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O Tesouro Secreto dos Templários de James Becker
O Tesouro Secreto dos Templários #1
ISBN: 9789897245350
Editado em 2020 pelo Clube do Autor
Sinopse
Uma viagem inesquecível pela História dos Templários, um romance histórico inteligente e bem documentado sobre a Idade Média. O poder e o fascínio intemporal da Ordem dos Templários.
Uma alfarrabista compra uma colecção de livros antigos e depara-se com uma frase em latim, Ipse Dixit, inscrita na capa de um dos volumes que tem a forma de um pequeno cofre. No interior encontra um pergaminho com uma mensagem codificada.
Apostada em investigar a origem do documento, Robin recorre a David Mallory, especialista em criptografia, para descodificar a mensagem.
No meio de uma série de aventuras, Mallory acaba por estabelecer a ligação do código aos Templários e a mensagem revela a localização de um mistério com mais de sete séculos, onde, ao que tudo indica, existirá um tesouro dos cavaleiros mais famosos da História.
A minha opinião
A minha primeira leitura de 2021 levou-me num passeio pela história. Gosto destes livros em que, a par da diversão que é ler, podemos aprender uma ou outra coisa de história.
(haverá quem diga que, basicamente, eu gosto é de ler e pronto)
Com O Tesouro Secreto dos Templários aprendi mais sobre a história e também um pouco sobre criptografia. A história está bem construida, com momentos de acção intercalados com momentos mais calmos. A esmagadora maioria dos diálogos está bem construida e é credível (há um ou outro que são mais "seca" e parece que estamos numa aula mas são pouquíssimos).
Em relação às personagens, houve apenas um ou outro detalhe que não gostei mas que espero ver esclarecidos nos próximos volumes. Talvez haja uma explicação lógica para a capacidade das personagens principais - Robin e David - conseguirem fazer determinadas coisas que não são explicadas apenas por um treino normal.
De resto é um livro que se lê muito bem e que foi a minha primeira leitura de 2021. Se o ano se mantiver assim, a colheita vai ser boa, de certeza.
leia aqui as primeiras páginas
Classificação:
(este livro foi-me oferecido pelo Clube do Autor em troca duma opinião honesta e sincera)
May we meet again
50 anos/50 perguntas. Já fizeste a tua?
A Desonra de D. Afonso VI de Jorge Sousa Correia
ISBN: 9789897244926
Editado em 2019 pelo Clube do Autor
Sinopse
Afonso VI não era para ser rei. Precedia-o um irmão mais velho, D. Teodósio, que não resistiu à doença, deixando o reino para o irmão, cujas deficiências físicas e mentais eram evidentes.
É este reinado, controverso e conturbado, que encontramos no novo livro de Jorge Sousa Correia, autor de vários romances históricos sobre grandes reis da nossa História.
Afonso VI foi aclamado rei após a morte de D. João IV, mas só reinaria a partir de 1662, depois de a mãe, D. Luísa de Gusmão, deixar a regência do reino. O rei foi acusado de impotência pela mulher, esposa impúdica e adúltera que, dando as mãos a D. Pedro, irmão desleal e ambicioso, arrancou da cabeça do Rei a coroa para colocá-la na cabeça do Infante.
Mas houve mais, e este acabaria por ser acusado dos piores pecados num julgamento orquestrado pela rainha, pelos jesuítas e pelo poderoso duque de Cadaval.
Depois das inclinações vis, os gostos obscenos, as fúrias violentas, ficou a D. Afonso VI a mansidão e a loucura obediente, até que uma qualquer decisão o fizesse desaparecer para sempre. Esse dia chegaria na forma de desterro.
A minha opinião
Quando andava no ciclo e tinha aulas de História, confesso que me fartava com rapidez. Aquilo era debitar acontecimentos - às vezes com algumas explicações e pronto. Toca a empinar a matéria e siga para os testes.
Hoje os romances históricos fazem parte das minhas leituras favoritas, principalmente quando são de qualidade como é o caso D'A Desonra de D. Afonso VI.
Achei curiosa - e bastante interessante - a forma como a história é contada. Um monologo do camareiro-mor de Afonso VI, em conversa com um seu vizinho, a quem conta a vida deste rei física e mentalmente fraco, desde que foi acometido duma doença na infância, a morte de quem devia suceder a seu pai e a regência de sua mãe.
