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Anne Bishop & Festival Bang

por Magda L Pais, em 30.10.17

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Neste caso não era a Igreja que estava toda iluminada mas sim o Pavilhão Carlos Lopes em Lisboa que se vestiu a rigor para este primeiro Festival Bang organizado pela Saída de Emergência. Um festival que juntou fãs entusiastas do fantástico com jogadores de jogos de tabuleiro (ainda estou a digerir as quatro derrotas que me foram infligidas pela minha filha nos cinco jogos que jogamos... bah!), modelismo e cosplay. Dois momentos altos. A presença de Anne Bishop e dos Moonspell (pronto, eu não sou fã deles e nem sequer fui a essa parte do evento mas estava na segunda fila para a apresentação de Anne Bishop).

Normalmente quando é a primeira vez, há falhas aqui e ali, coisas que funcionam menos bem, lições a aprender para as versões seguintes. Confesso que este sábado a única coisa que me parece que falhou foi o ar condicionado. Mas a verdade é que ninguém esperaria 30 graus em Lisboa no ultimo sábado de Outubro. Claro que há sempre espaço para melhorar, e creio que a Saída de Emergência, no próximo ano, vai realizar um festival Bang ainda melhor que o primeiro. Não teremos Anne Bishop mas a convidada também é de peso (aliás, quando foi anunciada, os vivas e as palmas que se ouviram na sala mostraram isso mesmo).

Mas já lá vamos.

A minha gaiata acedeu (depois de muita pressão) acompanhar-me. E lá fomos as duas, em passeio mãe e filha, acompanhadas de cinco livros de Anne Bishop (a Saída de Emergência impôs - e muito bem - um limite de 3 livros por pessoa para a sessão de autógrafos. Ora como o último volume da série Os Outros estava em pré venda no festival, levei apenas cinco para que o sexto fosse esse último volume, onde me vou despedir de Meg e Simon). Logo à entrada trocamos os bilhetes por dois vales de cinco euros cada (o valor do bilhete era de cinco euros) que seriam descontados na banca de livros. Obviamente Cartas de Profecia (o dito último volume de Anne Bishop) saltou logo para o meu saco mas como já andava a namorar Os Melhores Contos de Edgar Allan Poe (Pedro Brito, um dos ilustradores, é meu primo) acabei por o comprar também.

Depois das compras fomos ver os jogos de tabuleiro. Dois jogos, cinco jogadas, quatro derrotas da minha parte. Qual orgulho de mãe, qual quê! derrotada assim, sem apelo nem agravo por uma gaiata de 16 anos? ninguém merece.

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Ainda por cima trouxe um enigma para eu tentar resolver no carro... não consegui, o que ainda aumentou mais a minha frustração!

Mas entretanto (e antes que perdesse mais algum jogo) fomos andando para a sala porque estava a chegar a hora Anne Bishop e eu queria estar nas primeiras filas. Ainda assistimos à demonstração de cosplay:

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 Finalmente, às 16h30 (mais minuto menos minuto) a sala estava cheia

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A mesa vazia

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E todos prontos para receber a nossa autora favorita:

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Anne Bishop é muito mais do que possamos pensar. Conversadora, brincalhona, bem disposta, sempre com um sorriso. Soube pedir desculpa a um rapaz por ter criado Daemon Sadi - a sua personagem favorita - um homem que actor algum poderá alguma vez interpretar na televisão ou cinema por ficar sempre aquém do nosso imaginário. Falou-nos na série Jóias Negras e em como o primeiro volume foi recusado por várias editoras por não saberem muito bem como editar um livro de fantasia que é, ao mesmo tempo, sensual, violento e erótico. Filha do Sangue foi escrito, primeiro, apenas pelo prazer de escrever. Vinte anos depois, sai, em Portugal, o quinto volume da saga Os Outros (nos Estados Unidos saiu agora o sexto volume que a autora trouxe para vermos).

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Falou-nos também no fabuloso processo de criação dos mundos. Anne Bishop cria mundos como ninguém. E cria-os desta forma porque vive neles. Umas vezes como interveniente, outras como mera espectadora. Tem dois compromissos de honra. Com as suas personagens em contar sempre a história deles de forma honesta e com os leitores, de lhes contar a verdade.

Apesar de terem passado vinte anos desde a edição do primeiro volume da série As Jóias Negras e depois do final - esperado mas não desejado de Jaenelle - os fãs de Anne Bishop continuam a querer saber mais desse universo. Uma boa parte da conversa versou precisamente Kaeleer (Jóias Negras) e Namid (Os Outros). Éfemera e Sylvalan também foram falados, mas talvez por serem apenas trilogias, menos que os primeiros.

