Como mãe, como filha, como pessoa, a pesada história aqui retratada deixou-me, várias vezes, com um nó no estômago que nem imaginam.

A história conta-se em poucas palavras. Um casal feliz, quatro filhos. Ele morre e a mãe fica sem forma de sustentar os seus filhos. A solução: voltar para a casa dos pais de onde foi expulsa. Mas o pai - avó das crianças - não pode sequer sonhar que tem netos. A solução: esconder os quatro filhos num quarto de onde só podiam sair para o sótão e, mesmo assim, em determinadas circunstancias. Nada de saírem à rua, nada de abrirem as janelas. Primeiro por uma noite, depois por mais uns dias... e acabam por ser anos que Chris, Cathy, Cory e Carrie ficam presos naquele quarto, naquele sótão, tendo apenas por companhia os ratos. A avó leva-lhes, todos os dias, de manha, a comida para esse dia. A menos que cometam algum pecado - que pode passar apenas por olharem para ela - e, nesse caso, podem ser chicoteados e não terem qualquer comida.

Como se cresce assim? os gémeos tem 4 anos, Cathy 12, Chris 15 quando são fechados e se tornam tudo uns para outros.

Confesso que li este livro com um misto de horror e de curiosidade mórbida. Não que a escrita seja qualquer coisa de extraordinário (é boa mas falta-lhe qualquer coisa. Ou eu estou a ficar demasiado exigente) mas a história em si, o desenrolar dos acontecimentos e a dúvida: o que está realmente a acontecer fora do quarto?

Mula, adorei realmente este livro! valeu a pena e em breve irei ler a continuação da história. Quero saber como continuam os miúdos Dollanganger e o que acontece à velhaca da mãe e da avó.

Livro Secreto - segundo round

por Magda L Pais, em 10.03.17

Já falei aqui imensas vezes a iniciativa livro secreto que a M.J. engendrou para nos por a ler (e eu que lia tão pouco…#soquenao) e a recebermos, por correio, mais do que contas (se bem que, no meu caso, hoje em dia nem isso que vem tudo por email que é mais ecológico e menos sujeito a extravios).

Para a primeira série enviei Cloud Atlas, de David Mitchell. Foi uma péssima escolha, eu deveria saber que este escritor, tão pouco conhecido dos portugueses, não é para todos, pela sua escrita excêntrica e muito pouco vulgar. Acabou por não ser grande surpresa o facto deste livro ter sido um dos menos apreciados.

Foram estes os livros que circularam na primeira série:

Agora está em curso a segunda série, e os livros que estão a circular são estes:

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O primeiro que me coube em sorte foi O Código D'Avintes que já li. Alguns dos livros que estão a circular também já li e vou adorar reler. Pela minha parte enviei, desta vez, Um Homem Chamado Ove, um dos melhores livros que li o ano passado. Um livro ternurento que nos faz soltar uma ou outra lágrima enquanto sorrimos com Ove, um velho rezinga que só quer morrer para ir ter com a sua mulher. Sem sucesso, diga-se.

Um Homem Chamado Ove é um livro que, na sua simplicidade, nos leva – sem que o percebamos – a pensar em tanta coisa. Nas pessoas que entram pela nossa vida por acidente, da influência que as nossas atitudes têm em quem nos rodeia. Não sei se vai ser o preferido de todos (e confesso que nem é isso que me interessa) mas creio que será mais apreciado que o livro que enviei para o primeiro round.

Por ora, resta-me esperar que chegue o segundo livro deste round. Este é outro dos encantos da iniciativa. Sabemos que livros circulam, quem enviou que livro mas nunca sabemos qual será o que vamos receber a seguir.

E vale bem a pena!

Original ou traduzido?

por Magda L Pais, em 08.03.17

Não obstante saber relativamente bem inglês (ou, pelo menos, o suficiente para poder ler um livro ou ver um filme/série sem legendas), a verdade é que não me sinto confortável quando o faço, ficando sempre com a sensação (errada, eu sei) de que me está a escapar alguma coisa.

Foquemos na questão dos livros que é o tema deste blog e por conseguinte deste post.

Apesar do meu desconforto, aceito e assumo que a maioria das traduções é mal conseguida. Um dos meus testes favoritos à tradução é perceber se a palavra eventually foi traduzida como deve ser. Infelizmente são muitos os casos em que a tradução é de tal modo que a frase fica sem sentido. Por exemplo, se a frase original for “Maggie eventually arrived home” o correcto seria, por exemplo, “Maggie finalmente chegou a casa” e nunca “eventualmente chegou a casa” como aparece em imensos livros. Este é um bom teste à qualidade da tradução (ou pelo menos eu acho que é).

Ainda assim, ou melhor, mesmo assim, continuo a preferir os livros em português de Portugal (preferia que fossem sem o polémico acordo ortográfico mas não se pode ter tudo). Por preguiça, por achar que me escapa qualquer coisa mas também por respeito às editoras portuguesas (é estúpido mas a verdade é que também penso nisto). É claro que, depois, os preços dos livros acabam por ser quase proibitivos mas a verdade é que há, da parte da maioria das editoras, uma tentativa de nos trazer bons livros e bons autores e, caso deixemos de os comprar, claramente as editoras deixaram de os publicar por cá.

Original ou tradução? Qual é a vossa opção e porquê?

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