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2019 teve uma boa colheita literária. Li um total de 29722 páginas, correspondentes a 78 livros.
Horas e horas de prazer, de boas companhias, de suspense e humor, de crime e mistério, de amores e desamores. Viajei por países reais e imaginários, odiei e amei, emocionei-me e ri-me. E, pela primeira vez, quase que caiu uma lágrima com a leitura de Se Eu Ficar.
Em 2019 foi-me lida a sentença. Depois de várias contraturas musculares e de muitas dores nos ombros, o médico explicou-me que, das três uma: ou continuava a ler e passava a vida na fisioterapia ou deixava de ler ou passava a ler e-books. Optei pela terceira e comprei um Kobo Forma. E, afinal, até me habituei bem. Claro que continuo a preferir livros em papel e, sempre que estou em casa é em papel que prefiro ler. Dos 78 livros lidos em 2019, 40 foram ebooks.
Iniciei 2019 com À Morte Ninguém Escapa e terminei com A Paciente Silenciosa. O livro mais pequeno que li foi Do Desastre de Lisboa e o maior foi Dispara, Eu Já Estou Morto.
Despedi-me de FitzCavalaria e do Bobo e de Mare e Cal. Conheci melhor Styxx e descobri Crime, Disse o Livro.
Voar no Quarto Escuro foi o melhor livro em português (a sério, leiam!). O Armazém assustou-me pela proximidade à realidade actual e O Último Adeus foi o livro perfeito tal como Britt-Marie esteve aqui.
Terminei 2018 com 201 livros na prateleira da vergonha. 2020 inicia-se com cerca de 450 por ler, sendo que a esmagadora maioria são ebooks que partilharam comigo ou que fui buscar à net. Tenho tentado ao máximo não comprar livros físicos para ver se a estante da vergonha fica menos envergonhada. Já a estante por ler do kobo...
Os posts mais visitados em 2019 neste cantinho foram:
Que 2020 vos traga tudo o que desejam.
Boas leituras
May we meet again
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A Paciente Silenciosa de Alex Michaelides
Tradução de Marta Mendonça
ISBN: 9789722363822
Editado em 2019 pela Editorial Presença
Sinopse
Alice Berenson é uma pintora britânica, jovem e famosa, que vive numa casa sublime nos arredores de Londres com o marido, Gabriel, um conhecido fotógrafo de moda. A vida de ambos parece perfeita. Mas uma noite, quando ele chega a casa depois de uma sessão fotográfica, Alicia mata -o com cinco tiros. E nunca mais diz uma palavra.
A recusa de Alicia em falar e dar qualquer tipo de explicação sobre a tragédia, transforma-se num mistério que prende a imaginação da opinião pública, e confere a Alicia uma notoriedade sem precedentes. O preço dos seus trabalhos artísticos dispara e ela, a paciente silenciosa, é alvo de um mediatismo implacável. Para evitar isso, é conduzida para uma unidade forense de alta segurança no norte de Londres.
Theo Faber, um psicoterapeuta criminal, espera há muito pela oportunidade de trabalhar com Alicia. A sua determinação em convencê-la a falar e a desvendar as razões misteriosas que motivaram o assassínio do marido leva-o por um caminho tortuoso, numa busca pela verdade que ameaça consumi-lo...
A minha opinião
Fui em busca deste livro porque ganhou o Goodreads Choice Awards 2019 para Melhor Thriller. E conclui, depois de o acabar que, das duas uma: ou eu estou demasiado exigente ou ando a ler demasiados thrillers e poucos me conseguem surpreender.
Ou então é uma mistura das duas.
A Paciente Silenciosa é, sem dúvida, um bom livro. Um livro que não queremos pousar. Que queremos ler de seguida para perceber Theo e Alicia. Porque é que Alicia matou o homem que amava? São imensas as perguntas que vamos fazendo ao longo da leitura e que, quase todas, vão sendo respondidas de uma ou outra forma. As personagens são fortes, bem construídas. Os diálogos verossímeis e a escrita é fluida e sem grandes arabescos.
