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Original ou traduzido?

por Magda L Pais, em 08.03.17

Não obstante saber relativamente bem inglês (ou, pelo menos, o suficiente para poder ler um livro ou ver um filme/série sem legendas), a verdade é que não me sinto confortável quando o faço, ficando sempre com a sensação (errada, eu sei) de que me está a escapar alguma coisa.

Foquemos na questão dos livros que é o tema deste blog e por conseguinte deste post.

Apesar do meu desconforto, aceito e assumo que a maioria das traduções é mal conseguida. Um dos meus testes favoritos à tradução é perceber se a palavra eventually foi traduzida como deve ser. Infelizmente são muitos os casos em que a tradução é de tal modo que a frase fica sem sentido. Por exemplo, se a frase original for “Maggie eventually arrived home” o correcto seria, por exemplo, “Maggie finalmente chegou a casa” e nunca “eventualmente chegou a casa” como aparece em imensos livros. Este é um bom teste à qualidade da tradução (ou pelo menos eu acho que é).

Ainda assim, ou melhor, mesmo assim, continuo a preferir os livros em português de Portugal (preferia que fossem sem o polémico acordo ortográfico mas não se pode ter tudo). Por preguiça, por achar que me escapa qualquer coisa mas também por respeito às editoras portuguesas (é estúpido mas a verdade é que também penso nisto). É claro que, depois, os preços dos livros acabam por ser quase proibitivos mas a verdade é que há, da parte da maioria das editoras, uma tentativa de nos trazer bons livros e bons autores e, caso deixemos de os comprar, claramente as editoras deixaram de os publicar por cá.

Original ou tradução? Qual é a vossa opção e porquê?


44 comentários

De Magda L Pais a 08.03.2017

nem consigo imaginar a dificuldade que seria ler Jane Austen em inglês... 
Eu percebo a questão monetária, claro que sim. Mas penso tambem no outro lado - se as pessoas não compram os livros, como é que as editoras vão ter verbas para apostar noutros?

De Pedro a 29.05.2017

Em Portugal nem metade da população lê, e aqueles que lêem, não são o suficientes para ter uma economia de escala que permita diminuir os preços e atrair clientes e no fundo fazer comprar mais. Essencialmente penso que foi por isso que foi criada a lei do preço fixo, para corrigir problemas e evitar que deixe de existir livros em Portugal.

Depois existe a questão dos custos de transporte das editoras para as livrarias. É imenso as 
livrarias só vendem livros e não conseguem diluir esses custos. Daí imensas editoras e livrarias terem falido. No entanto  continuo a achar que existem demasiadas editoras para o nosso mercado. Provavelmente se existisse menos era bem mais sustentável. 


Depois não podemos esquecer que por exemplo na Inglaterra imprimem milhares de exemplares que por sua vez, para além de lojas físicas que penso que já não serão muitas, vendem online para todo o mundo. Parecendo que não, ajuda bastante a economia, a sustentabilidade das editoras e caso seja a versão original  não tem que pagar a um tradutor. 


No entanto, uma desvantagem que considero significativa, a qualidade do livro em si é bem melhor em Portugal, quando comparada com a versão britânica. A espinha do livro fica logo vincada num paperback e a qualidade do papel é inferior.  Por outro lado, é de todo impossível editar todos os livros em capa dura, dado motivos mencionados, daí que os livros em portugal tem uma espécie de orelha para marcar o livro. Porque o livro de capa dura assim o têm.


Por fim o mercado britânico é bem mais competitivo. Não existe lei do preço fixo, mas penso que as editoras sofrem bastante, especialmente com a pressão que amazon uk faz sobre os mesmos. Descem os preços de tal maneira que chega um ponto que, ou a concorrência desce também ou não acompanhando acabam por fechar. É um monopólio disfarçado.


No fundo, concordo contigo. Trabalho numa livraria. Orgulho-me de vender livros e trabalhar com eles e aconselhar o cliente na medida do possível. Efectivamente a nível de vendas até temos estados melhor em comparação com o ano passado. No entanto a maioria da população não tem um rendimento que possa dar-se a este luxo. E por isso ou das duas uma: Ou as editoras tentam promover iniciativas de livros gratuitos nas escolas ou em eventos próprios situados em pontos estratégicos(lembro-me da editorial presença que há 3 anos fez uma iniciativa destas pelo site) e em caso de aumento de vendas tentar diminuir os preços ou diminuem a qualidade da edição a nível de papel e conjugam isso com a diminuição do custo de transporte.


Tanta conversa que isto dava. Também se dizia que os manuais escolares eram um bem essencial e no entanto são um balúrdio. São lá fora também. A diferença é que lá fora o Estado não regula e em Portugal o Estado tem de regular e não o faz. É que efectivamente o lucro os manuais é diferente dos livros. 


Enfim abria-se aqui uma grande discussão sem fim!


Grato por poder participar ou discutir impressões.


De Pedro a 29.05.2017

Respondendo, gosto de ler em Português e compro livros em português, mas não novidades, aproveito as campanhas e o website da wook. No entanto, tenho lido em inglês, devido ao preço. No fundo, o motivo é sempre o mesmo o preço. Em inglês arranja-se livros novos a muito bons preços, muitas vezes capas duras a 9€ ou menos. E parecendo que não, isso é um factor decisivo para mim.

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