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Os livros são mudados pelas traduções?

por Magda L Pais, em 26.10.15

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Confesso aqui em público (acho que já o fiz várias vezes, mas pronto, faço esta confissão de novo) que, apesar de perceber bastante bem a língua inglesa, não gosto de ler livros em inglês. É a pura da preguiça a vir ao de cima.

Reconheço, no entanto, que se perde bastante com a tradução. Claro que, quanto maior qualidade tiver a tradução, menor são as perdas mas, ainda assim, elas existem.

Lembro-me, por exemplo, duns livros que comprei numa conceituada editora e que vinham tão mal traduzidos que cheguei a enviar-lhes um email sobre isso. Uma coisa é um erro ou outro, somos todos humanos e todos podemos falhar, outra coisa é uma tradução ter falhas de tal modo graves que conseguiram chegar ao ponto de baralhar a história.

Normalmente percebo que há asneiras grossas nas traduções quando vejo a palavra eventualmente utilizada de forma errada. É um erro de principiante e de quem está a traduzir quase à letra – o que, supostamente, não devia acontecer a este nível – e que resulta numa quase vontade de atirar o livro à cabeça do tradutor e do editor. Literalmente!

Mas, como em tudo, há outro lado mais estranho. Já não sei quem me disse – e isto aqui é mesmo um dizquedisse – que, no caso das 50 Sombras, a versão portuguesa consegue ser melhor que a inglesa porque os tradutores lhe deram um “jeitinho”. Isto, a ser verdade, é, para mim, tão mau como traduzir mal. Vamos lá pensar. Se eu compro um livro dum determinado escritor, porque é dele que gosto, porque terei eu de ler um livro escrito pelo tradutor?

Quer com uma má tradução, quer com uma tradução melhorada, o que acontece, na realidade, é que deixo de ler o que o autor quis e passo a ler o que o tradutor achou. Não me agrada.

Felizmente não são muitos os casos em que isto acontece e, por isso, creio que continuarei a ser preguiçosa o suficiente para ler apenas em português. É mais ou menos como os ebooks… apesar de perceber que são mais fáceis de “usar”, continuo a preferir em papel.

Manias…


30 comentários

De Magda L Pais a 26.10.2015

Eu não li nenhuma versão das 50 sombras porque me parece que será sempre mau, seja em que língua for...
concordo plenamente quando dizes que um bom tradutor tem de respeitar o texto e a vontade do autor. É uma das coisas que faltam hoje em dia - respeito pelas palavras. Ser criativo e proactivo é excelente em qualquer profissão mas para os tradutores não me parece

De Miss F a 26.10.2015

Compreendo a posição, é daqueles livros que gosto da história e das personagens apesar da escrita ser fraca (melhora com o tempo, mas continua fraquinha) mas que percebo que haja quem não goste. É o chamado concordemos em discordar!


Exacto, se querem ser criativos escolheram mal a profissão Image

De Magda L Pais a 27.10.2015

Conheço várias pessoas que gostaram do 50 sombras. Eheeheh e também com elas concordamos em discordar :P


traduções e criatividade não combinam mesmo...

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