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Acheron de Sherrilyn Kenyon
Predadores da noite #14
ISBN: 9789724619255
Editado em 2009 pela Casa das Letras
Sinopse
Um deus nasceu há onze mil anos. Amaldiçoado num corpo humano, Acheron teve uma vida de sofrimento. A sua morte humana originou um horror indescritível que quase destruiu a Terra. Trazido de volta contra a sua vontade, tornou-se o único defensor da humanidade. Só que não foi assim tão simples...
Durante séculos, lutou pela nossa sobrevivência e escondeu um passado que não desejava revelar. Agora, tanto a sua sobrevivência, como a nossa, dependem da única mulher que o ameaça. Os velhos inimigos estão a despertar e a unir-se para matá-los - aos dois.
A minha opinião
Acheron é, muito provavelmente, o melhor livro de toda a série Predadores da Noite. É o mais completo, dado que acompanha a vida de Acheron - a mítica personagem transversal a toda a série - desde o nascimento até aos dias de hoje, permitindo-nos conhecer todas as razões para a sua maneira de ser, para as suas atitudes e para o seu comportamento.
Acheron é um livro cru, arrebatador e chocante. É talvez o mais emotivo, o mais violento e o que mais nos prende a atenção. É um livro que não se consegue largar, que queremos ler mais um bocadinho, só mais um bocadinho (ainda que faltem 200 páginas para o fim e esteja na hora de ir dormir).
Algumas descrições podem dar a volta ao estômago, só de imaginar o que ele terá passado. Mas, ao mesmo tempo, o amor de Ryssa pelo seu irmão torna tudo mais fácil.
Apesar de ter sido editado em 14º lugar, creio que este é um livro que se deverá ler ao inicio da série já que explica não só a vida de Acheron mas também como nasceram os Predadores da Noite, a relação entre Acheron e Artemis.
Quando acabei este livro, confesso, tive de pensar duas vezes se continuaria a ler a série de momento. Tenho por ali uns quantos em fila de espera, aos quais voltarei certamente em breve mas tive receio de que o próximo fique a perder em termos de comparação e acabe por não o aproveitar convenientemente.
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O Abraço da Noite de Sherrilyn Kenyon
Predadores da noite #3
ISBN: 9789898032744
Editado em 2010 pelas Edições Chá das Cinco
Sinopse
«Querida leitora
A vida para mim é ótima. Tenho o meu café de Chicória, o meu beignet quente e o meu melhor amigo ao telemóvel. Depois de o sol se pôr, sou a pior coisa que percorre a noite: comando os elementos e não conheço o medo. Durante séculos, protegi os inocentes e tomei conta da humanidade, assegurando-me de que estão seguros a salvo num mundo em que nunca nada é certo. Tudo o que quero em troca é uma miúda gira num vestido vermelho, que não queira mais nada de mim para além de uma noite. Em vez disso, sou atropelado por um carro alegórico de Carnaval que me tenta transformar num animal morto à beira da estrada e conheço uma mulher que me quer salvar a vida mas não se consegue lembrar onde me pôs as calças. Vibrante e extravagante, Sunshine Runningwolf deveria ser a mulher perfeita para mim. Não quer nada mais do que esta noite, sem laços, sem compromissos a longo prazo.
Mas, sempre que olho para ela, começo a desejar concretizar sonhos que enterrei séculos atrás. Com os seus modos pouco convencionais e a sua capacidade para me surpreender, Sunshine é a única pessoa de que preciso. Mas amá-la significaria a sua morte. Fui amaldiçoado e nunca poderei conhecer a paz ou a felicidade, não enquanto o meu inimigo espera na noite para nos destruir a ambos.»
Talon dos Morrigantes
A minha opinião
O grave problema da série Predadores da Noite é que se torna viciante. E pior, pode-se ler pela ordem que se quiser que, tirando um ou outro detalhe, não faz grande diferença (o pior que pode acontecer é percebermos que determinado predador da noite se vai juntar com alguém ou que alguém que era amigo passou a inimigo).
Dito isto, decidi, aqui há uns dias, que iria completar esta colecção (ainda me faltavam uns quantos) e lá andei pelos grupos do facebook à procura dos livros.
É quando leio séries como esta que me volta a ideia. Para quem gosta de livros com uma forte componente sexual, porque raio leram As 50 sombras? já pensaram em ler outros livros - com bastante melhor qualidade, com descrições que não resvalam para o pornográfico?
Não é que eu seja particularmente fã mas a verdade é que Sherrilyn Kenyon consegue que os seus livros sejam eróticos e não pornográficos, consegue que a leitura seja aprazível e interessante e que cheguemos ao fim do livro bastante agradados.
O Abraço da Noite não é diferente. Peca talvez por ser mais focado em Zarek (que terá um livro dedicado exclusivamente a ele) mas tirando isso, é um livro que se lê com gosto, que nos diverte (tem cenas hilariantes como a da toalha rosa), com romance qb e que nos abre o apetite para outros livros da mesma colecção, nomeadamente para a história de Acheron...
