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2018 foi, seguramente, o melhor ano de leitura dos últimos anos. 96 livros, 32924 páginas que resultaram em horas e horas de prazer. Horas em que perdi a noção do tempo, que me envolvi com centenas de personagens, em novas histórias, novos mundos e o encanto que sempre sinto com um livro na mão.
Primeiro os números. apesar de estar sempre a dizer o mantra: Não comprarás mais livros, na realidade terminei 2017 com 182 livros para ler, já li 96... e só me faltam 201 na estante da vergonha... enfim, Magda sendo Magda...
Jogos de Raiva foi o melhor livro de um autor português. Façam um favor a vocês mesmos. Se ainda não leram este livro, leiam. Vão ver que não se arrependem. Antes de Sermos Vossos foi, muito provavelmente, o livro mais marcante deste ano que hoje termina. Um dia irei relê-lo. Uma Coluna de Fogo foi o livro com mais páginas. Um regresso a Ken Follet e Kingsbridge. A Esposa Minúscula só é pequeno de tamanho (foi o livro com menos páginas lido em 2018) mas é grande de conteúdo. Destroços foi lido na pior altura possível mas, ainda assim, valeu a pena (ninguém me mandou ler um livro sobre um desastre de avião enquanto viajava num!) e Vozes de Chernobyl teve de ser interrompido algumas vezes porque me deixou com nós no estômago.
Em 2018 O livro secreto continuou e ainda temos mais uns meses pela frente. E também em 2018 descobri a Chave Negra.
Começo 2019 a ler À Morte Ninguém Escapa de M.J. Arlidge e vamos ver como corre o resto do ano.
Boas leituras para vós em 2019 e bom ano
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O Meu Pé de Laranja Lima de José Mauro de Vasconcelos
Primeira edição em 1968
ISBN: 9789898491886
Reedição em 2015 pela Fábula
Sinopse
Esta é a história comovente de Zezé, um menino de seis anos nascido no seio de uma família muito pobre. Zezé é inteligente, sensível e criativo, mas muito endiabrado. Carente do afeto que não encontra junto do pai e da mãe, mais preocupados em sobreviver a cada dia, o menino perde-se nas ruas, onde só lhe dá para inventar travessuras.
Tendo aprendido demasiado cedo a dor e a tristeza, Zezé acaba por usar o mundo da sua imaginação para fugir da realidade da vida: toma por confidente um pé de laranja lima, a que chama Xururuca e ao qual revela os seus sonhos e desejos. Será nesta fantasia que Zezé vai encontrar a alegria de viver e a força para vencer as suas adversidades. O Meu Pé de Laranja Lima é a obra maior de José Mauro de Vasconcelos, um dos grandes nomes da literatura brasileira. Um livro que urge descobrir, ou reencontrar, e que é aclamado como um dos mais importantes livros juvenis em língua portuguesa.
A opinião da Joana
Antes de saber ler, já era incentivada pelos meus pais a pegar em livros e perder-me neles.
No início, via as imagens. Pedinchava a quem sabia ler para me ler os livros da Anita, entre outros tantos.
Ansiava muito por aprender a ler.
Aprendi depressa e a minha vida mudou.
Nas férias grandes da segunda para a terceira classe li tudo o que tinha lá em casa.
De tudo o que li, estava este.
Adorei. A escrita é simples, tão simples! Acessível a uma criança de 8 anos.
Gostei do livro porque me identifiquei com a personagem, o Zezé, tal como eu era levado da breca. E naqueles dias piores revirava o bairro. Tal e qual, eu!
Mais tarde, já trabalhava voltei a encontra-lo em casa dos meus pais.
Fiquei com ele para mim. Li-o outra vez. Voltei a emocionar-me. Como é que uma escrita tão simples, nos dá tanto? Acho que a resposta é mesmo a simplicidade da história e a maneira genial como José Mauro de Vasconcelos a conta.
Voltei a este livro, recentemente. E li-o mais uma vez. Tocou-me tal como das outras vezes. Pelas razões de sempre mas desta vez foi ainda mais especial: pai, mãe, irmãos não têm de ser os de sangue. Pai, mãe, irmãos são aqueles que nos entram no coração e nunca mais saem. Às vezes são os de sangue outras vezes não. Neste momento da minha vida, faz mais sentido do que nunca.
O livro é uma poesia escrita em prosa.
Ternura em estado puro.
