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Uma paixão chamada livros 1/40

por Magda L Pais, em 01.02.16

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Começa hoje este desafio que, mais uma vez, me vai levar - a mim e aos outros participantes - a viajar pelo mundo dos livros. Dos meus livros, daqueles que li mas também pelos livros que outros leram, numa partilha de experiencias, de gostos, numa comunhão da nossa paixão comum.

Nada como iniciar esta partilha com o Top 5 dos livros lidos. Quem gosta de ler partilhará com certeza da mesma opinião - corremos sempre o risco de que o livro que vamos ler a seguir seja melhor que o anterior - o que dificulta a elaboração desta lista. Mas, ainda assim, tentarei fazê-lo.

Estes são os meus livros favoritos até este momento mas sem qualquer ordem especial. Estão, vamos dizer assim, empatados.

As Brumas de Avalon - Marion Zimmer Bradley

Lidos e relidos várias vezes, já faziam parte dos meus livros favoritos em 2015, continuam a sê-lo no dia de hoje. Confesso que, apesar de saber praticamente de cor toda a história e apesar de ter imensos livros que nunca li, ando com muita vontade de os reler.

trilogia O Século - Ken Follett

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A história da humanidade de 1911 a 2009 pela mão de cinco famílias de cinco nacionalidades diferentes. Ficção e realidade juntas, interligadas de tal forma que o leitor, apesar de saber como terminam as situações reais, sofre com as personagens fictícias. Foi, sem dúvida, um projecto ambicioso do autor, o de retratar o século XX, século em que aconteceram tantas, mas tantas coisas, que alteraram o curso da humanidade para sempre. Um dia relerei estes livros.

O Asteca - Gary Jennings 

Sou apaixonada pela civilização Asteca e Maia. Não tanto como sou pelos livros mas pronto. E estes livros permitiram-me conhecer melhor a civilização Asteca. Não são livros ser lido de ânimo leve nem por quem espera uma leitura soft. A civilização asteca tinha tradições deveras violentas, descritas, ao pormenor nestes livros. É preciso entender um pouco do espírito dos Astecas para entender que, para eles, nenhuma daquelas tradições era violenta. Para os Astecas (assim como para os Maias) a morte não era um castigo, era um prémio dado aos melhores. 

Cem anos de solidão - Gabriel García Márquez

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Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo

É assim que começa um dos meus livros favoritos de sempre. Não é de leitura fácil, principalmente se não for acompanhada da árvore genealógica da família Buendía-Iguarán, com os seus milagres, fantasias, obsessões, tragédias, incestos, adultérios, rebeldias, descobertas e condenações.

A sombra do vento - Carlos Ruiz Zafón 

Sabem quando temos mil e uma coisa para fazer mas tudo nos parece de somenos importância porque temos um livro à nossa espera? Sabem quando sentimos que um livros nos puxa, nos faz esquecer o que tínhamos para tratar? quando nos esquecemos que era naquela paragem de metro que tínhamos de sair ou quando começamos a pensar que vamos dar a senha das finanças a outra pessoa para que possamos ler mais um bocadinho? Foi assim a leitura deste livro. De supetão, sem intervalo, sem nada pelo meio que me distraísse e uma necessidade extrema de chegar ao fim. Foi assim a leitura deste livro, cheio de frases e pensamentos que quase podiam ser meus, com os quais me identifiquei tanto, mas tanto...

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Por quarenta dias, eu, M*The Daily MiacisMulaMiss FMarcianoAlexandraJPDrama QueenFatia MorCMNathyMJJustAna Rita Garcia M.TeaJust Mom, Carla B.Neurótika Webb e Noqe partilhamos a nossa paixão pela leitura e pelos livros. 

A sombra do vento

por Magda L Pais, em 22.12.15

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A Sombra do Vento de Carlos Ruiz Zafón

Editado em 2007 pela Dom Quixote

ISBN: 9789722032308
 
Sinopse
Numa manhã de 1945 um rapaz é conduzido pelo pai a um lugar misterioso, oculto no coração da cidade velha: o Cemitério dos Livros Esquecidos. Aí, Daniel Sempere encontra um livro maldito que muda o rumo da sua vida e o arrasta para um labirinto de intrigas e segredos enterrados na alma obscura de Barcelona.
Juntando as técnicas do relato de intriga e suspense, o romance histórico e a comédia de costumes, "A Sombra do Vento" é sobretudo uma trágica história de amor cujo o eco se projecta através do tempo. Com uma grande força narrativa, o autor entrelaça tramas e enigmas ao modo de bonecas russas num inesquecível relato sobre os segredos do coração e o feitiço dos livros, numa intriga que se mantém até à última página.
 
A minha opinião
Já andava há algum tempo para ler este livro, que me foi muito bem recomendado pelas meninas do Clube das Pistosgas. Foi, por isso, com muito agrado que vi que era este o primeiro livro que ia ler no livro secreto e que me foi enviado pela Dona Pavlova.
O livro começa no Cemitério dos Livros Esquecidos onde o pai de Daniel o leva pela primeira vez quando este faz dez anos. E foi aqui, nas primeiras palavras, quando Daniel nos conta que ainda se lembra do amanhecer desse dia que a minha paixão por este livro começou. Curioso que é também nesse amanhecer que a paixão de Daniel pelo livro A Sombra do Vento de Julián Carax nasce. Daniel, aos 10 anos, é iniciado naquele que será o trabalho duma vida - tem de adoptar um livro, um qualquer daqueles que o Cemitério guarda, e depois assegurar-se que ele nunca desapareça, que permanece sempre vivo.
O Cemitério dos Livros Esquecidos. O sitio onde todos os livros vão parar quando uma biblioteca desaparece, uma livraria fecha as portas ou quando um livro se perde num esquecimento. O Cemitério dos Livros Esquecidos, guardado pela família de Daniel desde tempos imemoriais e que ninguém sabe como nasceu. Se mais nada me tivesse apaixonado neste livro, só imaginar um lugar assim, onde os livros são protegidos, onde a sua alma e espírito permanecem guardados até que alguém os volte a trazer para a luz do dia, só por isso valeu a pena ler este livro.
Depois de Daniel ler o livro que trouxe do cemitério, decide que quer conhecer todos os livros que este autor tenha editado. A sua busca pelos livros de Carax levam-no a descobrir histórias dentro da história do próprio livro - porque afinal é isso que um livro é: histórias que nos trazem histórias, vidas que, quase por magia, podemos viver. Porque os livros são mágicos...
Sabem quando temos mil e uma coisa para fazer mas tudo nos parece de somenos importância porque temos um livro à nossa espera? Sabem quando sentimos que um livros nos puxa, nos faz esquecer o que tínhamos para tratar? quando nos esquecemos que era naquela paragem de metro que tínhamos de sair ou quando começamos a pensar que vamos dar a senha das finanças a outra pessoa para que possamos ler mais um bocadinho? Foi assim a leitura deste livro. De supetão, sem intervalo, sem nada pelo meio que me distraísse e uma necessidade extrema de chegar ao fim, de saber quem era afinal Carax, porque deixou de escrever e que reserva o futuro a Daniel.
Não sei, sinceramente, se foi o último livro que li este ano. Sei, seguramente, que foi um dos melhores livros que li. Não em 2015 mas de sempre. Um livro cheio de frases e pensamentos que quase podiam ser meus, com os quais me identifiquei tanto, mas tanto...
Se não o leram, leiam. Vão perceber rapidamente que é um livro excepcional, maravilhoso e que merecia, no Goodreads, uma classificação especial de 6 estrelas!


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