Ficamos também a saber que é possível que, em breve, regressemos todos a Kaeleer para rever Lucifar, Surreal e Daemon mas que é uma história que ainda está muito embrionária.

Percebemos também que Anne Bishop não rotula os seus livros. Questionada sobre as diferenças entre escrever dark fantasy e urban fantasy, a autora explicou que isso são rótulos que o marketing e as editoras colocam. Ela limita-se a escrever livros que espera que os leitores gostem (e se gostamos!)

Depois de uma hora e meia (aproximadamente) de perguntas e respostas, quer por parte da editora quer por parte dos fãs, passou-se à sessão de autógrafos. Uma fila a perder de vista, cada um de nós com três livros e o coração cheio de ter ouvido uma autora extraordinária.

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que nem depois de uma hora e meia a assinar livros deixou de sorrir e de dar um dedo de conversa com os seus fãs (até se lembrou que a minha pergunta tinha sido feita em português por não me sentir à vontade em falar inglês e, por isso, quando cheguei ao pé dela disse um bom olá em vez dum hello).

Por fim, a novidade. No próximo ano o Festival Bang vai contar com outra autora de peso. Se quiserem saber quem é, vejam o vídeo neste link. Pela minha parte já estou na fila para comprar o bilhete!

Enquanto tal não acontece... fiquem com estas fotos enquanto eu me vou ali deliciar com Cartas de Profecia. E parabéns à Saída de Emergência pela organização e por uns momentos maravilhosos que me irei lembrar para sempre.

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Espada de Vidro

por Magda L Pais, em 29.10.17

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Espada de Vidro de Victoria Aveyard

Rainha Vermelha #2

ISBN: 9789897730818

Editado em 2017 pela Saída de Emergência

Sinopse

“Se sou uma espada, sou uma espada de vidro, e já me sinto prestes a estilhaçar.”

O novo e eletrificante capítulo da série Rainha Vermelha intensifica a luta de Mare Barrow contra a escuridão que cresceu na sua alma…

O sangue de Mare Barrow é vermelho mas a sua capacidade Prateada, o poder de controlar os relâmpagos, transformou-a numa arma que a corte real tenta controlar. A coroa acusa-a de ser uma farsa, mas quando ela foge do príncipe Maven – o amigo que a traiu –, Mare faz uma descoberta surpreendente: ela não é a única da sua espécie.

Perseguida por Maven, Mare parte para descobrir e recrutar outros combatentes Vermelhos e Prateados que se juntem à batalha contra os seus opressores. Mas Mare encontra-se num caminho mortífero, em risco de se tornar exatamente no tipo de monstro que está a tentar derrotar.

Será que ela vai ceder sob o peso das vidas exigidas pela rebelião?

Ou a traição e a deslealdade tê-la-ão endurecido para sempre?

A minha opinião

Ano e meio depois de ler Rainha Vermelha, o primeiro volume desta série (editado em Setembro de 2015) chegou, finalmente, às bancas portuguesas este Espada de Vidro.

Lamento, honestamente, que tenham passado dois anos entre estes dois brilhantes livros e espero, sinceramente, não ter de esperar mais dois anos pelo terceiro volume e mais quatro pelo quarto volume, ainda para mais considerando o ponto de tensão em que acabou este segundo volume (será que fazer uma manifestação à porta da editora resolverá?)

Sabe, quem me acompanha neste blog, que fantasia é o meu género literário favorito. Assim como sabem que deliro com Anne Bishop (amanhã vos conto como foi o dia de ontem, em que tive oportunidade de a ouvir ao vivo e a cores) e sabem também, claro, que qualquer autor de fantasia que eu leia é, sem grande esforço, comparado a Anne Bishop. É mais forte que eu, não o consigo evitar. Mas, de vez em quando, lá encontro alguém que se aproxima, tal como Brandon Sanderson. Victoria Aveyard não é - ainda - Anne Bishop mas, tal como Brandon Sanderson anda lá perto, o que, confesso, me agrada.

Encontramos, neste livro (assim como no anterior) um mundo dividido entre prateados e vermelhos. Duas castas separadas pelo sangue. Os que tem sangue prateado são dotados de capacidades inatas: obrigar os outros a cumprir instruções dadas mentalmente, criar fogo, manobrar aço, ler mentes, ver o futuro... possibilidades imensas de capacidades usadas, acima de tudo, para obrigar os de sangue vermelho, a vergar à vontade dos prateados. Os vermelhos são os servos, os mineiros, os soldados enviados para a morte. Até que surge Mare, uma sangue vermelho com capacidades prateadas. Uma anomalia genética que - a bem dos prateados - terá de ser eliminada. A todo o custo. Mas além de Mare, há mais sangue vermelho com a mesma anomalia. Resta aos prateados - principalmente ao rei, Maven - eliminar Mare e todos os que se unem a ela.

