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O Último dos Nossos

por Magda L Pais, em 07.11.17

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O Último dos Nossos de Adélaïde de Clarmont-Tonnerre

ISBN: 9789897243981

Editado em 2017 pelo Clube do Autor

Sinopse

Dresden, 1945: sob um dilúvio de bombas, uma mãe agoniza para dar à luz o seu filho. Manhattan, 1969: um homem encontra a mulher da sua vida no coração da Big Apple.

Do inferno da Europa, em 1945, à Nova Iorque hippie. Neste romance premiado com o Grande Prémio do romance da Academia Francesa, Adélaïde de Clarmont-Tonnerre conta a história dos anos loucos vividos na pele por dois genuínos filhos do século XX: Werner Zilch, nascido na Alemanha no estertor da Segunda Guerra Mundial, e Rebecca Lynch, herdeira de um homem de negócios e de uma mulher que logrou escapar com vida ao campo de concentração de Auschwitz. Uma paixão louca e proibida num cenário histórico repleto de reviravoltas e marcado pelo suspense.

Werner Zilch é um jovem carismático e empreendedor. Adotado desde tenra idade, vê-se confrontado com a descoberta das suas origens, tudo menos gloriosas. Aos olhos dos outros, pode ser considerado responsável pelos erros cometidos pelos seus antepassados? Como aceitar que o seu progenitor estivesse ligado ao nazismo?

A par das personagens, surgem nomes que os leitores por certo reconhecerão, todos eles figuras marcantes do seu tempo. A saber: Andy Warhol, Truman Capote, tom Wolfe, Joan Baez, Patti Smith, Bob Dylan...

Uma complexa história de amor que é, ao mesmo tempo, um capítulo ficcionado da nossa História. O leitor não conseguirá pousar o livro enquanto não descobrir quem é, na verdade, «o último dos nossos». No fim, fica a pergunta: estaremos condenados a responder pelos crimes e pelo sofrimento dos nossos pais e avós?

A minha opinião

Desta vez começo a minha crítica a este livro pelo fim. Este é, muito provavelmente, o melhor livro que li em 2017. E digo muito provavelmente porque faltam quase dois meses e alguns livros para ler. De qualquer maneira, está, seguramente, no top 5 dos livros lidos em 2017.

O último dos nossos fala-nos do depois. Depois da segunda grande guerra, dos filhos de quem sofreu horrores nos campos de concentração mas também dos filhos de quem os perpetuou. De como a personalidade dos filhos pode estar condicionado pelo que os pais fizeram ou sofreram e como podem, os filhos de ambos se relacionar entre si.

É, acima de tudo, um livro que nos obriga a reflectir.

O livro está dividido em vários capítulos, cada um passado num determinado momento do tempo, intercalando o passado distante (final da segunda grande guerra) e com o presente (finais da década de 60) com alguns interlúdios num passado mais próximo. Obriga, por isso, a alguma atenção aos títulos dos capítulos (coisa que, confesso, eu estava tão embrenhada na leitura que só me apercebi mais tarde).

Aliás, esse foi o problema ao longo de todo o livro. Estava sempre tão embrenhada na leitura, que quase que não me ia apercebendo do que se passava à minha volta. Gosto de livros que me envolvem desta maneira, que me prendem a atenção da primeira à última página, que me levam a ler o último parágrafo com um misto de alegria e tristeza. Gosto de livros com uma escrita simples, que fluem, que contam histórias, que surpreendem e que não são previsíveis. O Último dos Nossos tem isso tudo, além duma bonita história de amor, dum cão amoroso (Shakespeare), aventuras e desventuras, raiva e reconciliação, e, por fim, o perdão.

Mas, por favor, não confiem só em mim. Confirmem por vós. Leiam este livro, deliciem-se nas suas páginas. Chorem de alegria e tristeza com O Último dos Nossos. Vivam estas páginas, como eu as vivi e vão ver que, tal como eu, vão chegar ao fim encantados com a história mas, ao mesmo tempo, tristes por terminar tão depressa.

Classificação:

(este livro foi-me oferecido pelo Clube do Autor em troca duma opinião honesta e sincera)


16 comentários

De Nathy ღ a 07.11.2017

Á minha filha em França também é um pouco assim... Como anda entre o passado e o presente tem que se ter mais atenção ;)

Quando vi ontem pelo GR que estavas a ler este livro o meu primeiro pensamento é que este livro deve ser bom e o segundo é que andas a ler os "meus livros"...
Peguei-te a panca?!?!

De Magda L Pais a 07.11.2017

e, curiosamente, enquanto o lia pensei imensas vezes em ti e no quanto irás gostar deste livro. este livro é a tua cara!!!

sempre gostei (tal como tu) deste tema. se bem que nem sempre os leio. Mas este... ah este tem um lugar especial.

De Nathy ღ a 07.11.2017

Deixa lá... Eu quando lia também não podiam ser muitos por ano. Mexem-me com as entranhas e nunca aprendi a ler sem "entrar" no livro...

Os melhores livros, para mim, são aqueles com gente de verdade dentro. Têm o seu toque especial :)

De Magda L Pais a 07.11.2017

este é um livro com gente dentro. é um livro realmente extraordinário tambem por isso. por ser sobre gente e com gente

De Nathy ღ a 07.11.2017

Vou deixá-lo debaixo de olho. Quando a panca pela leitura voltar, se voltar, pego nele

De Magda L Pais a 07.11.2017

a panca vai voltar, vais ver

De Magda L Pais a 07.11.2017

ai vai vai, acredita que sim, quem gosta de ler volta sempre a ler mesmo que faça intervalos

De Nathy ღ a 07.11.2017

Bem vistas as coisas o meu primeiro intervalo foi de 19 anos

De Magda L Pais a 07.11.2017

Ves! eu cá tenho as minhas razões

De Nathy ღ a 07.11.2017

Se tens razão ou não, não sei. O que sei é que já não dou importância

De Magda L Pais a 07.11.2017

eu tenho sempre razão. Nunca me engano e raramente tenho dúvidas

De Nathy ღ a 07.11.2017

Tens-te em muita boa conta.

Tive um professor de português que dizia que existiam duas regras. A primeira é que ele tinha sempre razão e a segunda é que no caso de dúvidas aplicava-se a primeira regra...
Escusado será dizer que chocados algumas vezes...

De Magda L Pais a 07.11.2017



tenho um quadro em casa que são as regras da casa. A primeira regra é: a mãe tem sempre razão. A segunda regra é que, em caso de dúvida, aplica-se a primeira regra

De Nathy ღ a 07.11.2017

Que tiro certeiro...
É tudo farinha do mesmo saco

De Magda L Pais a 07.11.2017

ahahahaahahah é porque somos inteligentes

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