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O Lugar do Morto de José Eduardo Agualusa
ISBN: 9789896710729
Editado em 2011 pela Tinta da China
Sinopse
Se fosse possível pedir a Eça de Queirós uma crónica sobre a situação de Portugal nos dias de hoje, o que escreveria ele? O que pensa Machado de Assis acerca do presente Acordo Ortográfico? O que é que Vladimir Nabokov sempre quis que soubéssemos sobre Barack Obama?
José Eduardo Agualusa psicografou 24 escritores já falecidos - entre os quais Eça de Queirós, Vladimir Nabokov, Fernando Pessoa, Machado de Assis, Jorge Luís Borges, Vinicius de Moraes, Sophia de Mello Breyner, Saint-Exupéry, Clarice Lispector, Padre António Vieira, João Cabral de Melo Neto e Camilo Castelo Branco - revelando as suas opiniões sobre assuntos importantes, ou não tão importantes, do nosso quotidiano. Vozes do Além, agora neste mundo. Escute-as
Num exercício de simbiose literária absolutamente original, Agualusa dá voz a grandes escritores, levando-os a comentar o mundo e a actualidade:
Jorge Luís Borges comenta a concentração dos grandes grupos editoriais.
Fernando Pessoa conversa com a fadista Ana Moura.
Machado de Assis discursa sobre o novo Acordo Ortográfico, Portugal e o Brasil.
Sir Richard Burton, escritor poliglota, indigna-se contra fronteiras e perseguições de imigrantes.
Jorge Amado rasteira os patrulheiros do politicamente correcto.
Vinicius de Moraes louva o músico e escritor Chico Buarque.
Sophia de Mello Breyner aprecia Mia Couto e fala do amor.
Saint-Exupéry está convicto da superior taxa de sucesso dos escritores-aviadores.
Padre António Vieira defende o futuro do português e a criação de uma Academia da Língua Portuguesa.
Camilo Castelo Branco delicia-se com as leituras públicas e abomina os e-books...
A minha opinião
O Lugar do Morto foi-me sugerido pela M João Covas quando estivemos juntas na apresentação do livro A Sociedade dos Sonhadores Involuntários na Feira do Livro de Sesimbra este ano. Ambas "virgens" em livros de Agualusa mas ela com a vantagem de já ter lido estas crónicas.
Gosto de livros de crónicas. De pedaços que nos permitem ser lidos um de cada de vez, sem seguimento, leituras leves que não obrigam a grande ginástica mental. São bons para os intervalos entre leituras mais intensas, para desanuviar.
O Lugar do Morto cumpre todos os esses requisitos e, por isso, foi uma boa companhia por estes dias, antes de me lançar na leitura do livro secreto deste mês.
Para além de cumprir os requisitos para um bom livro de crónicas, é engraçada a forma escolhida. Autores falecidos a comentar assuntos da actualidade como se estivessem a escrever lá do céu
(presumo que alguns dos meus clientes que me pedem para mandar cartas registadas a mortos tenham lido este livro e achado que era mesmo verdade)
Para quem gosta do género, como eu, é, sem dúvida, a ler.
Tal como leio em quase todo o lado, também não sou exactamente esquisita com a bebida. Acho que todas as bebidas combinam com um livro. Bem, agora até todas as comidas combinam com um livro, desde que comprei este suporte que me facilita imenso a vida
Na verdade, e pelo menos para mim, tudo combina bem com um livro...
***
Por 26 dias, eu, a Just, Maria João Covas, Sofia Gonçalves, Mula, Alexandra, Drama Queen, Caracol, Gorduchita, B♥, Sandra.wink.wink, Fátima Bento, Happy, Carla B. e Princesa Sofia respondemos a 26 perguntas sobre livros, tendo como mote o alfabeto. Às segundas, quartas e sextas, às 14h, não se esqueçam de cuscar as nossas respostas, em cada um dos blogs. Ou consultem aqui todos os posts publicados no Sapoblogs com esta tag (não consigo colocar aqui as tags da blogspot).