Este livro começa de forma lenta. Talvez fruto de já terem passado 18 meses desde que li o primeiro, havia algumas coisas que não me recordava mas que, aos poucos, me fui lembrando, tornando a leitura mais fluida e mais interessante (vá, na prática, demorei umas 20 ou 25 páginas a retomar o ritmo). Por fim não o queria largar. Senti-me transportada até à prisão, sentei-me com Mare a conversar com Cameron e quase que ofereci um lenço para as lágrimas que Kilorn quis esconder. Victoria Aveyard tem essa facilidade, de nos transformar em personagens dos seus livros, de nos levar a viver o mesmo que elas. Odiamos Mare e Elara com a mesma intensidade de Cal e quase sentimos o toque de Shade.

São livros assim, que nos fazem viver com as personagens, que nos transportam lá para dentro, para a acção, que eu realmente gosto. E depois, as capas. Estas capas são fabulosas, realmente fabulosas.

Por isso... que esperam para os ler? sei lá, ler já?

Classificação:

(este livro foi-me oferecido pela Saída de Emergência em troca duma opinião honesta e sincera)

 

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Private: Agência Internacional de Investigação de James Patterson

Editado em 2013 pela TopSeller

ISBN: 9789898626097

Lido em 2015

Sinopse
Jack Morgan, antigo fuzileiro naval e agente da CIA, herdou do seu pai a Private, uma reputada agência internacional de investigação e segurança e, com ela uma carga de trabalhos que pode levá-lo ao ponto de ruptura. Os segredos dos homens e mulheres mais poderosos chegam diariamente a Jack e aos seus agentes, que usam técnicas forenses de ponta para resolver os seus casos.
Como se não lhe bastasse ter de apurar a verdade sobre um escândalo de jogo ilegal na liga de futebol americano e tentar resolver um inquérito criminal sobre as mortes selváticas de 18 raparigas, Jack ainda vai ter de desvendar o tenebroso assassínio da mulher do seu melhor amigo — e sua antiga amante.
Com uma narrativa que se desenvolve a um ritmo alucinante, Private: Agência Internacional de Investigação é o mais excitante e vibrante thriller de James Patterson.
 
A minha opinião
Este livro foi o meu primeiro contacto com um autor que - dizem - é excelente. Não posso dizer que tenha ficado especialmente encantada com a leitura, sinceramente pareceu-me demasiado leve para um "excitante e vibrante thriller". Mas é a minha opinião. Pode ser que, com os outros todos que tenho para ler deste autor, ela acabe por mudar.
Jack Morgan salvou-se, por pouco, da morte em combate. O pai, um criminoso que se encontra preso, semanas antes de morrer, doa-lhe a agência de investigação que vale milhares de dólares e onde a tecnologia ao dispor dos investigadores é a mais moderna.
Ao mesmo tempo, chegam à Private três casos que vão por toda a agência em sentido para os resolver. Primeiro a morte de Shelby. Shelby foi sua amante até que conheceu Andy, o melhor amigo de Jack. E é Andy que a descobre, assassinada, na cama, baleada na testa - uma execução bem ao estilo da máfia. Naturalmente o marido é o principal suspeito da polícia mas Jack move o céu e a terra para provar a sua inocência. Mas primeiro tem de descobrir quem era, afinal Shelby e quem a quereria matar.
Ao mesmo tempo Fred, o tio de Jack, começa a desconfiar que algo não está a correr bem no campeonato de futebol americano. Alguns resultados parecem estranhos e só a Private poderá descobrir o que se passa.
Quando morre mais uma adolescente em circunstâncias pouco claras, a polícia local resolve contactar a Private e os seus investigadores para colaborarem. Afinal morreram 18 adolescentes em menos e dois anos sem que apareçam pistas algumas que possam ajudar a solucionar este caso. Acresce ainda que cada uma das adolescentes morreu de forma diferente e, por isso, não há certezas que seja apenas um assassino. E será que são apenas estas as mortes ou haverá mais?
Enquanto a agência resolve estes casos, os agentes - Jack Morgan incluído - tem os seus próprios assuntos pessoais para resolver. Estarão relacionados?
Como já disse, não é um livro excepcional. É um livro que se lê bem, bem construído, com os detalhes necessários para se tornar interessante. Vamos ver como vão ser os restantes deste autor.

