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Stoneartbooks - 3 anos

por Magda L Pais, em 22.09.18

A esta mesma hora, em 2015, nasceu este blog, da minha vontade (ou seria necessidade) de ter um cantinho só e apenas para os livros, para as minhas leituras. Um espaço onde eu - uma bibliófila com laivos de bibliomania - pudesse partilhar com outros os livros que leio, as leituras que faço, o que penso ou sei sobre este ou aquele escritor. Acima de tudo partilhar convosco tudo o que um livro pode fazer por nós.

Porque os livros são a minha casa, para onde regresso sempre e de onde nunca saio. Quando acabo um livro é como se morresse uma parte de mim mas que, logo que pego noutro, essa parte ressuscita mais forte que nunca.

E quando me afasto deles – dos livros, da leitura – pelas incontáveis distracções que me tentam, sinto a ausência dessa presença tão confortável, sinto falta do calor que os livros me transmitem, das vidas que vivo e das viagens que faço. Por isso o afastamento é sempre por pouco tempo.

Os livros são a minha droga, a minha bebida. Sabem a mar, a praia, a sol e a férias. Sabem a Natal, a prendas e a amor. Amor, sim, porque é amor aquilo que sinto por eles.

E foi por amor aos livros que este blog nasceu há precisamente 3 anos. Apesar de ter nascido em segundo lugar é hoje onde me sinto mais casa, o que mais alimento e aquele que é a minha cara (ainda para mais com este espectacular layout feito pela Gaffe).

E por falar em alimento, em três anos foram 539 posts, dos quais 389 sobre livros e 280 sobre leituras (as minhas e, agora, também dos outros na rubrica leituras alheias). Este é o post com mais favoritos e este o mais comentado.

O ano passado tive a maior surpresa, este blog ganhou Os Sapos do Ano 2017 na categoria de Livros. Descobri, com isso, que o Stoneartbooks chega a muita gente, que há quem goste de ler as minhas criticas e até quem siga as minhas sugestões de leitura.

Por mim, por quem me segue e lê mas, acima de tudo, porque os livros merecem, o Stoneartbooks vai continuar aqui, na esperança de, daqui a um ano, estarmos novamente juntos a celebrar.

 

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A Chave Para Rebecca

por Magda L Pais, em 21.09.18

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A Chave Para Rebecca de Ken Follett

Editado em 2010 pela Bertrand Editora

ISBN: 9789722520973

Lido em 2015

Sinopse

Norte de África, Verão de 1942. Rommel parece imbatível: as suas armas secretas são Alex Wolff, espião exímio, e um código fatal enterrado nas páginas do romance de Daphne de Maurier, Rebecca. Wolf cruza o Sara escaldante e entra no Cairo para roubar os planos militares britânicos. O major Vandam, no seu encalço, encarrega a encantadora Elene de o seduzir. À medida que as tropas de Rommel se aproximam da vitória, a perseguição desenrola-se no deserto até chegar a um confronto impressionante e explosivo.

A minha opinião

Baseado numa história verídica, A Chave para Rebecca foi a minha reconciliação com Ken Follet depois da desilusão que tinha sido o livro dele lido anteriormente. E que reconciliação... Um excelente livro que se lê duma penada, tentando não se perder uma palavra.

Estamos no Cairo em plena segunda guerra mundial. A Esfinge (Alex Wolff) tenta, a todo o custo, descobrir quais os planos de guerra dos ingleses para que os possa passar aos alemães. Primeiro céptico mas depois convicto, Rommel segue as instruções recebidas, por rádio, da Esfinge e consegue conquistar terreno aos ingleses.

Vandam tenta, de todas as formas, chegar a Wolff mas a Esfinge foge-lhe sempre no último momento. Até que contrata Elene para o ajudar a descobrir onde encontrar Alex, nunca esperando que ela viesse a representar algo mais. Mas será que Elene conseguirá encontrar o fugidio Wolff? E a que custo? E que papel terá Billy, o filho de Vandam, a representar no futuro do Cairo e dos egípcios?

Rebecca é o livro que serve de código para que as mensagens encriptadas passem entre a Esfinge e os alemães. Este sistema de encriptação foi muito usado na segunda guerra mundial. Emissor e receptor têm o mesmo livro e a mesma chave. Por exemplo, uma transmissão feita no dia 28 de Maio de 1942 implicava a utilização da página 70 do livro (somava-se o dia 28 ao ano 42). Como Maio é o quinto mês do ano, era descontada cada quinta letra da página. Depois era só procurar, nessa página, a letra necessária para a mensagem que se queria transmitir.

