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O Mapa de Vidro de Lisa T. Bergren
Os Dotados #2
ISBN: 9789722909013
Editado em 2008 pela Difel
Sinopse
Ano do Nosso Senhor de 1340
Um segredo, com mais de quinhentos anos de existência, foi agora revelado. Uma carta ilustrada, muito tempo escondida pela Igreja, na qual se profetiza uma irmandade de homens e mulheres possuidores de poderosos dons espirituais, serve de catalisador para uma profunda guerra da qual surgirá uma nova idade das Luzes… ou uma escuridão como o mundo nunca viu. Enquanto os Dotados se reúnem e ganham força, descobrindo também novas pistas sobre o caminho que Deus lhes traçou, cresce igualmente, nos seus inimigos, o desejo de os controlar.
Observando-os à distância, em Veneza, está o Cardeal Boeri, determinado a servir-se dos poderes sagrados dos Dotados para assegurar a sua posição na hierarquia da Igreja. O doge e duque de Veneza, tem as suas próprias razões para querer assumir o poder. Porém, a ameaça maior é o diabólico Abramo Amidei, decidido a trazer a curandeira Daria d´Angelo, ao seu redil ou, caso não o consiga, a destruí-la. Amidei está decidido a desfazer o sólido tecido de fé da curandeira, atacando as fraquezas daqueles que Daria ama, pois sabe que, juntos, os Dotados são inegavelmente fortes, cada vez mais fortes. Porém, se os conseguir dividir, os Dotados - e depois o mundo - serão seus.
A minha opinião
O Mapa de Vidro segue a mesma linha d'A Carta Proibida. Para o bem e para o mal (no caso mais para o mal que para o bem). Demasiado (excessivamente) focado na religião, demasiadas passagens bíblicas, demasiada falta de desenvolvimento e algo confuso.
Confesso que demorei mais tempo que o normal a ler este livro porque tudo à volta me parecia melhor que o ler. Mas resolvi insistir, já agora queria ver como terminava a saga dos Dotados. Mas, para o fazer, tive de me abstrair de toda a religiosidade existente no livro.
Dito isto... terei de vos contar que fui agradavelmente surpreendida pelo último terço do livro. Acção a rodos, aqui e ali, muita coisa a acontecer ao mesmo tempo e a qualidade da escrita a melhorar página a página. Quase que conseguimos estar lá, sentir a angustia das personagens.
Apesar de achar que O Mapa de Vidro poderá ser mais considerado literatura religiosa que outro género qualquer, talvez se possa também enquadrar no âmbito da fantasia, com a eterna luta entre o bem e o mal levado ao extremo.
Não sei, sinceramente, se recomendo a leitura. Como já disse, o último terço do livro é bom mas não sei ainda se compensa o resto. Vamos ver o que me reserva o terceiro volume mas, pelo meio, vou ler outra coisa qualquer antes que bata com a cabeça na parede...
Classificação:
May we meet again
Jogos Perigosos de Simona Ahrnstedt
Uma Noite#1
ISBN: 9789892338446
Editado em 2017 pelas Edições Asa
Sinopse
David Hammar é um pirata dos tempos modernos. O multimilionário é arrogante e implacável no seu trabalho, arrasando empresas e pessoas por onde passa. E está agora de olho na Investum, uma das empresas mais antigas da Suécia, fundada pelo aristocrático clã De la Grip. Esta aquisição hostil será a maior e mais arriscada jogada da sua carreira… mas para que tudo corra bem, David precisa de ter um dos membros da família do seu lado. E a jovem Natalia De la Grip parece ser a escolha ideal.
A elegante e inteligente Natalia fica intrigada ao receber um convite de David para almoçar. Conhece bem a reputação do tubarão financeiro, e pergunta a si própria o que terá na manga… Mas Natalia e David têm mais em comum do que imaginam, e a atração entre ambos é instantânea, dando lugar a um caso tórrido mas perigoso, que irá expor segredos de família e verdades chocantes. Poderá o amor florescer em circunstâncias tão hostis?
Um romance sofisticado, sensual e dramático.
Uma história de amor, vingança, lealdade e preconceito que o vai deixar sem fôlego…
A opinião d'A Caracol
Devo começar por dizer que isto é muito difícil. Como raio se fala de um livro sem desbobinar o enredo todo? Como se transmite a emoção que é virar uma página com o coração aos pulos pelo que nos aguarda? Como descrever as insónias provocadas pela leitura madrugada fora? Como relatar isto tudo sem contar a história?
Não faço a mais pequena ideia, mas vou tentar.
Jogos Perigosos relata o romance inusitado e completamente desproporcionado de David e Natalia. Esteve fechado uns bons tempos na minha mesa de cabeceira, alguns foram-lhe passando à frente, até à noite em que chegou a sua vez. E, meus amigos, que pequena maravilha. Não sendo uma obra prima da literatura, que claramente não é, as páginas captam-nos a atenção e só queremos devorar a história, esquecendo necessidades básicas como... dormir, por exemplo.
