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O Pecado da Gueixa de Susan Spann
ISBN: 9789897244322
Editado em 2018 pelo Clube do Autor
Sinopse
Um missionário português enfrenta o código samurai para salvar a vida de uma mulher.
Um romance repleto de pormenores de época e com um refinado conhecimento da cultura japonesa.
Quioto, 1564. O padre Mateus, um jesuíta português, está no Japão como missionário. Quando uma gueixa convertida ao cristianismo é acusada da morte de um samurai, o padre compromete-se a ajudá-la, arrastando o seu protetor, o mestre ninja Hiro Hattori, para a investigação.
Ao mergulhar nas perigosas águas do mundo noturno de Quioto, percebem que toda a gente tem um motivo para querer manter a morte do samurai envolta em mistério. As pistas amontoam-se e apontam para demasiados suspeitos: da rara arma do crime a uma mulher samurai, passando por uma relação amorosa, um viajante incógnito e alguns negócios obscuros.
A minha opinião
Primeiro que tudo, a parte mais visível deste livro. A capa. Acho que há muito tempo que uma capa não me encantava desta forma. Lindíssima e muito bem conseguida.
Não obstante este livro se poder caracterizar como thriller ou como policial, para mim teve um encanto maior, o de me permitir conhecer um bocadinho da cultura japonesa, das regras sobre as quais viviam os Samurai. Gosto de livros que me levam em viagem por mundos desconhecidos e este era, seguramente, um mundo desconhecido (e que espero continuar a explorar uma vez que me parece que O Pecado da Gueixa é o primeiro volume duma série de livros com Hiro e Mateus que espero que sejam editados por cá). Junte-se à história um mistério aparentemente insolúvel e temos uma receita de sucesso.
O Pecado da Gueixa leva-nos (de uma forma perfeita) a um mundo onde a honra, a cultura, a educação, as regras sociais e a família são invioláveis. Mas - e aqui ainda melhora - tudo nos é apresentado suavemente, sem que nos sintamos numa chata aula de história. Vamos aprendendo aos poucos, com pequenas introduções de cada vez enquanto tentamos perceber o que se terá passado na casa de chá e quem será o verdadeiro assassino
(breve pausa para vos dizer que usando os poderes de dedução - aqueles que dizem que o criminoso é quem mais beneficia com a morte - não conclui nada e só descobri quem era o assassino quando Hiro o anuncia)
Há, num entanto, uma queixa que gostaria de apresentar formalmente. O livro é parco em peripécias do gato...
Agora a sério, este livro é perfeito para quem gosta de aprender, para quem tem curiosidade sobre o Japão do século XVI ou para quem gosta de mistérios. Se ainda por cima gostarem de isto tudo ao mesmo tempo... O Pecado da Gueixa é o vosso livro para lerem no intervalo de dois mergulhos nas férias (mas com moderação para não apanharem nenhuma insolação por não o conseguirem largar)
Leia aqui as primeiras páginas
Classificação:
(este livro foi-me oferecido pelo Clube do Autor em troca duma opinião honesta e sincera)
Entretanto...
O Desaparecimento de Stephanie Mailer de Joël Dicker
ISBN: 9789896655884
Editado em 2018 pela Alfaguara Portugal
Sinopse
Na noite de 30 de Julho de 1994, a pacata vila de Orphea, na costa leste dos Estados Unidos, assiste ao grande espectáculo de abertura do festival de teatro. Mas o presidente da Câmara está atrasado para a cerimónia… Ao mesmo tempo, Samuel Paladin percorre as ruas desertas da vila à procura da mulher, que saiu para correr e não voltou. Só para quando encontra o seu corpo em frente à casa do presidente da Câmara. Dentro da casa, toda a família do presidente está morta.
A investigação é entregue a Jesse Rosenberg e Derek Scott, dois jovens polícias do estado de Nova Iorque. Ambiciosos e tenazes, conseguem cercar o assassino e são condecorados por isso. Vinte anos mais tarde, na cerimónia de despedida de Rosenberg da Polícia, a jornalista Stephanie Mailer confronta-o com uma revelação inesperada: o assassino não é quem eles pensavam, e a jornalista reclama ter informações-chave para encontrar o verdadeiro culpado.
Dias depois, Stephanie desaparece.
Assim começa este thriller colossal, de ritmo vertiginoso, entrelaçando tramas, personagens, surpresas e volte-faces, sacudindo o leitor e impelindo-o, sem possibilidade de parar, até ao inesperado e inesquecível desenlace.
O que aconteceu a Stephanie Mailer?
E o que aconteceu realmente no Verão de 1994?
A minha opinião
Temo, muito honestamente, que Joël Dicker se esteja a tornar num dos meus escritores favoritos na categoria dos livros que me enganam com uma facilidade medonha.
Quando iniciei a leitura d'O Desaparecimento de Stephanie Mailer estava preparada. Ou pelo menos eu achava que estava. Enquanto ia lendo, tinha na minha mente o que se tinha passado com A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert. Portanto eu teria de saber que o assassino era o mais improvável dos suspeitos. Pois... Mas acontece que a mente de Joël Dicker é brilhante, seguramente mais brilhante que a minha e voltou-me a enganar.
