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A Biblioteca de Zoran Živković
Livro vencedor do prestigiado World Fantasy Award, A Biblioteca reúne seis histórias fantásticas ligadas à bibliofilia, fazendo-nos pensar em Jorge Luis Borges e na sua biblioteca infinita, mas também no universo de Kafka ou de Umberto Eco. No conto de abertura, um escritor descobre um site onde todos os seus livros, inclusive os que ainda não escreveu, se podem consultar; num outro, uma comum biblioteca transforma-se durante a noite num arquivo de almas; noutro, ainda, o Diabo decide estabelecer os níveis da literacia infernal...
A minha opinião
Creio que, aos poucos, a minha lista de autores que leio com prazer se está a expandir de dia para dia. Culpa, em parte, de ler vários blogs sobre livros, incluindo, claro está, o Planeta da Márcia que tem sido uma das maiores culpadas desse alargamento. Mas também da Fernanda Palmeira que participa na Roda dos Livros (se prezam o dinheiro dentro da carteira e, se tem pouco espaço nas estantes não vão a esses dois blogs!)
A primeira vez que ouvi falar n'A Biblioteca de Zoran Živković foi precisamente pela Márcia. Comprei-o na Feira do Livro em conjunto com O Livro tendo lido este último primeiro. Fiquei logo com vontade de ler A Biblioteca mas Os Últimos Dias dos Nossos Pais estavam ali a chamar-me e por isso intervalei.
A Biblioteca reúne seis bibliotecas diferentes, a virtual, a particular, a nocturna, a infernal, a minimal e, por fim, a requintada. Em todas elas o sonho de qualquer leitor compulsivo - qual de nós não quer uma biblioteca particular ou ser condenado a ler por toda a eternidade?
Toda a gente sabe que os livros devoram espaço sem qualquer piedade. E não existe defesa possível. Qualquer que seja o espaço que se lhes dê, nunca chega. Ocupam primeiro as paredes e depois continuam a espalhar-se por onde conseguirem. Apenas o tecto fica poupado. Chegam sempre uns novos, enquanto o dono não tem coragem para se livrar de nenhum dos velhos. E assim, devagar, sem dar nas vistas, volumes de livros empurram tudo à sua frente. Como glaciares.
Mas ao contrário dos glaciares que são frios e sem vida, todos os livros tem vida. A deles e de quem vive neles. Por isso como não haver uma biblioteca de arquivo das vidas de todos os que já habitaram o nosso planeta?
Mais uma vez, e tal como n'O Livro, A Biblioteca tem momentos de humor negro, de sátira e que nos levam a pensar.
E, mais uma vez, a aposta em novos autores continua a compensar-me. E muito.
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