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Confesso aqui em público (acho que já o fiz várias vezes, mas pronto, faço esta confissão de novo) que, apesar de perceber bastante bem a língua inglesa, não gosto de ler livros em inglês. É a pura da preguiça a vir ao de cima.
Reconheço, no entanto, que se perde bastante com a tradução. Claro que, quanto maior qualidade tiver a tradução, menor são as perdas mas, ainda assim, elas existem.
Lembro-me, por exemplo, duns livros que comprei numa conceituada editora e que vinham tão mal traduzidos que cheguei a enviar-lhes um email sobre isso. Uma coisa é um erro ou outro, somos todos humanos e todos podemos falhar, outra coisa é uma tradução ter falhas de tal modo graves que conseguiram chegar ao ponto de baralhar a história.
Normalmente percebo que há asneiras grossas nas traduções quando vejo a palavra eventualmente utilizada de forma errada. É um erro de principiante e de quem está a traduzir quase à letra – o que, supostamente, não devia acontecer a este nível – e que resulta numa quase vontade de atirar o livro à cabeça do tradutor e do editor. Literalmente!
Mas, como em tudo, há outro lado mais estranho. Já não sei quem me disse – e isto aqui é mesmo um dizquedisse – que, no caso das 50 Sombras, a versão portuguesa consegue ser melhor que a inglesa porque os tradutores lhe deram um “jeitinho”. Isto, a ser verdade, é, para mim, tão mau como traduzir mal. Vamos lá pensar. Se eu compro um livro dum determinado escritor, porque é dele que gosto, porque terei eu de ler um livro escrito pelo tradutor?
Quer com uma má tradução, quer com uma tradução melhorada, o que acontece, na realidade, é que deixo de ler o que o autor quis e passo a ler o que o tradutor achou. Não me agrada.
Felizmente não são muitos os casos em que isto acontece e, por isso, creio que continuarei a ser preguiçosa o suficiente para ler apenas em português. É mais ou menos como os ebooks… apesar de perceber que são mais fáceis de “usar”, continuo a preferir em papel.
Manias…
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