Aventura, romance, perseguição, espionagem e um pouco de história. Neste livro encontramos tudo isto. Apesar de sabermos, historicamente, como acaba a segunda guerra e a invasão do Cairo pelos alemães, estamos sempre à espera de saber se Vandam e Elene serão, ou não, capazes de deter Wolff e, com isso, salvar o Cairo e os seus residentes.

Leia aqui as primeiras páginas

 

Classificação: 

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Leitura Alheia: Jogos de Raiva

por Magda L Pais, em 17.09.18

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Jogos de Raiva de Rodrigo Guedes de Carvalho

ISBN: 9789722065047

Editado em 2018 pela Dom Quixote

Sinopse

Um homem levanta a voz acima da algazarra de conversas. E pede que ponham mais alto o som do televisor do restaurante. É então que todos reparam no que ele vê. Não percebem ou não acreditam. E na rua, no bairro, na cidade, no país, homens, mulheres e crianças vão-se calando. Está por todo o lado, a imagem horrível e hipnotizante. O homem que pediu silêncio leva as mãos à cara e pensa: como chegámos aqui?

A era da comunicação global trouxe inimagináveis maravilhas. Partilhas imediatas de ensinamentos, denúncias e solidariedades. Mas permitiu também que saísse das cavernas uma realidade abjecta. Insultos, ameaças, ironias maldosas. Nunca, como hoje, a semente do ódio foi tão espalhada.

É sobre este pano de fundo que se conta a história de uma família. Três gerações a olhar para um futuro embriagado num estado de guerra. Uma família que esconde, enquanto puder, um segredo.

Jogos de Raiva traça duros retratos sem filtro sobre medos e remorsos, sobre o racismo, a depressão, a sexualidade, o jornalismo, a adopção, a arte e a amizade. E o poder das histórias.

É sobre a urgência da confiança, da identidade e do amor.

É um livro sobre todos nós, à deriva num novo mundo.

A opinião da Pequeno Caso Sério

A (minha) Sinopse: 

Uma família que podia ser a minha. Ou a tua.

Segredos que a vida se encarrega de revelar...mesmo quando pensamos que jamais serão descobertos.

Remorsos. Esses sacanas que nos corroem .

Conflito de gerações.

Homossexualidade.

Deficiência. Ou diferença. Ou será lucidez? 

Racismo.

O "Eu" que mostro ao mundo e o "Eu" que realmente sou.

Amizade enquanto forma mais pura de amor.

Um livro sobre gente que procura (desesperadamente) saber quem é.

A minha opinião

Rodrigo Guedes de Carvalho, jornalista,  entra-nos casa adentro sem pedir licença. E não precisa. É da casa e os da casa não precisam de convite.

Rodrigo Guedes de Carvalho, romancista, entra-nos coração (e cabeça) adentro sem pedir licença. Chega. Instala-se. Fica. Por muito tempo. Mesmo quando o livro já acabou.

Faz-nos pensar. Refletir. Admitir que o que se passa nesta história nós também já fizemos/ dissemos. E por isso esta história se torna tão nossa.

Numa linguagem muito acessível, mas em que a escolha das palavras é feita com uma mestria irrepreensível, Rodrigo Guedes de Carvalho tece uma viciante história em que só lamentamos uma coisa: ter chegado ao fim. 

E depois há a história dentro da história. Um “fantoche" absolutamente delicioso que me fez dar gargalhadas num hospital muitos decibéis acima do recomendável.

Tenho dois hábitos meio parvos em relação aos livros:

1- assino sempre a página com um determinado número.

2- uso um marcador fluorescente para sublinhar as passagens que mais me...tocam.

Digamos que este livro tem uma quantidade significativa de sublinhados. Deixo aqui alguns para abrir o apetite:

 

(...) Não há tabelas para as emoções. Há palavras, talvez, uns quantos adjetivos, mas falta a dimensão exata. Sim, tudo se pode medir, mas não a violência crua de uma discussão entre pessoas que se amam(...) é um mistério a violência de que são capazes as pessoas que se amam (...)

