Sinopse
Em 1968, Kimberly Parker, uma jovem professora de Literatura, atravessa os Estados Unidos para ir ensinar no colégio mais elitista da Nova Inglaterra, dirigido por uma mulher carismática e misteriosa chamada Sarah Gross. Foge de um segredo terrível e procura em St. Oswald’s a paz possível com a companhia da exuberante Miranda, o encanto e a sensibilidade de Clement e sobretudo a cumplicidade de Sarah. Mas a verdade persegue Kimberly até ali e, no dia em que toma a decisão que a poderia salvar, uma tragédia abala inesperadamente a instituição centenária, abrindo as portas a um passado avassalador.
Nos corredores da universidade ou no apertado gueto de Cracóvia; à sombra dos choupos de Birkenau ou pelas ruas de Auschwitz quando ainda era uma cidade feliz, Kimberly mergulha numa história brutal de dor e sobrevivência para a qual ninguém a preparou.
Rigoroso, imaginativo e profundamente cinematográfico, com diálogos magistrais e personagens inesquecíveis, Perguntem a Sarah Gross é um romance trepidante que nos dá a conhecer a cidade que se tornou o mais famoso campo de extermínio da História. A obra foi finalista do prémio LeYa em 2014.
A minha opinião
Este foi um dos livros que me
desgraçou na Feira do Livro de Lisboa de 2015. E tudo por culpa da
opinião da Márcia. E não, as minhas expectativas, que estavam elevadas, não foram defraudadas. Se vos dizer que em 4 dias, apenas 4 dias, devorei e degustei este livro, talvez não acreditem mas a verdade é que foi isso mesmo que aconteceu. Este livro lê-se assim, de uma penada e com cuidado - muito cuidado - para não perdermos a paragem de autocarro ou do metro. E sendo este romance a estreia de João Pinto Coelho como escritor, augura, seguramente, um futuro brilhante, com muitos livros para eu ler.
O livro intercala a história de Kimberly, uma jovem atormentada pela sua adolescência e que, em 1968, vai dar aulas para St. Oswald, um colégio interno, elitista que é dirigido por Sarah Gross. Ao mesmo ritmo, acompanhamos a vida da família Gross desde 1923 em Oshpitzin, Polónia, localidade onde, anos mais tarde, seria instalado o campo de concentração de Auschwitz. Do tempo de felicidade em 1923 e em 1968 passamos aos horrores que se viveram no pior campo de concentração e a uma tragédia em St. Oswald’s, levando-nos, o autor, ao ponto de não conseguirmos parar a leitura para podermos saber o que o destino reservou a cada uma das personagens. De uma forma magistral, sentimos, quase que na pele, as alegrias, os medos, as tristezas, dos homens e mulheres que viveram em cada uma das épocas retratadas.
Por fim, quando lemos o epilogo e percebemos que estamos a saborear as últimas linhas deste romance sublime, fica aquela sensação de que já tinha saudades - a dum livro que vai precisar que eu faça o seu luto, que o absorva nos próximos dias sem o macular com outra leitura.
(Parabéns ao autor pelo Prémio Leya. E que o livro venha depressa que eu quero muito ler)