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A Biblioteca das Sombras

por Magda L Pais, em 18.01.16

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A Biblioteca das Sombras de Mikkel Birkegaard

Editado em 2011 pela Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04552-2
 
Sinopse
No coração de Copenhaga, a livraria Libri di Luca é mais do que uma simples loja de livros velhos e usados. Quando o proprietário Luca Campelli morre de forma inesperada, o seu filho Jon, um proeminente advogado, ver-se-á envolvido num mistério inquietante.
Jon não planeia trocar a sua carreira pela livraria, mas, após uma tentativa de fogo posto à Libri di Luca, descobre que o pai era o líder de uma sociedade secreta de leitores e amantes de livros, os Lectores, criada para preservar uma tradição oculta que remontava à época do esplendor da Biblioteca de Alexandria. Os Lectores eram pessoas dotadas de um misterioso poder, tão fantástico quanto perigoso, que lhes permitia seduzir o leitor com histórias extraordinárias, evocar mundos imaginados, mas também manipulá-lo e levá-lo a pensar exactamente aquilo que queriam. Quanto mais Jon descobre, mais fica com a certeza de que a morte do pai nada teve de natural. Haverá uma conspiração no seio dos Lectores? Após inúmeras questões que escapam à sua compreensão, o jovem advogado ver-se-á obrigado a investigar as suas raízes para salvar a própria vida.
Uma leitura fascinante e perigosa, repleta de reviravoltas e suspense, que conduzirá o leitor a fronteiras inimagináveis.
 
A minha opinião
Caramba! uma pessoa lê a sinopse dum livro que encontra na wook com 50% de desconto, consulta o Goodreads para ver a classificação e a opinião das outras pessoas, repara que, dos seus amigos nenhum leu o livro, e acaba por arriscar. E depois, em vez de despachar as coisas que tem para fazer num determinado domingo (ontem), fica no sofá umas horas seguidas a acabar de ler o livro simplesmente porque não o consegue largar. Sim, isto foi o que me aconteceu com este livro.
Vamos primeiro à história.
Quando Luca regressa a casa duma viagem, encontra um livro novo no seu santuário - a livraria Libri di Luca - e começa a le-lo. Mas, enquanto o lê, as emoções são demasiado fortes e acaba por morrer como sempre sonhou: no meio dos seus livros.
Jon, filho de Luca, é um advogado de sucesso cujas alegações finais são sempre acompanhadas com interesse por todos. Desde que a mãe se suicidou que a ligação de Jon com Luca é quase inexistente, e, por isso, quando Luca morre e Jon herda a Libri di Luca, o seu primeiro pensamento é entrega-la a Iversen que sempre trabalhou com Luca. Só que Iversen recusa e quer que Jon ocupe o lugar que é seu, por direito e herança, à frente da Livraria e começa a falar-lhe na Sociedade de Bibliófilos que reúne os Lectores - pessoas que conseguem influenciar os outros através da leitura de textos. Ao mesmo tempo, Jon descobre que, para além dos Lectores Transmissores (que lêem os textos e influenciam as pessoas) existem também os receptores - pessoas que conseguem - na sua mente - ouvir tudo o que as pessoas lêem ao seu redor, influenciando a forma como lêem ou como vivem a leitura.
Jon mantêm-se céptico em relação a todas estas novidades e sem vontade alguma de se juntar à sociedade e ocupar o seu lugar, até que alguém tenta pegar fogo à livraria, obrigando-o a viajar pela sua história onde acaba por descobrir quem era, na verdade, o seu pai bem como as suas raízes, mais não seja para salvar a sua própria vida.
Enquanto Jon se descobre e descobre toda a verdade, nós, os leitores, descobrimos que estamos perante um livro intenso, com reviravoltas, onde nem tudo o que parece, é. Suspense em doses elevadas, mistério e livros, muitos livros, tudo ingredientes que nos levam a percorrer as páginas deste livro desejosos de perceber quem está por detrás dos acontecimentos e o que pretendem de Jon e da Libri di Luca.
E quando chegamos ao fim, ficamos com aquela sensação de vazio, de que nos vai faltar qualquer coisa nos próximos dias porque um livro assim deixa marcas. Positivas mas, ainda assim, marcas.
Este é um livro diferente em que eles próprios - os livros - são o fulcro da questão e os seus leitores, os heróis.
De referir ainda um conceito que achei bastante interessante. A energia dos livros. Livros que nunca tenham sido lidos, manuseados, não tem qualquer energia enquanto que aqueles livros que já foram lidos e relidos várias vezes (independentemente de quem o leu) tem energia. E quanto mais vezes tiverem sido lidos, mais energia têm. Mas não é só a leitura que os carrega de energia - se são uma primeira edição ou se estão escritos na língua original do autor, são outros focos de energia num livro. E, confessem, quando pegam num livro já manuseado - seja porque vos emprestaram ou porque compraram um livro usado - não sentem essa energia? 
Tenho pena, confesso, que este seja o único livro editado em Portugal deste autor. Gostava bastante de ler mais dele.

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