O Desaparecimento de Stephanie Mailer é narrado a várias vozes e a vários tempos, sem introduzir demasiadas personagens ou acontecimentos ao mesmo tempo, perfeitamente encadeadas entre si. Mas - e isto é importante - não esperem que seja igual aos anteriores deste autor. Porque Joël Dicker cresceu, amadureceu, e a sua escrita acompanhou esse crescimento. Os grandes autores são assim mesmo, crescem com a sua escrita, vão-se aperfeiçoando e vão deixando que isso transpareça nos seus livros.
As personagens estão criadas de forma magistral, ao ponto de sentirmos empatia com umas e ódio a outras (Alice e Steven, isto é para vós!). São coerentes, tem um passado e um presente e sentimos - desejamos - saber o seu futuro. E nem isso é deixado ao acaso (leiam se quiserem perceber o que quero dizer com isto).
Nota-se, ao longo de todo o livro, o amor e a paixão que Joël Dicker dedica aos seus livros. E, em consequência, aos seus fãs. Mesmo para aqueles que estiveram envolvidos num momento muito Ups na Feira do Livro...
Mau, mas mesmo mau, é ter de esperar que saia mais algum livro de Joël Dicker.... enquanto isso pode ser que a Alfaguara Portugal o traga cá para mais uma sessão de autógrafos e eu prometo que vou tentar portar-me bem.
Leia aqui as primeiras páginas
Classificação:
Entretanto...
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As Inseparáveis de Kristin Hannah
ISBN 9789724246512
Editado em 2008 pelo Circulo de Leitores
Sinopse
Corre o ano de 1974 e o verão do amor está prestes a terminar. Os filhos das flores começam a perceber que não conseguem sobreviver apenas com paz e amor.
Kate aceitou o seu lugar no fundo da cadeia alimentar social do liceu. Até que, para seu grande espanto, a «rapariga mais fixe do mundo», Tully, a rapariga que todos os rapazes querem conhecer, muda-se para a casa da frente e quer ser sua amiga. Tully e Kate tornam-se inseparáveis e, chegado o fim do verão, prometem ser «melhores amigas para sempre».
Ao longo de trinta anos, Tully e Kate apoiam-se mutuamente, resistindo às tempestades próprias da amizade, do ciúme, da raiva, da dor e do ressentimento. Tully segue a sua ambição de conquistar o sucesso e a fama. Kate sabe que a única coisa que quer é apaixonar-se e ter uma família. O que ela não sabe é que ser mãe e esposa é algo que a vai mudar.
Julgam ter sobrevivido a tudo, até que um ato singular de traição as separa. Mas será que os laços de amizade que antes as uniram serão mais fortes do que esse afastamento quando surge uma tragédia?
A minha opinião
Disclaimer - esta opinião contem spoilers. Não que concorde que se deva fazer isso quando se dá a opinião sobre um livro mas é-me impossível falar neste livro sem o fazer. Prossigam, por isso, por vossa conta e risco.
Começo pelo fim. Este livro tirou-me o sono. Ontem não me quis deitar sem o acabar - grande erro - e o resultado foi uma insónia tremenda pela mistura de sentimentos que As Inseparáveis despertou.
A minha tia Lucília morreu de cancro da mama, diagnosticado inicialmente em 2007, há mais de onze anos. Lutou, com todas as forças, para que as mulheres ao seu redor nunca se esquecessem de fazer os exames regulares, de fazer a apalpação, de recorrermos ao médico ao mínimo sinal de alerta (mesmo que não seja caso de alarme). A grande tragédia que volta a unir Tully e Kate é o facto de Kate ser diagnosticada com cancro inflamatório da mama, já em fase avançada porque quando viu a mancha achou que não tinha importância (e o médico de clínica geral também desvalorizou e pensou que era apenas uma pequena inflamação ou uma mordida dum insecto). E, minhas caras, na luta contra o cancro, todos os segundos contam.
Este excerto sobre Kate poderia ser sobre a minha tia:
Antes disso, nos meses que tinham decorrido desde o seu diagnostico - que ela qualificara de Dia D - fizera tudo o que supostamente devia fazer e fizera-o com um sorriso para todos os que se encontravam presentes.
Cirurgia - claro, retalhem-me e cortem os seios.
Radiações - com certeza. Queimem-me.
Quimioterapia - Outra dose de veneno, por favor
tofu e sopa miso - Hum, que bom. Podem servir-me mais uma dose?
Cristais. Meditação. Visualizações. Ervas chinesas.
Fizera tudo aquilo e sempre com afinco e boa vontade. Mais importante ainda: acreditara em tudo aquilo, acreditara que, com tudo aquilo, ia ficar curada.
E sempre com um sorriso e sem se queixar.
Kate, tal como a minha tia, tem o tempo e a coragem de planear o seu funeral. E ambas deixaram uma última mensagem, para ser lida no funeral.
Imaginam, por isso, o meu estado de espírito ao ler este livro, pouco mais de duas semanas depois da morte da minha tia?
Mas este livro é muito mais que a doença e morte de Kate. É sobre duas pré adolescentes que se tornam as melhores amigas e que conseguem, apesar de tudo, manter a amizade, mesmo nos piores momentos.
Porque
Sem dúvida que este livro me marcou. É um livro quase perfeito com personagens bem construidas, coerentes, com as quais poderíamos ter uma boa conversa, uma história que, apesar de tudo, tem um final feliz, que prova que o amor existe e que, muitas vezes, as segundas escolhas se tornam na única escolha.
Leiam, vão ver que não se vão arrepender.
Classificação:
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