Faz-nos rir e chorar ao mesmo tempo. Tal e qual a vida…
(infinitas estrelas…)
Leia aqui as primeiras páginas
Classificação:
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(às 9h30 de segunda feira, leituras alheias traz-vos opiniões sobre livros de outros bloggers ou amigos)
Destroços de Emily Bleeker
Tradução de Maria João Trindade
ISBN: 9789897730443
Editado em 2017 pela Saída de Emergência
Sinopse
Lillian Linder é uma mentirosa. À superfície, aparenta ser a sobrevivente corajosa de um acidente de avião. Mas tem vindo a mentir à sua família e ao resto do mundo desde que os helicópteros de salvamento a resgataram a si e a Dave, outro sobrevivente, de uma ilha deserta no Pacífico Sul. Desaparecidos durante dois anos, tornaram-se estrelas e recebem as atenções de toda a imprensa. Mas nunca poderão contar a verdadeira história…
O público está fascinado por ambos, mas Lillian e Dave têm de regressar às suas vidas e esposos. Genevieve Randall, uma jornalista experiente e obstinada, suspeita que a história pode ser falsa e está determinada a desvendar a verdade a qualquer custo, mesmo que implique destruir as vidas de Lillian e Dave. Uma história eletrizante que nos faz questionar a importância da sobrevivência, tanto no meio da natureza selvagem como sob os holofotes da imprensa implacável.
A minha opinião
Viemos até Leiscester trazer a gaiata e a amiga e, obviamente, tivemos de vir de avião. Naturalmente eu trouxe vários livros na mala (3 ou 4 para ser mais precisa, afinal vamos cá estar uns dias) e, claro, pensei num para a viagem de avião. Só que, quando acordamos - no dia da viagem - tivemos a noticia que, devido ao nevoeiro forte que tinha estado nessa noite em Lisboa, o voo estava atrasado quase 3 horas. Bem... peguei em mais dois livros pequenos e pronto. Estava pronta para esperar no aeroporto. Se houvesse sitio para nos sentarmos sem ser no chão, ou se não estivesse o terminal 2 atulhado de tal maneira de gente que nem conseguíamos dar um passo sem tocar em alguém...
Quando, finalmente, íamos entrar para o avião, escolhi um livro. Este livro. E depois de entrar no avião, guardar as malas de cabine e apertar o cinto, no exacto momento em que o avião começa a deslizar na pista eu começo a ler.
Brilhante, Magda.. momento brilhante. Quem mais se lembraria de ler um livro sobre um desastre de avião enquanto viaja... de avião? E logo eu que não gosto por ai além de viajar de avião.
Enfim...
Certo é que, felizmente, a viagem correu lindamente, nem uma turbulênciazinha nem nada de mais. E o livro, esse, foi lido quase todo na viagem, tendo-o terminado quando chegamos a casa, enquanto o jantar aquecia.
Este é um livro brilhante. Extraordinariamente brilhante, que me manteve presa da primeira à ultima página. Que nos faz navegar entre o presente e o passado de Lillian e Dave, enquando ambos nos levam a descobrir as várias camadas da verdadeira história do acidente de avião (e deles próprios).
Digo isto várias vezes. Nem todos os escritores conseguem que a alternância entre dois tempos ou entre dois narradores seja bem feita. Emily Bleeker fê-lo com a mestria que apenas os melhores conseguem. São 288 páginas de revelações, de história, com personagens fortes, marcantes e bem construidas.
Claro que, no fim, e sem querer ser spoiler, queremos que a história termine da melhor forma. Mas, se calhar, a forma como termina é mesmo a melhor.
Leia aqui as primeiras páginas
Tudo Por Amor de Jodi Picoult
Editado em 2007 pela Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722625234
Lido em 2015
Sinopse
Nina Frost é delegada adjunta do Ministério Público, acusa pedófilos e todo o tipo de criminosos que destroem famílias. Nina ajuda os seus clientes a ultrapassar o pesadelo, garantindo que um sistema criminal com várias falhas mantenha os criminosos atrás das grades. Ela sabe que a melhor maneira de avançar através deste campo de batalha vezes sem conta, é ter compaixão, lutar afincadamente pela justiça e manter a distância emocional.
Mas quando Nina e o marido descobrem que o seu filho de 5 anos foi vítima de abuso sexual, essa distância é impossível de manter e sente-se impotente perante um sistema legal ineficiente que conhece demasiado bem. De um dia para o outro o seu mundo desmorona-se e a linha que separa a vida pessoal da vida profissional desaparece. As respostas que Nina julgava ter já não são fáceis de encontrar. Tomada pela raiva e pela sede de vingança, lança-se num plano para fazer justiça pelas próprias mãos e que a pode levar a perder tudo aquilo por que sempre lutou.
A minha opinião
Uma melodia inesperada foi a minha estreia com esta autora e tudo por culpa da Nathy. Tudo por amor, na opinião da Nathy, é um livro muito forte. E eu concordo. Fortíssimo pelos dois temas que aborda, pedofilia e o amor de uma mãe.
