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A Bibliotecária de Auschwitz

por Magda L Pais, em 23.12.15

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A Bibliotecária de Auschwitz de António Iturbe

Editado em 2013 pela Editorial Planeta

ISBN: 9789896574321
 
Sinopse
Auschwitz-Birkenau, o campo do horror, infernal, o mais mortífero e implacável. E uma jovem que teima em devolver a esperança. Sobre a lama negra de Auschwitz, que tudo engole, Fredy Hirsch ergueu uma escola. Num lugar onde os livros são proibidos, a jovem Dita esconde debaixo do vestido os frágeis volumes da biblioteca pública mais pequena, recôndita e clandestina que jamais existiu. No meio do horror, Dita dá-nos uma maravilhosa lição de coragem: não se rende e nunca perde a vontade de viver nem de ler porque, mesmo naquele terrível campo de extermínio nazi, «abrir um livro é como entrar para um comboio que nos leva de férias».
 
A minha opinião
Just foi a primeira pessoa a falar-me deste livro e eu fiquei com a pulga atrás da orelha. Depois veio a M* e a pulga passou a picar-me. A seguir veio a Nathy e a Sofia que, ah e tal vamos ler juntas. E pronto, assim fizemos, pelo que, no fim, vão lá ver o que cada uma delas diz sobre este livro que vale a pena.
Não sou pessoa de me impressionar com facilidade. Normalmente não me custa ler as descrições de cenas macabras ou de maus tratos. Tanto que, até hoje, e das centenas de livros que li, só tive de interromper a leitura de quatro deles por causa das descrições feitas. A Lista de Schindler, A Ilha das Trevas, O Asteca (são dois volumes), e este. Mas não pensem que isso torna o livro pior. Antes pelo contrário, obrigam-nos a pensar no que terão suportado os que sobreviveram e no que terão sofrido os que morreram.
Em Auschwitz é criado um campo familiar onde pais, mães e filhos podem estar juntos. Um campo que serviria para fingir aos observadores da Cruz Vermelha, que os judeus eram tratados normalmente. E é nesse campo Fredy Hirsch usa o barracão 31 como uma escola, onde tenta que as crianças tenham uma vida o mais normal possível, se é que a normalidade pode co-existir com o extermínio em massa de seres humanos... Dita, uma jovem de 14 anos é a responsável pelos tesouros da escola - os livros. Livros em papel e livros vivos - pessoas que decoraram uma história e que a contam vezes sem conta às crianças, dando-lhes a sensação de que estão numa escola normal e que, ao lado, não estão as câmaras de gás.
Este livro começa em Janeiro de 1944, ano e meio antes do fim da segunda grande guerra e dá-nos a conhecer o percurso de Dita. Pelas suas memórias fotográficas sabemos como era a sua vida antes de ser transferida para o Campo e recordamos aquilo que aprendemos na escola ou nos filmes que vimos sobre os campos de concentração - as experiencias "cientificas" que Mengele fazia com as pessoas - novas e velhas. E ficamos também a saber que, entre os prisioneiros - apesar de companheiros de infortúnio - não havia muita solidariedade. Era cada um por si e logo se via. Dita, ainda assim, com a sua amiga Magrit, consegue - no meio de toda a desgraça - rir e acreditar que um dia a vida irá melhorar.
Sem dúvida que é um livro pesado, intenso, forte e violento. Mas também é um livro que nos deixa acreditar que é sempre possível encontrar - mesmo num campo de concentração - as coisas boas da vida. Basta que saibamos procurar e que acreditemos que elas existem.
Por fim, deixo-vos o recado que Dita gostaria de ter deixado junto aos livros que escondeu no Barracão 31 para o caso de serem encontrados:
Cuida deles e eles cuidarão de ti.
 

22 comentários

De o marciano a 23.12.2015

Os livros dos terrestres por vezes tem dificuldade em chegar a Marte e foi especialmente nos anos terrestres de 1933-45 do século passado que mais se notou isso especialmente aqueles com selo "made in germany". Ao contrário do que sucede em Marte, no planeta azul, as palavras por vezes metem medo aos altos dirigentes, porque iluminam e alimentam a alma e o saber humano.
Embora não conheça o autor nem o livro referido gostei bastante do texto e aproveito para deixar uma sugestão de leitura terrestre sobre o mesmo tema: "Fatherland" de Robert Harris. que já teve edição no vosso país e do qual foi feito um filme, que passou na televisão marciana, com os terrestres Rutger Hauer e Miranda Richardson nos protagonistas, como vocês dizem. Boas Festas marcianas e continuação de boas leituras.

De Magda L Pais a 23.12.2015

Caro Marciano, obrigado por teres vindo visitares os terráqueos. Farei os possíveis para que o livro em causa seja editado em Marte rapidamente. :p


agora a sério, obrigado pela dica, vou procurar esse livro para ler

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