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A Alma das Pedras

por Magda L Pais, em 04.01.16

alma das pedras.jpg

A Alma das Pedras de Paloma Sánchez-Garnica

ISBN: 9789896372880

Editado pela Saída de Emergência

Lido em 2016

Sinopse

No ano de 824, três peculiares personagens: um eremita, um Bispo e o seu ajudante, descobrem uma tumba cujos restos mortais asseguram ser do apóstolo Santiago. Nasce assim, perto de Finis Terrae (lugar conhecido como o Fim do Mundo) o santuário de Santiago de Compostela. Para maior glória de Deus. Dois séculos mais tarde, uma jovem nobre, Mabilia, descobre uma marca criada pela mão de um pedreiro, que a conduz a um pergaminho no qual é relatado o milagroso achado dos restos mortais de Santiago. Mabilia decide empreender numa busca pela verdade. Na sua peregrinação conhecerá a bondade que inspira esta viagem, a construção de cidades, edificação de mosteiros, caminhos e pontes, bem como o lado mais obscuro dos pedreiros e do seu dom de "arrancar a alma às pedras" para evitar o esquecimento. A alma das pedras é uma intensa aventura com muita acção num mundo medieval repleto de mistérios e perigos, que cativará os leitores mais curiosos e inquietos.

A minha opinião

Rendi-me a esta autora quando li A Brisa do Oriente e esta Alma das Pedras veio confirmar que é uma autora a seguir (se bem que só estão editados em Portugal estes três livros, com muita pena minha).

Em Setembro de 824, Paio consegue, a custo, convencer o Bispo Teodomiro e o seu escrivão Martín que o túmulo encontrado em Solovio é o do Santo Tiago, não obstante haver pouquíssimas hipóteses de o ser. Numa altura em que muitos cristãos se começam a afastar da sua fé, este túmulo pode ser a salvação para uma igreja que perde, diariamente, muitos dos seus crentes. Mas Teodomiro não se sente confortável com este embuste.
Dois séculos mais tarde, Mabilia e o seu amigo Ernaud encontram um túmulo com uma inscrição estranha que os deixa intrigados. Mabilia é filha do primeiro casamento do Conde de Montmerle que acaba por morrer nas cruzadas deixando um testamento que o irmão se recusa a respeitar, obrigando-a a fugir com o seu irmão mais novo.
Contado a dois tempos, a estrutura do livro torna-o ainda mais atraente, dado que nos permite ir acompanhado, capítulo a capítulo e em simultâneo, as duas histórias que tem dois séculos a separa-las mas que começam e acabam no mesmo sítio, no túmulo de Santiago, levando-nos a percorrer o caminho de Santiago com os primeiros peregrinos que o fizeram.
Mais uma vez a prova de que há autores que entendem a Idade Média e que nos levam a reflectir sobre muitos dos mitos associados à religião. Paloma Sánchez-Garnica é, sem dúvida uma dessas autoras.
Para quem leu e gostou do Nome da Rosa (de Umberto Eco), este romance é de leitura obrigatória. Mas mesmo para quem não leu esse livro, nada como começar com este que é, para mim, um dos melhores livros que li nos últimos tempos.
Um pedido final às editoras... Paloma Sánchez-Garnica tem vários romances escritos, mas só três foram traduzidos para português. Tragam-nos mais livros dela. Por favor...

 




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