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As Três Vidas

por Magda L Pais, em 10.04.17

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As Três Vidas de João Tordo

ISBN: 9789722049542

Editado em 2012 pela Dom Quixote

Sinopse

Que segredos rodeiam a vida de António Augusto Millhouse Pascal, um velho senhor que se esconde do mundo num casarão de província, acompanhado de três netos insolentes, um jardineiro soturno e um rol de clientes tão abastados e influentes como perigosos e loucos?

São estes mistérios que o narrador - um rapaz de família modesta - procurará desvendar durante mais de um quarto de século, não podendo adivinhar que o emprego que lhe é oferecido por aquela estranha personagem se irá transformar numa obsessão que acabará por consumir a sua própria vida.

Passando pelo Alentejo, por Lisboa e por Nova Iorque em plenos anos oitenta - época de todas as ganâncias - e cruzando a história sangrenta do século XX com a das personagens, As Três Vidas é, simultaneamente, uma viagem de autodescoberta através do «outro» e a história da paixão do narrador por Camila, a neta mais velha de Millhouse Pascal, e do destino secreto que a aguarda; que estará, tal como o do avô, inexoravelmente ligado à sorte de um mundo que ameaça, a qualquer momento, resvalar da corda bamba em que se sustém.

A minha opinião

2017 está a ser um ano de uma excelente colheita literária e este livro é "apenas" mais um excelente livro que me veio parar as mãos por um acaso simples.

Nunca tinha lido qualquer livro de João Tordo e, confesso, nem tinha muita curiosidade. Foi preciso meterem-me o livro na mão e imporem-me: lê! E eu li.

“O que foi verdade e o que é, inevitavelmente, ficcionado, devido aos limites da memória, não importa – em última análise, a própria realidade é objecto de ficção. O mais importante é libertar-me dos fantasmas, pois acarreto com as sombras de todas as coisas a que não tive coragem para colocar um fim. Isso reflecte-se, sobretudo, nos meus sonhos: ao contrário da crença habitual, não me parece que os sonhos sejam o espelho dos nossos desejos; cá para mim, acho que os sonhos são o espelho dos nossos horrores, dos nossos piores medos, da vida que poderíamos ter tido se, numa altura ou noutra, não fôssemos incomensuravelmente cobardes.”

Sem nunca percebermos o nome do narrador, acompanhamos a sua vida pelo período de 25 anos, num expurgar de culpas pelo seu passado quando, jovem e sem experiência, começou a trabalhar para sustentar a mãe e a irmã de quem se acaba por afastar fruto desse mesmo trabalho.

João Tordo consegue misturar o passado e o presente, a história do narrador e do seu misterioso patrão de uma forma credível e bastante interessante, conseguindo prender-nos da primeira à última página, resolvendo uns mistérios aqui, criando outros ali, numa complexidade que, ao mesmo tempo, se torna simples. Um livro de memórias muito descritivas e que nos deixa - ou pelo menos me deixou - com muita vontade de ler mais de João Tordo.

 

(leia aqui as primeiras páginas)

 



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