Num breve resumo: David Hammar é um pirata dos tempos modernos. Construiu um império do nada, fazendo jogadas arriscadas de compra e venda de acções a empresas que pouco ou nada tinham de produtivo. É implacável, sedutor e, obviamente, giro nas horas – que moda agora é esta da personagem principal ser megalómana? Deus m'a livre!
Natalia De La Grip, por seu turno, é uma descendente da aristocracia sueca, mas que pouco ou nada liga a títulos. Trabalha arduamente por fazer valer o seu mérito e ambiciona o dia em que o seu pai, o poderosíssimo e machista Gustaf De La Grip, a convide para trabalhar na administração da sua empresa.
A igualdade de género é uma tema sempre muito presente no livro, o que me surpreendeu tendo em conta que autora é escandinava e onde, supostamente, a igualdade de género não sofre de tantas disparidades. Pelos vistos, não é algo que ainda tenha chegado ao sector financeiro (e talvez a tantos outros), onde os cargos de chefia são maioritariamente ocupados por homens. Hammar distingue-se também por isso: não contrata géneros, contrata competência.
Num último golpe financeiro, David pretende adquirir – e aniquilar os administradores – a Investum, fundada pelos De la Grip, família cujo passado, ou parte dele, está ligado a pedaços de história de David.
Para concluir a aquisição hostil, Hammar tenta seduzir o único membro da família que possivelmente teria razões para se lhe juntar e fazer frente à Investum: Natalia De la Grip.
Não vos posso contar mais, sob pena estragar a surpresa e o entusiasmo da leitura. Uma coisa vos garanto: não vão querer parar e vão precisar de uns dias para recuperar e fazer o luto pelo final da história.
Classificação:
May we meet again
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(a partir de hoje, às 9h30 de segunda feira, leituras alheias traz-vos opiniões sobre livros de outros bloggers ou amigos)
A Carta Proibida de Lisa T. Bergren
Os Dotados #1
ISBN: 9789722908788
Editado em 2007 pela Difel
Sinopse
O ano é 1339 e um segredo com meio milénio está prestes a ser exposto. Séculos antes, a Igreja compilou as cartas escritas por Paulo com outros textos para formar a fundação do cânone cristão, que acabou por se tornar a Bíblia que conhecemos hoje. Mas o que o mundo não sabe é que Paulo pode ter escrito outra carta - uma carta que fala de homens e mulheres que, embora filhos de homens, possuem dons espirituais misteriosos. Quando um monge, reivindicando inspiração divina, copiou esta missiva não canonizada - e a ilustrou com a visão magnificente de uma bela mulher, que a profecia dizia ser a primeira dos Dotados -, foi submetido a uma morte ardente.
Mas, de alguma forma, a carta sobreviveu...
Agora, gerações depois, chegou a altura de os Dotados se reunirem. A bela curandeira, o sábio sacerdote, o cavaleiro com fé suficiente para abandonar a Igreja - todos regressarão a Siena para enfrentar inimigos dentro e fora das suas próprias fileiras. Mas, à medida que os seus dons se tornam mais fortes, cresce também o poder daqueles que querem destruí-los. Têm de correr contra o tempo para encontrar os restantes Dotados e para decifrar a profecia que adivinhou a sua chegada. Pois apenas através da combinação dos seus poderes conseguirão escapar àqueles que estão decididos a destruí-los e revelar o segredo da carta que determinará o destino da Igreja... e do mundo.
A minha opinião
Há livros que nos agradam pela história. Pelas personagens. Pela envolvente. Pela pesquisa que se vê que o autor fez. Pela escrita. Mas depois há casos em que, mesmo que tudo isso nos agrade, o livro é de leitura difícil, não nos prende nem nos agarra. Custam a ler apesar de estarmos a gostar.
A Carta Proibida é um desses casos. Uma boa história, personagens interessantes, algum suspense, um enredo bem engendrado, muita pesquisa feita pela autora. Mas não me prendeu, não me fez abstrair de tudo o que me rodeia.
Creio que parte do problema estará na religiosidade excessiva. Demasiadas passagens bíblicas, demasiada intervenção divina, demasiadas orações. Não me entendam mal, considero-me católica mas parece-me que há um excesso excessivo de Deus neste livro (e sim, foi propositado para entenderem o que quero dizer) o que o torna pesado e pouco atraente.
Também não ajuda o facto do ritmo ser lento. Passam-se páginas e páginas em que a acção é mínima ou inexistente, que estamos por ali a navegar sem rumo e sem perceber exactamente para onde vamos.
Apesar disso tudo, cheguei ao fim deste primeiro livro com vontade de ler o seguinte, vamos lá ver se há melhorias ou não. Depois vos conto.
Classificação:
May we meet again
Sorriste-me de Joana Veríssimo
Edição de autor
Sinopse
(sem sinopse)
A minha opinião
Pediu-me a Joana que lesse este seu segundo livro e que desse a minha opinião sincera. Sendo sempre esse o propósito deste blog – opiniões honestas e sinceras sobre livros – decidi aceitar a proposta e hoje tive oportunidade de o ler.