Como qualquer thriller que se preze, A Paciente Silenciosa também têm reviravoltas e surpresas. E é aqui que a coisa não corre bem, pelo menos para mim. É que aquela reviravolta final pode surpreender quem nunca leu outros livros onde o mesmo acontece. E por qualquer razão, comecei a desconfiar que era precisamente o caso e que estaria para chegar a qualquer momento. Não me enganei... e isso retirou parte do prazer que senti ao ler este livro.
De qualquer maneira, aquela que será a última leitura de 2019 é um bom livro que merece ser lido.
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Classificação:
May we meet again
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A Hipótese do Mal de Donato Carrisi
Mila Vasquez #2
Tradução de Carlos Aboim de Brito
ISBN: 978-972-0-04663-5
Editado em 2014 pela Porto Editora
Sinopse
Procuro-os por todo o lado. Procuro-os sempre.
Todos nós já sentimos, em algum momento, o desejo de desaparecer. De deixar tudo para trás. Para alguns, isso transforma-se numa obsessão que os consome e engole, até que acabam por desaparecer na escuridão. Todos se esquecem deles. Todos, menos Mila Vasquez, investigadora do Gabinete das Pessoas Desaparecidas.
Sem que ninguém o conseguisse prever, indivíduos que se esfumaram no vazio há vários anos regressam com intenções obscuras. Uma série de crimes, sem relação aparente entre si, traz consigo uma descoberta surpreendente: os seus autores são pessoas que se pensava desaparecidas para sempre. Onde estiveram durante tanto tempo? E porque regressaram? Qual o plano maléfico a que obedecem?
Mila percebe que para travar este exército das trevas não lhe bastam os indícios. Tem de dar à escuridão uma forma, um sentido, precisa de formular uma hipótese sólida, convincente, racional…
A minha opinião
Recebi este livro do Pai Natal livrólico organizado pela The Daily Miacis. Fiquei bastante curiosa e resolvi iniciar a leitura logo que acabei o Queimada Viva.
A Hipótese do Mal não é tão pesado quanto imaginava quando iniciei a leitura. Ok, há ali umas mortes estranhas, o mal anda de facto a passear por ali mas para thriller confesso que esperava mais. Há muito suspense, claro. Até porque queremos perceber porque raio andam os desaparecidos a aparecer e a matar gente mas... não sei, acho que lhe falta qualquer coisa (ou eu ando demasiado exigente com os thrillers).
Não me entendam mal. As personagens estão muito bem construídas, conseguimos sentir a angústia de Mila e o seu medo das trevas e a história tem a cadencia correcta. Há mistérios que vão sendo resolvidos enquanto surgem novos. Mas, por qualquer razão, e apesar de o ter lido de seguida (porque o livro realmente prende), houve qualquer coisa que falhou - pelo menos para mim - e nem sei sequer explicar o que foi.
De todo o modo, para aquela que, provavelmente, será a última leitura do ano, não está nada mal.
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Queimada Viva de Souad
ISBN: 9789724136868
Editado em 2019 pelas Edições Asa
Sinopse
Quando o amor antes do casamento é sinónimo de morte.
Souad tinha dezassete anos e estava apaixonada. Na sua aldeia da Cisjordânia, como em tantas outras, o amor antes do casamento era sinónimo de morte. Tendo ficado grávida, um cunhado é encarregado de executar a sentença: regá- -la com gasolina e chegar-lhe fogo. Terrivelmente queimada, Souad sobrevive por milagre. No hospital, para onde a levam e onde se recusam a tratá-la, a própria mãe tenta assassiná-la.
Hoje, muitos anos depois, Souad decide falar em nome das mulheres que, por motivos idênticos aos seus, ainda arriscam a vida. Para o fazer, para contar ao mundo a barbaridade desta prática, ela corre diariamente sérios perigos, uma vez que o “atentado” à honra da sua família é um “crime” que ainda não prescreveu.
