Sinopse
O mundo de Mare, uma rapariga de dezassete anos, divide-se pelo sangue: os plebeus de sangue vermelho e a elite de sangue prateado, dotados de capacidades sobrenaturais. Mare faz parte da plebe, os Vermelhos, sobrevivendo como ladra numa aldeia pobre, até que o destino a atraiçoa na própria corte Prateada. Perante o rei, os príncipes e nobres, Mare descobre que tem um poder impensável, somente acessível aos Prateados.
Para não avivar os ânimos e desencadear revoltas, o rei força-a a desempenhar o papel de uma princesa Prateada perdida pelo destino, prometendo-a como noiva a um dos seus filhos. À medida que Mare vai mergulhando no mundo inacessível dos Prateados, arrisca tudo e usa a sua nova posição para auxiliar a Guarda Escarlate - uma rebelião dos Vermelhos - mesmo que o seu coração dite um rumo diferente.
A sua morte está sempre ao virar da esquina, mas neste perigoso jogo, a única certeza é a traição num palácio cheio de intrigas. Será que o poder de Mare a salva... ou condena?
A minha opinião
Distopias, um dos géneros literários que aprecio, principalmente quando estão aliados a alguma fantasia (alguma?). Confesso que já tinha olhado para esta capa várias vezes, atraia-me a sua simplicidade e as cores escolhidas. Mas com tantos livros em espera, acabei sempre por não o comprar. Até que a
M* falou dele. E vai a
Maria e diz-me que está curiosa com este livro. E pronto... lá o comprei. Depois foi curioso que as últimas páginas do
Bando de Corvos tinham o primeiro capitulo deste livro. O universo uniu-se para que eu o lesse e eu sou bem mandada.
A sociedade está dividida em duas classes. Os Prateados, seres com o sangue prateado, que se consideram superiores e que têm poderes especiais (conseguem, por exemplo, controlar a água, a energia, a mente...) e os Vermelhos, a plebe, seres com sangue vermelho e que existem apenas para prestar vassalagem aos Prateados e para executar as tarefas perigosas e que os Prateados não querem.
Todos os Vermelhos, quando atingem os dezoito anos e, se não tiverem emprego, são enviados para a Guerra onde, na sua maioria, acabam por morrer. Uma Guerra começada há mais de cem anos e que ninguém sabe se um dia acabará.
Mare, aos dezassete anos, é uma Vermelha que se dedica ao roubo. Não conhece outra vida e sabe que, em fazendo os dezoito anos e como não tem emprego, será enviada para a Guerra tal como os seus irmãos. Só Gisa, a irmã, por ser bordadeira, está salva do cruel destino. Um dia Mare conhece Cal e acaba por ser contratada para servir no Palácio do Rei Prateado onde, por acidente, e em frente a toda a corte, descobre que tem poderes. É uma anomalia, uma Vermelha com poderes e, ainda por cima, superiores aos da maioria dos Prateados.
Para evitar que esta situação seja conhecida, o Rei obriga-a a participar numa charada onde Mare terá de fingir ser o que não é, mesmo que não seja isso que deseja. Aos poucos vai percebendo que, no mundo dos Prateados, os jogos de poder podem ser fatais. Resta-lhe apenas confiar no seu coração, apesar de ser avisada, várias vezes, de que não deve confiar seja em quem for.
Apesar de achar que o fim é um pouco previsível, foi um livro que me agradou bastante. Tem algumas surpresas, claro e outras reviravoltas mas é de leitura bastante agradável e que recomendo a quem gosta de distopias. Aguardemos, agora, a publicação do segundo volume que, espero, esteja para breve.