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Os Demónios de Fiódor Dostoiévski
ISBN: 9789896411534
Editado em 2010 pela Relógio D'Água
Sinopse
Verkhovenski e Stavróguin são os líderes de uma célula revolucionária russa. O seu objectivo é derrubar o governo, destruir a sociedade e tomar o poder. Mas quando o grupo está prestes a ser descoberto uma questão se coloca. Estarão os seus elementos dispostos a matar-se uns aos outros para encobrir o seu rasto? O romance baseia-se, em parte, na história de um estudante assassinado pelos seus colegas revolucionários. Mas é também uma descrição da Rússia do século XIX e uma acusação contra os que usam a violência em nome dos seus princípios.
Tolerado por Lenine, banido por Estaline, cujo regime parece ter antecipadamente previsto, Dostoievski só seria redescoberto na URSS a partir dos anos 60 do século XX. É que a extrema atenção com que o autor de Os Demónios seguia os acontecimentos da sua época permitiu-lhe prever os excessos e sofrimentos para que o seu país caminhava.
«Os romances de Dostoievski representam graus sucessivos de uma busca da existência de Deus; neles é elaborada uma profunda e radical filosofia da acção humana. Os heróis de Dostoievski estão embriagados de ideias e consomem-se no fogo da linguagem.»
A opinião d'Miss F
Dostoiévski, não diminuindo a genialidade de outros escritores russos, é o que mais me completa como leitora. A sua escrita é um caleidoscópio do ser humano. Todas as perspectivas estão correctas, até os paradoxos, como a aparente impossibilidade moral desta narrativa.
Quando comecei a ler Os Demónios assustei-me com o título. Para além disso, a edição que me acompanhou para todo o lado tinha capa vermelho vivo com o título impresso a letras douradas. Senti-me a carregar a bíblia do diabo.
Mas aquietem-se as mentes mais supersticiosas que este livro nada tem de sobrenatural. De sobrenatural apenas a genialidade de quem o escreveu, como eu não me canso de repetir.
Nas primeiras páginas, tudo e todos parecem inofensivos. Os acontecimentos sucedem-se a um ritmo alucinante, envoltos numa neblina gótica, qual tragédia grega, que de loucura em loucura, encaminha tudo e todos para um clímax demoníaco.
É tudo tão absurdo, mas ao mesmo tempo tão penosamente real, que queremos rir, porque tudo aquilo nos diverte. Um riso trágico deveras, que o mundo pesa-nos por ser assim, pouco ou nada havendo a fazer.
Sob a batuta de uma escrita muito mais fluida do que aquela que adornou as páginas de Crime e Castigo, não conseguimos parar de o ler e queremos sempre mais.
Mais e mais páginas se outras tantas houvessem.
Classificação:
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