Leia aqui as primeiras páginas
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Capitães da Areia de Jorge Amado
Sinopse
Capitães da Areia é o livro de Jorge Amado mais vendido no mundo inteiro.
Publicado em 1937, teve a sua primeira edição apreendida e queimada em praça pública pelas autoridades do Estado Novo. Em 1944 conheceu nova edição e desde então sucederam-se as edições nacionais e estrangeiras, e as adaptações para a rádio, televisão e cinema.
Jorge Amado descreve, em páginas carregadas de grande beleza, dramatismo e lirismo poucas vezes igualados na literatura universal, a vida dos meninos abandonados nas ruas de São Salvador da Bahia.
Dividido em três partes, o livro atinge um clímax inesquecível no capítulo: Canção da Bahía, Canção da Liberdade., em que é narrada a emocionante despedida de um dos personagens da história, que se afasta dos seus queridos Capitães da Areia na noite misteriosa das macumbas, enquanto os atabaques ressoam como clarins de guerra.
A opinião do David
Que história!
Os Capitães da Areia são crianças abandonadas que tiveram que sobreviver, literalmente, de qualquer maneira. Este livro foi a prova viva de que o amor vence tudo, e era amor o que sentiam entre eles, de intensa proteção pelo grupo, de comunhão pelo grupo, que fê-los vencer sempre, mesmo que a polícia os apanhasse. Fugiram sempre.
Engraçado compreender, independentemente do facto de serem criminosos, a profunda falta que o carinho por uma mãe ou por um pai provocou neles e que, de tempos a tempos, lá descobriam por via de outras pessoas, que acabavam por furtavam, porque não sabiam viver de outra forma.
Havia neles uma necessidade tremenda de sair daquela vida, de liberdade, de amor. Pecavam constantemente, ora pelo crime, ora pelas necessidades juvenis da sexualidade, mesmo sabendo que eles tinham essa noção e estavam dispostos a limparem-se disso.
A parte final entristeceu-me.
A despedida, o cheiro constante a perigo e a morte, o continuar de uma história que apesar de assombrar Salvador da Bahia, era a única vida que os Capitães podiam ter.
Indo mais longe, este livro faz pensar. A educação e o amor são valores altamente fundamentais para o crescimento de qualquer criança e adulto, e que sem isso, viveremos em constante sobressalto, sem saber o que é certo ou o que é errado.
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Um mundo Sem Fim - Ken Follett
Dois volumes
Editado em 2008 pela Editorial Presença
Lidos em 2013
Sinopse
À semelhança de Os Pilares da Terra, Ken Follett volta ao registo do romance histórico, numa obra dividida em duas partes graças às quase mil páginas que a compõem. A Presença publica agora o primeiro volume de Um Mundo Sem Fim, que se prevê repetir o sucesso de Os Pilares da Terra. O autor sentiu-se bastante motivado a escrever este novo livro já que desde Os Pilares da Terra, publicado em 1989, os leitores de todo o mundo clamavam insistentemente por uma sequela. Finalmente Follett inspirado e com coragem e determinação, sem esquecer uma enorme dedicação, lançou-se na escrita de Um Mundo Sem Fim, a continuação de Os Pilares da Terra, onde recorre a elementos comuns do primeiro livro e dá vida a descendentes de algumas personagens. Recuperando a mesma cidade Kingsbridge, o cenário é ambientado dois séculos mais tarde onde nos transporta até 1327. Aí iremos ao encontro de quatro crianças que presenciam a morte de dois homens por um cavaleiro. Três delas fogem com medo, ao passo que uma se mantém no local e ajuda o cavaleiro ferido a recompor-se e a esconder uma carta que contém informação secreta que não pode ser revelada enquanto ele for vivo. Estas crianças quando chegam à idade adulta viverão sempre na sombra daquelas mortes inexplicáveis que presenciaram naquele dia fatídico. Uma obra de fôlego com a marca assinalável e absolutamente incontornável de Ken Follett.
A minha opinião
Ken Follett é um dos meus autores favoritos desde que li Os Pilares da Terra. Um Mundo Sem Fim é, supostamente, a sequela d’Os Pilares da Terra mas, na verdade, o que une estes livros é o local da acção, Kingsbridge e uma das famílias que é descendente muito afastado de Tom Pedreiro, mais exactamente de Martha, a filha mais nova de Tom.
O primeiro volume inicia-se em 1 de Novembro de 1327, altura da Feira do Velo no priorado. Gwenda, Caris, Ralph e Merthin são quatro crianças, com idades muito próximas e que não se conhecem. Nesse dia as suas vidas vão-se cruzar com Thomas, um cavaleiro que esconde um segredo, o que terá efeitos que se irão sentir para o resto das suas vidas.