 

(...) as pessoas inteligentes e com sentido de humor caírem tantas vezes em buracos depressivos, onde são mordidos por fúrias e maldades e dúvidas paralisantes, talvez por pensarem muito sobre tudo (...)

 

(...) Não se pode encontrar a paz a evitar a vida (...) e os segredos têm sempre um problema: pesam muito.

 

(...) são ligações difíceis de explicar com exatidão, algumas pessoas são atraídas por outras, dão-se as mãos de olhos fechados mesmo longe uma da outra, gostam-se porque sim, entendem-se sem se escutar uma palavra (...)

 

(...) envolveram-se, julgaram amar-se, depois ficaram amigos muito fortes, que é também uma espécie de amor, pouca gente sabe ou admite isso.(...)

E por aí adiante que 'tarda nada estou a transcrever o livro todo e este livro merece ser lido na íntegra. Curiosos? Ainda bem. Era mesmo essa a intenção.

Classificaçãode zero a cinco ?  seis!  

 

leia aqui as primeiras páginas

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(às 9h30 de segunda feira, leituras alheias traz-vos opiniões sobre livros de outros bloggers ou amigos)

O Silêncio da Cidade Branca

por Magda L Pais, em 16.09.18

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O Silêncio da Cidade Branca de Eva G. Saénz de Urturi

Trilogia A Cidade Branca #1

ISBN: 9789892342603

Editado em 2018 pela Lua de Papel

Sinopse

Vinte anos depois, a cidade de Vitoria volta a ser assolada por uma série de assassinatos macabros. São em tudo iguais aos crimes do passado. Mas há um pequeno senão: o suposto assassino está preso.

Na altura a imprensa chamou-lhes Os Crimes do Dólmen. Porque foi num dólmen que encontraram as primeiras vítimas: dois recém-nascidos unidos num abraço macabro. Seguiram-se várias outras mortes, encenadas com requinte em monumentos históricos. Tinham sido crimes quase perfeitos. Mas o assassino - um arqueólogo brilhante - acabou por ser apanhado, pelo seu não menos brilhante irmão gémeo, então inspector da polícia. Caso encerrado. Ou talvez não. na altura Unai era adolescente. Vivia obcecado com os crimes, mas aterrorizado com a perspectiva de ser a próxima vítima.

Passados vinte anos, tornou-se um profiler implacável, especializado em assassinos em série. e quando o chamam à Catedral Velha de Vitoria, um calafrio percorre-o. nos claustros encontra dois cadáveres e a mesma arrepiante encenação: nus, abraçados, com abelhas vivas na garganta… Mas pistas, nenhumas.

Unai, dá início à caçada. e as suas investigações levam-no a mergulhar a fundo na história da cidade, nos seus antiquíssimos mitos, lendas, segredos.
Thriller arrepiante, que vendeu meio milhão de exemplares em Espanha, envolve o leitor numa cidade fascinante, Vitoria, que já tinha servido de cenário e inspiração a Os Pilares da Terra, de Ken Follet.

A minha opinião

Há livros que nos marcam logo nas primeiras páginas. Ali, naquele momento em que percebemos quem é que nos vai contar a história. A Morte, por exemplo, narra um livro lindíssimo. O assassino narra um livro policial e nós, só nas últimas páginas, é que percebemos que era o narrador. Narradores que crescem em idade e na escrita ao longo do livro... Enfim, podia continuar a dar milhares de exemplos de narradores que nos marcam mas, n'O Silêncio da Cidade Branca encontramos talvez o narrador mais original: o assassinado. Não, não estou a spoilar (isto existe?), é claro logo ao inicio do livro:

 

Um policia nunca espera desvendar um caso, tornando-se a última vitima do assassino em série que tem vindo a aterrorizar a cidade, mas a vida tem formas muito criativa de brincar connosco.

Portanto, basicamente, na segunda página eu já estava presa ao livro. Mas o pior (na realidade, o melhor) ainda estava para vir.

O Silêncio da Cidade Branca é, talvez (quase de certeza) dos melhores thriller's que já li. Prende-nos da primeira à última página, sem apelo nem agravo, sem respeito pela necessidade que temos de dormir ou de ir trabalhar. Só queremos folhear mais uma página, mais um capitulo. Queremos perceber porque é que vão surgindo relances duma história passada quase 30 anos antes. Queremos não estar em risco numa cidade em festa, e só pensamos em olhar por cima do ombro para termos a certeza que não somos os próximos.