Sorriste-me fala, de uma forma intimista, do amor entre Laura e Pedro, dois jovens desconhecidos que se apaixonam à primeira vista. A escrita demonstra ainda alguma necessidade de aperfeiçoamento aqui e ali, mas no geral está bem encaminhada. É um livro romântico (e logo eu que sou a pessoa menos romântica à face da terra…), que se lê bem, que nos entretém e que distrai.
Creio que Sorriste-me será mais uma ode ao amor do que propriamente uma história de amor. E digo isto porque, na realidade, o livro fala nos sentimentos que ambos têm, omitindo (deliberadamente ou propositadamente?) a história em sim. Claro que há momentos de história mas focando sempre no que ambos estavam a sentir. Não que isto seja negativo, que não é, mas acaba por não ser claro, para o leitor, o que se passou entre Laura e Pedro.
E sendo uma ode ao amor (mais que uma história) os dois ou três diálogos que aparecem no livro, que seguem a mesma linha são pouco naturais (como são pouco naturais as frases que sussurram um ao outro em determinados momentos).
Por fim, as introduções a cada um dos capítulos interrompem a leitura e fazem com que se “perca o fio à meada”.
Sorriste-me é um livro romântico, escrito para românticos. Se eu que sou a menos romântica do mundo gostei de o ler, vocês, os românticos, também vão gostar.
Podem adquirir o livro contactando a Joana aqui
Classificação:
May we meet again
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ISBN: 9789897731198
Editado em 2018 pela Saída de Emergência
Sinopse
O nosso Dragão não devora as raparigas que leva, independentemente das histórias que possam ser contadas fora do nosso vale. Ouvimo-las, por vezes, de viajantes que por aqui passam. Falam como se estivéssemos a fazer sacrifícios humanos e como se ele fosse um dragão verdadeiro. Claro que isso não é verdade: ele pode ser um mago imortal, mas não deixa de ser um homem, e os nossos pais juntar-se-iam e matá-lo-iam se ele quisesse devorar uma de nós a cada dez anos. Ele protege-nos contra o Bosque e nós estamos-lhe gratos, mas não assim tão gratos.
Agnieszka adora a sua pacata aldeia no vale, as florestas e o rio cintilante. Mas o maléfico Bosque permanece na fronteira e a sua sombra ameaçadora paira sobre a vida da jovem.
O povo depende do feiticeiro conhecido apenas por Dragão para manter os poderes de Bosque afastados. Mas o Dragão exige um terrível preço pela sua ajuda: uma jovem deve servi-lo durante dez anos, um destino quase tão terrível como perecer a Bosque.
A próxima escolha aproxima-se e Agnieszka tem medo. Todos sabem que o Dragão irá levar a bela, graciosa e corajosa Kasia, tudo aquilo que Agnieszka não é, e a sua melhor amiga no mundo. E não há forma de a salvar.
Mas Agnieszka teme as coisas erradas. Porque quando o Dragão chega, a sua escolha surpreende todos...
Vencedor do prémio Nebula para melhor romance e do prémio Locus para melhor romance de fantasia
A minha opinião
Sabem aqueles livros que nos transportam para os tempos antigos, para as histórias contadas à lareira (ou ao redor da fogueira), pelos mais velhos? Aquelas lendas antigas transmitidas de pais para filhos, para os netos?
Coração Negro levou-me, por magia, para uma sala aconchegante, com a lareira acesa, um chá na mão, uma mantinha nas pernas e uma velhota ou um velhote a contar-me a história de Agnieszka e o Dragão. Quase que podia fechar os olhos (vá, pronto, não dava mesmo para fechar senão não conseguia ler, não é?) e ver tudo a acontecer à minha frente. Simplesmente fabuloso, simplesmente maravilhosa a capacidade de Naomi Novik fazer tudo isto acontecer com meras palavras conjugadas em frases mais ou menos longas, com personagens com nomes difíceis de pronunciar mas que, até por isso, se tornam mais familiares.
Tenho para mim que um livro, por mais dramático que seja, fica a ganhar com uma ou outra pontinha de humor. Coração Negro tem várias pontinhas de humor que não o desprestigiam, antes o tornam ainda mais credível, mais fácil de ler. Houve até momentos que achei que me os meus companheiros de viagem no comboio me iam internar por estar a rir para um livro... (enfim, a avaliar pelas caras que me vão fazendo, não deve faltar muito para isso acontecer).
Claro que nada disto importa se as personagens forem destituídas de qualquer interesse. Em Coração Negro, houve um cuidado extraordinário na construção das personagens, que se tornam fortes, interessantes, charmosas e atraentes, com doses variadas de mistério. Até nas relações entre si, levando o leitor a viajar entre sentimentos vários, entre o amor e a amizade, o ódio e a compaixão e, por fim, o entendimento e aceitação.
Um livro praticamente perfeito, em suma (só gostava mesmo que tivesse mais páginas porque acabou demasiado depressa).
Leia aqui as primeiras páginas
Classificação:
(este livro foi-me oferecido pela Saída de Emergência em troca duma opinião honesta e sincera)
May we meet again
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