Kingsbridge continua a estar ligada ao priorado cujo prior falece em sequência dum acidente. Nessa altura começam os jogos de poder dentro do priorado o que acaba por afectar toda a cidade. Aliás, o forte deste livro são mesmo as lutas por poder, dentro do priorado, entre o priorado e o convento de freiras que nasceu ao lado da catedral construída por Tom e Jack nos Pilares da Terra, assim como entre a Guilda Paroquial e o priorado.
Acompanhamos o crescimento destas crianças num ambiente medieval, com todas as nuances próprias dessa época, com a caça às bruxas, o rebaixamento das mulheres que eram consideradas abaixo dos homens.
Este primeiro volume termina em Maio de 1339
Escrito com a qualidade a que o autor nos habituou, é, sem dúvida, um livro a ler e a reler. Comecei o segundo volume de imediato porque a ânsia de saber o que o futuro reserva a todos os personagens, sejam eles bons ou maus, é imensa.
No segundo volume d’Um Mundo sem Fim continuamos a acompanhar a vida de Gwenda, Caris, Ralph e Merthin, as quatro crianças que conhecemos no primeiro volume. O volume inicia-se com o princípio da peste negra que tanta gente ceifou na idade média. Percebemos, conforme vamos avançando na leitura, como é que a peste matou tanta gente, porque é que se espalhou com tanta facilidade e, acima de tudo, sentimos a impotência que foi lutar contra uma doença bastante mortal que muitos acreditavam ser um castigo de Deus.
Assistimos ainda à mudança de mentalidades, quer da Igreja quer dos populares, quer aceitando melhor a intervenção das mulheres – que, até essa altura, eram descriminadas e quase que ignoradas pela sociedade em geral – quer em termos de higiene.
A peste vai matar algumas das personagens que nos acompanharam no primeiro livro e algumas das novas que são introduzidas neste volume. Leva alguns dos “bons” mas também dos “maus” provando, mais uma vez, que a morte, seja ela induzida da forma que for, é democrática e não escolhe quem quer levar.
Quando lemos a última página e fechamos o livro, fica uma sensação de vazio. Aliás como na maior parte dos livros deste autor, cada livro sabe-nos a pouco, apesar das histórias ficarem terminadas e não haver pontas soltas.
Leia aqui as primeiras páginas do primeiro volume e aqui as primeiras páginas do segundo volume
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Os Demónios de Fiódor Dostoiévski
ISBN: 9789896411534
Editado em 2010 pela Relógio D'Água
Sinopse
Verkhovenski e Stavróguin são os líderes de uma célula revolucionária russa. O seu objectivo é derrubar o governo, destruir a sociedade e tomar o poder. Mas quando o grupo está prestes a ser descoberto uma questão se coloca. Estarão os seus elementos dispostos a matar-se uns aos outros para encobrir o seu rasto? O romance baseia-se, em parte, na história de um estudante assassinado pelos seus colegas revolucionários. Mas é também uma descrição da Rússia do século XIX e uma acusação contra os que usam a violência em nome dos seus princípios.
Tolerado por Lenine, banido por Estaline, cujo regime parece ter antecipadamente previsto, Dostoievski só seria redescoberto na URSS a partir dos anos 60 do século XX. É que a extrema atenção com que o autor de Os Demónios seguia os acontecimentos da sua época permitiu-lhe prever os excessos e sofrimentos para que o seu país caminhava.
«Os romances de Dostoievski representam graus sucessivos de uma busca da existência de Deus; neles é elaborada uma profunda e radical filosofia da acção humana. Os heróis de Dostoievski estão embriagados de ideias e consomem-se no fogo da linguagem.»
A opinião d'Miss F
Dostoiévski, não diminuindo a genialidade de outros escritores russos, é o que mais me completa como leitora. A sua escrita é um caleidoscópio do ser humano. Todas as perspectivas estão correctas, até os paradoxos, como a aparente impossibilidade moral desta narrativa.
Quando comecei a ler Os Demónios assustei-me com o título. Para além disso, a edição que me acompanhou para todo o lado tinha capa vermelho vivo com o título impresso a letras douradas. Senti-me a carregar a bíblia do diabo.
Mas aquietem-se as mentes mais supersticiosas que este livro nada tem de sobrenatural. De sobrenatural apenas a genialidade de quem o escreveu, como eu não me canso de repetir.
Nas primeiras páginas, tudo e todos parecem inofensivos. Os acontecimentos sucedem-se a um ritmo alucinante, envoltos numa neblina gótica, qual tragédia grega, que de loucura em loucura, encaminha tudo e todos para um clímax demoníaco.
É tudo tão absurdo, mas ao mesmo tempo tão penosamente real, que queremos rir, porque tudo aquilo nos diverte. Um riso trágico deveras, que o mundo pesa-nos por ser assim, pouco ou nada havendo a fazer.
Sob a batuta de uma escrita muito mais fluida do que aquela que adornou as páginas de Crime e Castigo, não conseguimos parar de o ler e queremos sempre mais.
Mais e mais páginas se outras tantas houvessem.
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