A resposta a esta questão terá de ser dividida em duas partes. O autor e a autora.
No lado masculino, subsistem algumas dúvidas na minha mente. Apesar de apenas ter lido quatro livros, foram os suficientes para que Brandon Sanderson tomasse de assalto o podium dos autores favoritos. Mas John Grisham também está nesse topo (mas talvez apenas li mais livros dele).
No caso da autora, o podium é dividido entre as duas mestras do fantástico. Entre Anne Bishop e Juliet Marillier tenho sempre dificuldade em dizer qual a que prefiro.
Por 26 dias, eu, a Just, Maria João Covas, Sofia Gonçalves, Mula, Alexandra, Drama Queen, Caracol, Gorduchita, B♥, Sandra.wink.wink, Fátima Bento, Happy, Carla B. e Princesa Sofia respondemos a 26 perguntas sobre livros, tendo como mote o alfabeto. Às segundas, quartas e sextas, às 14h, não se esqueçam de cuscar as nossas respostas, em cada um dos blogs. Ou consultem aqui todos os posts publicados no Sapoblogs com esta tag (não consigo colocar aqui as tags da blogspot).
A Sociedade dos Sonhadores Involuntários de José Eduardo Agualusa
ISBN: 9789897223327
Editado em 2017 pela Quetzal Editores
Sinopse
O jornalista angolano Daniel Benchimol sonha com pessoas que não conhece. Moira Fernandes, artista plástica moçambicana, radicada em Cape Town, encena e fotografa os próprios sonhos. Hélio de Castro, neurocientista brasileiro, filma-os. Hossi Kaley, hoteleiro, antigo guerrilheiro, com um passado obscuro e violento, tem com os sonhos uma relação ainda mais estranha e misteriosa. Os sonhos juntam estas quatro personagens num país dominado por um regime totalitário à beira da completa desagregação.
A Sociedade dos Sonhadores Involuntários é uma fábula política, satírica e divertida, que desafia e questiona a natureza da realidade, ao mesmo tempo que defende a reabilitação do sonho enquanto instrumento da consciência e da transformação.
A minha opinião
Nesta minha primeira experiência com Agualusa, quero, para começar, destacar a coragem de escrever este livro. A Sociedade dos Sonhadores Involuntários é, sem qualquer margem de dúvidas, uma critica acérrima à situação política de Angola (que se espera que mude brevemente). Confesso que, aliás, foi essa a parte que mais me atraiu, que me fez quer ler até ao fim (tendo ficado a saber a pouco).
Cheguei ao fim do livro sem ter decidido se fiquei fã ou se é mais um escritor que me agrada. Alturas houve, enquanto lia, que a escrita era magistral e outras que me custou a ler. Agualusa tem um estilo muito próprio que se começa por estranhar mas que também se entranha. Creio que, para mim, o que falhou, foi a parte mística do livro (sou um bocado alérgica a misticismos), porque a parte mais "real" me agradou sobremaneira.
De notar ainda que, quanto a mim, há partes do livro que se tornam confusas, nomeadamente quando o narrador é outro sem que tal esteja indicado claramente. Defeito meu, acredito mas creio que o livro ganharia outro animo se se percebesse bem quando outro narrador toma o lugar de Daniel (mesmo que isso se subentenda dos diálogos).
No entanto não penso por Agualusa de parte (tanto que estou a começar a ler O Lugar do Morto). É, certamente, um um autor a quem irei dar mais oportunidades porque, no geral, este foi um livro muito agradável e que me deu prazer ler.
Então já somos 12 a responder ao Alfabeto literário e por isso venho aqui explicar umas coisitas que é mais fácil.
(podem usar outras imagens, claro)
Então, até amanhã às 14h e obrigado a todas as que aceitaram este desafio.
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