Nina é uma promotora do Ministério Público especializada em direito de família. Como tal, os casos de violência doméstica e pedofilia passam sempre por ela. Nina conhece, mais do que ninguém, o que a justiça faz ou, mais importante, o que não consegue fazer para manter as crianças seguras. Quando Nathaniel, o seu filho de cinco anos, deixa de falar e Nina vai ao psiquiatra com ele, os sinais estão todos lá. Nathaniel foi violado. Aos cinco anos, Nathaniel conheceu o pior do ser humano e os pais nada conseguiram fazer para o proteger. Caleb e Nina sentem a frustração própria de uns pais que amam o filho mas que descobrem, tarde de mais, que esse amor não o impediu de sofrer. Para Nina a situação é ainda pior porque ela sabe o quão difícil é conseguir uma condenação nestes casos, ainda para mais quando o filho não fala. Patrick, o melhor amigo de Nina é polícia e cabe-lhe investigar este caso de modo a que, quem fez mal ao Peste (nome carinho pelo qual ele chama Nathaniel) seja levado à justiça e condenado.
Quando, finalmente, há um culpado, encontrado com base no testemunho de Nathaniel e dos testes de ADN, Nina – sabendo o quanto a Justiça protege mais o prevaricador do que a criança – decide fazer justiça pelas suas próprias mãos. Só que os testes do ADN podem não ser tão seguros como se julga assim como o testemunho do filho pode ter sido mal percebido. Quando Nina descobre tudo isto, pode ser tarde de mais e o que ela fez por amor ao filho pode-se virar contra ele e fazê-la perder Caleb, Nathaniel e Patrick.
Eu sei que, nas férias, leio bastante mais. E por isso, ainda bem que deixei este livro para ler nesta altura. É que o iniciei à hora de almoço e não me consegui ir deitar sem o ter lido até ao fim. Era preciso, para bem da minha sanidade mental, saber como acabava a história. Quem perdia o quê? Quem é, afinal o culpado e como é um teste de ADN não é, afinal, tão seguro assim.
Felizmente Jodi Picoult tem, por hábito, não deixar dúvidas no fim dos livros. E assim, quando me fui deitar, finalmente, estava esclarecida.
Contrariamente à Nathy, não me surpreendeu o final. Esperava que tal acontecesse, duma forma ou de outra – o amor dos pais pelos filhos é assim mesmo. Mais não direi, terão de o ler para saber o resto.
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O Advogado Mafioso de John Grisham
Tradução de Fernanda Oliveira
ISBN: 9789722532075
Editado em 2016 pela Bertrand Editora
Sinopse
Sebastian Rudd não é o típico advogado da rua. Tem o seu escritório numa carrinha à prova de balas, munido de wi-fi, um bar, um pequeno frigorífico, assentos de cabedal, um compartimento escondido para a arma e um motorista armado até aos dentes. Não pertence a uma firma, não tem sócios, nem associados. O seu único funcionário, o motorista, é também seu guarda-costas, administrativo, confidente e caddy no golfe. Vive sozinho numa penthouse pequena, mas extremamente segura, e a sua principal peça de mobiliário é uma mesa de bilhar vintage. Bebe bourbon e anda armado.
Sebastian defende pessoas de quem os outros advogados nem sequer se aproximariam: um miúdo cheio de tatuagens na pele e drogas no corpo, que diz pertencer a um culto satânico, acusado de abusar sexualmente de duas meninas e de as matar; um perverso chefe do crime organizado que agora se encontra no corredor da morte; um homem preso por disparar contra uma equipa das forças especiais SWAT, que lhe invadiu a casa por engano. Porquê estes clientes? Porque ele acredita que toda a gente tem direito a um julgamento justo, mesmo que para tal ele, Sebastian, tenha de fazer batota.
Detesta injustiças, não gosta de seguradoras, bancos ou grandes empresas; desconfia do governos a todos os níveis e ri-se do conceito de ética do sistema judicial. Sebastian Rudd é uma das personagens mais coloridas e ousadas de Grisham.
A minha opinião
Sou fã incondicional de John Grisham de quem já li uns quantos livros. Mas este, confesso, desiludiu-me um pouco.
O Advogado Mafioso é, basicamente, um livro de contos, interligados entre si, com Sebastian Rudd como personagem principal. E nem sequer é a melhor personagem criada por Grisham.
A maestria da escrita está lá, é claro. Um bom autor consegue sempre - mesmo nos seus piores livros - deixar o seu cunho mas, claramente, não estava inspirado quando escreveu este livro, tanto que, no final, em vez dum fim claro, dá a sensação que chegou ao fim dum normal dia de trabalho e disse: não me apetece escrever mais e pronto. Nem sequer percebeu que o final nem parece um final.
Enfim, creio que todos os autores podem ter um dia mau...
Classificação:
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