Um testemunho comovente e aterrador, mas também um apelo contra o silêncio que cobre o sofrimento e a morte de milhares de mulheres.
Com mais de 350 mil exemplares já vendidos em França, Queimada Viva encontra-se traduzido em 24 línguas e é presença assídua nas listas de best-sellers um pouco por todo o mundo. Nos Estados Unidos, a Warner Books prepara-se para editar a versão americana.
A minha opinião
Este não é um livro de leitura fácil mas, ainda assim, foi - literalmente - devorado no dia de Natal, enquanto esperava que a comida estivesse na mesa.
Este é um livro que me deixou feliz por ter nascido mulher no sitio certo e por ter uma filha que nasceu no sitio certo. É um livro que mostra a realidade de muitas mulheres nas aldeias mais tradicionais do mundo árabe e muçulmano, onde o único crime que cometem é ter nascido com uma vagina em vez dum pénis.
Li por ai algures que Queimada Viva é um livro de ficção. Confesso que houve momentos em que pensei nisso por haver algumas incongruências na história. No entanto e ainda que o caso de Souad seja ficção, em pleno século XXI ainda há crimes de honra, ainda há mulheres que morrem pelo simples facto de serem pouco mais que animais (ou pouco menos).
Queimada Viva é um livro pequeno cheio de conteúdo e que, sem dúvida, vale a pena ler.
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Na Praia dos Corações Desencontrados de Jill Mansell
TRadução Susana Serrão
ISBN: 9789898917966
Editado em 2019 pela TopSeller
Sinopse
O amor está no ar na pequena cidade costeira de St. Carys, na Cornualha. Mas ninguém o diria...
Clemency não está à procura de romance quando conhece Sam durante um voo de regresso a casa. Mas a química entre os dois é palpável. Quando aterram, Sam revela-lhe que é impossível ficarem juntos. Clemency fica magoada e nunca mais esquece aquele encontro mágico. Até que, três anos depois, Sam volta a entrar na sua vida… como namorado de outra pessoa.
Ronan é um homem sedutor capaz de encantar qualquer mulher. Mas, no que toca a conquistar a mulher de quem gosta, o seu charme é inútil. Pela primeira vez, Ronan terá de se esforçar para conseguir o que deseja.
Belle sempre quis uma vida perfeita. Namorados endinheirados, luxo e roupa dispendiosa foram sempre os seus objetivos. Mas agora que tem tudo na mão, há um segredo que esconde dos outros e até de si própria. Terá ela coragem para admiti-lo, destruindo a vida que idealizou?
Num puzzle de personagens únicas e cenários idílicos, esta é uma história sobre as vontades do coração, que, através de encontros e desencontros, descobre sempre o seu caminho.
A minha opinião
Confesso que não me tinha apercebido da saída deste livro até que a Maria falou dele.
Jill Mansell é a receita perfeita para aqueles momentos em que queremos um livro que nos deixe bem dispostos, onde todas as personagens encontram o seu final feliz (vá, neste caso, o final de George não é exactamente feliz mas o karma é mesmo assim) e com muitas pitadas de humor. Não sendo exactamente livros merecedores de um prémio Nobel, são certamente umas horitas bem passadas.
Na Praia dos Corações Desencontrados é exactamente isso e cumpriu as expectativas que tinha quando o comecei a ler. Ainda para mais não sendo o primeiro livro que li desta autora, não esperava muito mais daquilo que recebi - o que é muito bom.
Só que, desta vez, e ao contrário dos outros, neste livro há uma situação que ... bem, na melhor das hipóteses, mereceu um valente "a sério???" Não, não vos dizer o que é. Basta que vos diga que não estraga o livro mas é demasiado forçado, até para um livro do qual apenas se espera que nos entretenha.
Na Praia dos Corações Desencontrados é um livro optimista e alegre e uma lufada de ar fresco. Vale a pena ler (mais não seja para verem se concordam comigo e com a Maria)
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May we meet again
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