Festival Bang!

por Magda L Pais, em 23.10.17

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É já no próximo sábado, dia 28 de Outubro, que se vai realizar o primeiro festival Bang com uma convidada muito especial. Anne Bishop, a minha autora de eleição, a melhor escritora, a bitola pela qual os livros de fantasia são avaliados (pelo menos por mim). Mas não é só ela que vai lá estar, ora vejam lá este programa fantástico.

É óbvio que eu vou lá estar. E a pergunta é, já compraram bilhetes? custam apenas 5 euros que são convertidos num voucher para aquisição de algum livro dentro do festival.

Encontramo-nos por lá?

As Lamas do Mississípi

por Magda L Pais, em 22.10.17

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As Lamas do Mississípi de Hillary Jordan

ISBN: 9789897730771

Editado em 2017 pela Saída de Emergência

Sinopse

Entre a subtileza e a brutalidade, o preconceito pode assumir muitas formas.

Estamos em 1946 e a citadina Laura McAllan tenta criar os filhos na quinta do seu marido no Mississípi - para ela, um lugar parado no tempo e assustador. Entretanto, no meio das lutas familiares, dois jovens regressam da guerra. Jamie McAllan, cunhado de Laura, é tudo o que o seu marido não é - charmoso, bonito e assombrado pelas memórias dos combates. Ronsel Jackson, filho mais velho dos caseiros negros que vivem na quinta dos McAllan, regressou a casa como herói de guerra. No entanto, independentemente da sua bravura, ele terá de enfrentar batalhas ainda maiores perante o racismo e a intolerância dos seus compatriotas.

É a improvável amizade destes irmãos de armas que guia os acontecimentos, à medida que somos imersos nas lealdades familiares e testemunhamos as paixões e ódios que irrompem no seio de uma comunidade onde a tragédia não se fará esperar…

A minha opinião

Creio que não será exactamente vulgar que um romance de estreia de um escritor seja tão bem sucedido quanto este. As Lamas do Mississípi é um romance forte, pesado, que nos leva às terras do Mississípi pela década de 50 do século XX, logo após a segunda grande guerra e em pleno clima de intolerância para com os negros, considerados seres de segunda ou terceira categoria, aptos apenas para a apanha do algodão:

... Mesmo que eu tivesse dinheiro para comprar uma (máquina de apanhar algodão), não a queria.  Deem-me um apanhador de cor em qualquer altura. Não há nada nem ninguém que consiga fazer um melhor trabalho de apanha. O preto do sul tem a apanha do algodão no sangue. Basta ver as crianças de cor nos campos para vermos isso. Mesmo antes de nos chegarem aos joelhos, os dedos delas sabem o que fazer. É claro que a apanha é como qualquer outra tarefa que lhes dêmos, temos de estar sempre de olho neles, para nos certificarmos que não estão a enganar-nos...

É neste clima que conhecemos Henry, Jamie, Laura, Harper, Rossie e Florence, as personagens que nos contam a sua versão da mesma história que começa (ou talvez acabe) com o funeral do pai de Henry e Jamie, um velho embirrento, racista e antipático.

Hillary Jordan transporta-nos, como por magia, para um mundo que achamos distante, para vivenciar situações que nos irritam e outras que nos deixam com esperança. Vivemos, por algumas páginas, num mundo que, além de racista, rebaixava as mulheres, considerando-as posse dos seus maridos, incapazes... quase ao nível dos negros. Agora imaginem o que seria ser mulher e negra?

As Lamas do Mississípi é um livro sobre relações. Entre brancos e negros, entre homens e mulheres. Entre pessoas da mesma família. É a história dum casamento, da dinâmica familiar e das relações entre fazendeiros e rendeiros. De injustiças, racismo e do papel das mulheres numa sociedade em que os homens brancos achavam-se superiores a quem não o fosse. Ao dar-nos a conhecer o que cada um dos seis narradores pensa sobre os acontecimentos, tornamos-nos parte do livro, envolvemos-nos com as personagens que amamos e odiamos.

As Lamas do Mississípi é um livro que custa a acabar, que sentimos que vai fazer parte de nós. E é, acima de tudo, um livro a ler, principalmente por quem procura um livro inteligente, humano e maravilhoso. E é também a esperança que a autora continue a escrever desta forma brilhante, que eu cá estarei para a ler.

Classificação:

(este livro foi-me oferecido pela Saída de Emergência em troca duma opinião honesta e sincera)

 

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