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Para uma apaixonada por livros é sempre complicado escolher, de entre todos os livros que lemos, um top, seja ele um top 5, um top 10 ou um top 100. Todos – ou quase todos – os livros nos trazem algo de positivo e, num momento ou outro, são importantes.

Por outro lado, com tantos géneros literários existentes e tantos gostos diferentes, pode sempre acontecer que, um livro que eu adoro e que ache que deve ser lido por toda a gente, seja, ao mesmo tempo, um livro odiado por outra pessoa.

Ainda assim, em Março de 2016, fui desafiada pela Vanessa para indicar cinco livros que eu acho que toda a gente devia ler. Os livros escolhidos na altura, foram estes:

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Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo

Começa assim um dos melhores livros que li na minha vida. Um livro cuja leitura não é fácil e que precisa de muita atenção. A primeira vez que o li, precisei de consultar, várias vezes, a árvore genealógica da família Buendía-Iguarán para me manter a par de quem era quem. Esta família, com os seus milagres, fantasias, obsessões, tragédias, incestos, adultérios, rebeldias, descobertas e condenações tornam Cem Anos de Solidão num livro a ler e reler.

Aquele livro mostrou-me que ler me podia fazer viver mais e mais intensamente, que me podia devolver a vista que tinha perdido

porque

cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se forte.

Poucos livros descreveram, com tanta exactidão, a minha paixão pela leitura. No cemitério dos livros esquecidos Daniel encontra A sombra do vento e assume que o guardará e protegerá enquanto for vivo. A história dum livro dentro de outro e um local, o cemitério dos livros esquecidos onde todos os livros vão parar quando uma biblioteca desaparece, uma livraria fecha as portas ou quando um livro se perde num esquecimento.

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Um bom livro, Marcus, não se mede apenas pelas últimas palavras, mas pelo efeito colectivo de todas as que a precederam. Cerca de meio segundo depois de terminar o livro, depois de ler a última palavra, o leitor deve sentir-se dominado por um sentimento poderoso; por um instante, só deve pensar em tudo o que acaba de ler, olhar para a capa e sorrir com uma ponta de tristeza porque vai sentir a falta das personagens. Um bom livro, Marcus, é um livro que lamentamos ter acabado de ler.

Com este epilogo termina a narrativa d’A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert e que nos leva a dividir a leitura em antes e depois deste livro. Quem terá matado Nola?

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Aquele que salva uma vida salva o mundo inteiro.

Foi esta a frase que mais de mil judeus quiseram gravar no anel que entregaram a Schindler para lhe agradecer terem feito parte da sua lista, uma lista que permitiu salvar-lhes a vida quando a morte, num qualquer campo de concentração, parecia certa. Um livro que retrata a história dum homem que gastou o todo o seu dinheiro para salvar os seus judeus e as suas famílias e que, no fim, se sentiu envergonhado por não ter conseguido salvar mais. A Lista de Schindler é uma história de amor, de coragem e de esperança.

Tal é a finalidade de todo condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social a qual não podem escapar.

Neste Admirável Mundo Novo, a felicidade é condicionada desde a decantação até à morte. Através da hipnopedia – indução durante o sono – as crianças aprendem, desde cedo, que a casta a que pertencem é a melhor, a mais importante e a que as deixa mais felizes. Aprendem, da mesma forma, qual a profissão que vão ter (e como se sentem felizes com isso) e que todas as outras castas – sejam elas mais baixas ou altas – são necessárias e por isso estão felizes por elas existirem. Condicionamento total numa sociedade em que nada é questionado. Estaremos a tempo de evitar que a nossa sociedade se transforme nesta abominável distopia?

 

E já agora, que esperam para me acompanhar no facebook e no instagram?

Convido-vos ainda a ver Olha que ideia que sim senhor - Jantar de Natal Sapo Blogs (e outros também)

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19 comentários

De Isa Sá a 27.11.2017

Vou tomar nota!

De Just_Smile a 27.11.2017

Desta lista faltam-me ler três, a lista de Schindler vi o filme adorei, falta me o livro :)

De Magda L Pais a 27.11.2017

além desse, quais são os outros?

(o filme é bom, o livro é maravilhoso)

De Just_Smile a 27.11.2017

Cem anos de solidão e o Admirável mundo novo, o primeiro não me atrai muito :P

De Magda L Pais a 27.11.2017

são os dois tão bons!

De Raquel Dias a 28.11.2017

Há um livro que desde sempre me chamou, mesmo antes de o ler mal olhei para a capa daquele livro tive de o ler que é o "queimada viva" e acho que também é um bom livro para se ler.

De Magda L Pais a 28.11.2017

já passei por essa capa várias vezes mas ainda não o li. A ver se trato disso

De Joana B. a 30.11.2017

Magda acho que a minha mãe tem esse livro, queres que te empreste?
Por acaso também nunca o li, ela gosta muito dos livros desse género eu gosto mais de romances e romances históricos.

De Magda L Pais a 30.11.2017

Olha, quero sim :) se não te importas quero

De Joana B. a 30.11.2017

Vou confirmar com ela se ela o tem mesmo e onde é que ele está :)

De Bárbara Ferreira a 29.11.2017

Li o Brave New World há mais de cinco anos e lembro-me de na altura achar frio, distante - mas realista, no sentido da alienação e entretenimento fáceis, da própria frieza.
O Cem Anos de Solidão li há coisa de três anos - tenho bonitas memórias da sua leitura, e é realmente um livro que sinto que apelaria a muita gente.

De Magda L Pais a 29.11.2017

há muita gente que se assusta com os 100 anos de solidão e que, me parece, perdem imenso por não o ler.

De Joana B. a 30.11.2017

Li o "Cem Anos de Solidão" há uns dois anos e não gostei muito, mas sei que a altura em que o li não foi a altura certa. Sei que o irei reler daqui a uns anos porque de certeza que a leitura será diferente e talvez nessa altura já o consiga entender.

De Magda L Pais a 30.11.2017

compreendo. Sim, é preciso ler este livro com o espirito certo, sem dúvida. Acho que deves mesmo voltar a ler

De Sofia a 03.12.2017

Odiei o primeiro, demorei meses a ler porque foi teimosa e quis ler até ao fim, amei o segundo e os restantes não conheço!

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