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Os últimos sete meses de Anne Frank

por Magda L Pais, em 24.08.16

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Os últimos sete meses de Anne Frank de Willy Lindwer

ISBN: 9789723812985

Editado em 1992 pela Livros do Brasil

Reeditado este ano pela Vogais

Sinopse

O extraordinário diário de Anne Frank tem vindo a comover milhares de leitores em todo o mundo, sendo um testemunho pungente e humano da perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, sabe-se muito pouco da vida desta jovem após a sua captura, a 4 de Agosto de 1944, e posterior envio para os campos de concentração. Como suportou ela a brutalidade do regime nazi? As respostas são-nos dadas, neste livro, pelas mulheres cujas vidas se cruzaram com Anne Frank em Westerbork, Auschwitz e Bergen-Belsen.
Willy Lindwer, cineasta holandês, realizou um documentário televisivo intitulado Os Últimos Sete Meses de Anne Frank, pelo qual recebeu um Emmy. Impressionado com as entrevistas que levou a cabo com seis mulheres que viveram e partilharam com Anne Frank os dias de horror nos campos de concentração nazis, Lindwer decidiu publicá-las integralmente, dando origem a este livro.
Cada uma das seis entrevistadas tem uma história extraordinária para contar - exemplos de um terror inimaginável, mas, simultaneamente, histórias de coragem e compaixão.
A vida de Anne Frank terminou pouco antes do seu décimo sexto aniversário. Estas mulheres tiveram mais sorte. Sobreviveram.

A minha opinião

Pela primeira vez desde que me propus escrever sobre os livros que leio, estou com engulhos sobre um livro ou sobre o que escrever sobre ele. Ora vamos lá explicar o que se passa e pode ser que me compreendam. Ou que, escrevendo, eu própria me compreenda.

O livro chama-se Os últimos sete meses de Anne Frank e traz-nos o testemunho de seis mulheres que sofreram horrores nos campos de concentração nazi. Para que humanidade não esqueça aquele que foi o maior genocídio da história, aceitaram partilhar com Willy Lindwer as suas histórias acerca desse período.

Gosto destes livros. Gosto de livros que falam de histórias reais, testemunhos do bom e do mau que existe na humanidade. Neste caso será mais do horror. Não consigo sequer imaginar o que terão passado estas e outras mulheres (ou, mais exactamente, outros seres humanos), principalmente quando estou sentada no meu sofá, em completa segurança, sabendo que há comida e bebida para o jantar e, acima de tudo, que estou em liberdade. Posso ser da religião que quiser ou dizer o que penso sem recear que este quadro se altere. O futuro dos meus filhos será o que eles quiserem, tem onde dormir e o que comer.

Nenhuma das mulheres que dá o seu testemunho neste livro podia dizer a mesma coisa.

Quando entro no metro e há os apitos de sinalização, eu continuo a minha vida normal. Muitas destas mulheres tremem quando ouvem os apitos porque esses mesmos apitos, na altura da guerra, significavam que estava na altura de serem transportadas que nem gado para o campo de concentração.

Não quero nem sequer beliscar o sofrimento a que estavam sujeitos. E admiro a coragem para reviverem tudo o que passaram e partilharem com o autor. O meu respeito e admiração por isso.

Mas... e é aqui que a porca torce o rabo, as referências a Anne Frank parecem-me, em cada uma delas, forçada. Num caso é uma das amigas de infância de Anne Frank e, neste caso - e apenas neste caso - sim, a parte que refere AF é interessante quer por sabermos o antes como sabermos algumas coisas que se passaram entretanto. Mas nos restantes, confesso, as referências pareceram-me forçadas e nada naturais, acabando por retirar o gosto à leitura. Pelo menos no meu caso.

Não se iludam, gostei do livro. Mas acredito que teria gostado ainda mais se o titulo não falasse em Anne Frank e se as referencias a seu respeito não tivessem sido incluídas.

Ainda assim, creio que é um livro importante, seis testemunhos que não podem ser deixados de parte.

(curiosamente a Mula leu o livro e tem uma ideia semelhante)


8 comentários

De Mula a 24.08.2016

Sim, já para não falar nisso!... Mas pronto, vale pelos testemunhos em si.

De Magda L Pais a 24.08.2016

Quanto a isso plenamente de acordo!

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