Doze Segredos da Língua Portuguesa de
Marco Neves ISBN: 9789897021909
Editado em 2016 pela Guerra & Paz
Sinopse
Um livro essencial para quem se preocupa com o português e, ao mesmo tempo, não quer ficar preso a mitos e ideias-feitas sobre a nossa língua.
Sabia que andam a circular por aí erros que não são erros?
Sabia que as crianças precisam de muitas palavras para crescer bem?
Sabia que há uma relação entre o acordo ortográfico e a guerra na Ucrânia?
Sabia que a palavra «saudade» não é impossível de traduzir?
Sabia que todos os portugueses têm sotaque?
Sabia que o português e o galego estão tão próximos que, às vezes, se confundem?
Sabia que os palavrões fazem bem (mas não convém abusar)?
Num estilo claro e bem-disposto, o autor desmonta mitos e revela segredos da língua, com algumas histórias curiosas à mistura — e sem esquecer uma ou outra dica para escrever cada vez melhor.
A minha opinião
Não sendo, a minha área, a da linguística (ou melhor, sendo a minha área quase o oposto, que é como quem diz a contabilidade) não deixo de gostar de aprender coisas novas. E lendo como leio (e às vezes com cada disparate que valha-nos Santa Iria da Azóia) e não me achando dona da razão, gosto de aprender coisas novas. Porque ler também é aprender. Achei, por isso, curioso o titulo deste livro e ainda mais curiosa pelas perguntas feitas na sinopse. Junte-se-lhe o facto do
Marco Neves ser nosso colega de bairro, aqui no Sapo e pronto. Comprei o livro. E autografado e tudo.
Confirmo. O acordo ortográfico tem relação com a guerra da Ucrânia e a palavra saudade é traduzível. Aprendi imenso nos últimos dias com este livro e, mais importante ainda, diverti-me com a forma leve como o autor escreve.
Aprendi que posso continuar a dizer que o comer está na mesa e que queria um café (preferencialmente com um se faz favor no fim). Confirmei que o Martim é um rapaz cheio de genica e pouco interessado em discussões filosóficas. E aqui podemos falar do Martim, sobrinho do Marco, ou do Martim, o meu filho. São iguais! (deve ser do nome, digo eu).
Mas não só. Descobri que todos os jovens, em todos os tempos do mundo, escreveram sempre mal. E que o português de Portugal é tão correcto como o Português do Brasil. Mas sempre de forma divertida. Nem percebi que estava a aprender. E fui dizendo que sim (sem dar parte de maluca como o Marco bem recomenda) a tanta coisa.
Aprender enquanto lemos e nos divertimos é tão bom!
Creio que este livro devia ser lido e relido por muita gente. Pela policia da gramática, pelos comentadores que só querem apanhar erros que nem sempre o são. E por quem escreve para que perceba que o deve fazer sem medos.
Retive o seguinte paragrafo que fala de Saramago mas podia falar de tantos outros:
Dizer que Saramago não sabe escrever porque não segue determinadas convenções equivale a dizer que um pintor famoso não sabe pintar porque usa mais cores do que as que estão definidas no plano director municipal para as fachadas dos prédios do seu município.
Vá, ide lá ler o blog do Marco bem como o livro dele. Divirtam-se e aprendam. Como eu. Que espero não ter cometido nenhum erro neste texto.