O Silêncio da Cidade Branca é aquele livro que queremos que chegue rapidamente ao fim. Mas, ao mesmo tempo, não queremos termina-lo porque merece ser degustado, merece ser lido com calma e sem stress. Só que isso torna-se impossível porque o assassino está à solta e nós queremos que ele seja apanhado. Mas isso implica que o livro termine e nós não o queremos terminar.

(percebi entretanto pelo Goodreads que este é o primeiro livro duma trilogia)

O Silêncio da Cidade Branca é um livro que mexe com as nossas emoções, que nos deixa intrigados, emocionados. Com personagens e situações muito bem construidas e bastante credíveis. Com voltas e revoltas como um bom thriller  deve ter, onde todas as previsões que se possam fazer acabam por se revelar falsas.

Eva G. Saénz de Urturi consegue, com mestria, o que muitos anseiam. Levar-nos pelas páginas dum livro, de crime em crime até que, no final, tudo se resolve.

O Silêncio da Cidade Branca  é, seguramente um dos melhores livros que li em 2018, e, ao mesmo tempo, um dos melhores thrilers de sempre.

(em vez das primeiras páginas, vejam este pequeno video)

Classificação: 

(este livro foi-me oferecido pela JB Comércio Global em troca duma opinião honesta e sincera)

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Piadas Ribeirinhas

por Magda L Pais, em 12.09.18

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Piadas Ribeirinhas de Pedro Ribeiro

ISBN: 9789898886118

Editado em 2017 pela Cultura Editora

Sinopse

«Um monumento. Uma espécie de Padrão dos Descobrimentos, se as figuras do Padrão dos Descobrimentos fizessem, todas ao mesmo tempo, um hula hoop em cima de um monociclo, acabando por cair todas ao Tejo. Mas, curiosamente, começando, de imediato, a fazer natação sincronizada. Épico.»

Nuno Markl

Ao longo dos anos, Pedro Ribeiro espalhou pelas ondas da rádio, nas ruas, nos bares de strip e nas paragens de autocarro a sua obra completa. Mas agora os clássicos do cancioneiro Ribeirinho foram compilados para esta obra-prima do trocadilho e do humor descabido.

Com as piadas deste livro, podes brilhar na festa de Natal do escritório e durante o jantar de turma da faculdade. Se todos estiverem bêbedos, também ajuda.

A minha opinião

Acho que toda a gente sabe (ou se não sabem ficam a saber) que sou fã de humor. De todo o género de humor, na realidade, mas especialmente de humor negro (quanto mais negro melhor) e de piadas secas. Ou Ribeirinhas.

Portanto quando o nosso vizinho do bairro editou este livro eu tive de o comprar. Mas foi ficando lá nas prateleiras, à espera de vez e hoje veio comigo até Lisboa.

Sou fã incondicional das Manhãs da Comercial. São a minha companhia nos dias em que tenho de trazer o carro para Lisboa (valha-me que não é sempre que eu odeio conduzir) e se há coisa que me faz dar gargalhadas sozinha no carro são precisamente as piadas secas do Pedro. Oh senhores, mas onde é que o homem vai buscar aquilo? 

Bem, dizia eu que hoje o livro veio comigo e aproveitei a hora de almoço para o ler. Que erro descomunal! Vejam bem, à conta do livro, o caldo verde que estava a comer ia saindo pelo nariz (não, é suposto ele entrar pela boca e seguir o seu caminho, não é suposto sair de novo e muito menos pelo nariz). A massinha de peixe idem.. e quem estava nas mesas ao lado deve ter considerado uma de duas hipóteses: ou eu me estava a sentir mal porque estava a chorar ou então estava com problemas mentais e por isso estava a rir-me para um livro.

Olhem um exemplo:

David Bowie vai actuar num festival em Matosinhos. A organização estranha o atraso e liga-lhe:

- David, vens?

- Bowie!!!

ou ainda

No fim da vida de Bob Marley, a família pergunta ao médico do hospital:

- Então como é que está o Bob?

- 'tá  Marley

E podia continuar... mas é melhor deixar que leiam o livro senão vou acabar por o copiar todo para aqui.

É livrinho para ser lido em meia hora, quarenta minutos mas vale por cada página. Mesmo mesmo a sério (ou valerá para quem é fã de humor seco, mesmo que venha dum Ribeiro...) 

Leia aqui as primeiras páginas

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