Confesso que houve momentos em que me senti incomodada com as atitudes deste rei... que reinou ali algures no século XVII e que, na realidade, não me afectam. O realismo com que o texto está escrito leva-nos a que nos sintamos próximos do rei e dos seus amigos infames. E, da mesma forma que odiamos este malfadado rei, também nos compadecemos da forma como foi mantido, nos últimos anos de vida, encerrado num pequeno quarto em Sintra.
A Desonra de D. Afonso VI, ao mesmo tempo que entretém, ensina-nos parte da nossa história. E de uma forma fácil, nada comparada com os manuais escolares que tínhamos de empinar. Assim até dá gosto ler e aprender.
Leiam, que não se vão arrepender.
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(este livro foi-me oferecido pelo Clube do Autor em troca duma opinião honesta e sincera)
Classificação:
May we meet again
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Crime, Disse o Livro de Anthony Horowitz
Magpie Murders #1
ISBN: 9789897244339
Editado em 2019 pelo Clube do Autor
Sinopse
ABSORVENTE e VICIANTE; e com um final verdadeiramente prodigioso!
Existem vários mistérios por resolver dentro das páginas deste livro. Tudo começa quando Susan Ryeland se senta para ler o manuscrito do autor mais vendido da editora onde trabalha. Porém, a narrativa termina abruptamente no ponto em que o detetive da história está prestes a revelar o assassino, levando por isso Susan a procurar os capítulos perdidos. Mas este é apenas o ponto de partida de um dos mistérios…
Extraordinariamente bem concebido e bem escrito, em Crime, disse o livro encontramos duas histórias que correm em paralelo, personagens interessantes e autênticas, tramas sólidas, inteligentes e bem estruturadas, várias reviravoltas e, por fim, um desenlace absolutamente surpreendente.
E se um mistério dentro de outro mistério significa o dobro da adrenalina, para os fãs do género este livro traz também prazer a dobrar. Prepare-se: vai ser difícil pousar o livro!
A minha opinião
Um livro dentro dum livro. Um crime num livro com repercussões no crime que acontece no outro livro. Confusos? não estejam que a ideia base deste Crime, Disse o Livro é simplesmente magnifica e aguça a curiosidade dos leitores.
Crime, Disse o Livro recupera - magistralmente - os policiais de Agatha Christie, homenageando - principalmente - Hercule Poirot e o fabulástico livro "Cai o Pano, o último caso de Poirot".
Mistério(s) e humor. Uma escrita simples e divertida, astuta e engenhosa de forma muito inteligente, com personagens bem construidas e empáticas (ou odiosas!) tornando Crime, Disse o Livro impossível de largar enquanto não descobrimos os dois assassinos. E não, não podiam ser o mesmo porque o um crime acontece no livro e o outro... no livro. E depois, o detalhe final, do autor que entrevista... o autor. Brilhante, simplesmente brilhante! (já para não falar da presença, no livro, de Mathew Prichard, neto de Agatha Christie que é outro momento que aquece o coração)
Confesso que me diverti imenso na leitura desta Matrioska em formato de livro, até por me permitir matar saudades Agatha Christie (e principalmente de Poirot - apesar do seu mau feitio) e da idade de ouro dos policiais.
Fiquei fã de Anthony Horowitz!
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(este livro foi-me oferecido pelo Clube do Autor em troca duma opinião honesta e sincera)
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May we meet again
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O Pecado da Gueixa de Susan Spann
ISBN: 9789897244322
Editado em 2018 pelo Clube do Autor
Sinopse
Um missionário português enfrenta o código samurai para salvar a vida de uma mulher.
Um romance repleto de pormenores de época e com um refinado conhecimento da cultura japonesa.
Quioto, 1564. O padre Mateus, um jesuíta português, está no Japão como missionário. Quando uma gueixa convertida ao cristianismo é acusada da morte de um samurai, o padre compromete-se a ajudá-la, arrastando o seu protetor, o mestre ninja Hiro Hattori, para a investigação.
Ao mergulhar nas perigosas águas do mundo noturno de Quioto, percebem que toda a gente tem um motivo para querer manter a morte do samurai envolta em mistério. As pistas amontoam-se e apontam para demasiados suspeitos: da rara arma do crime a uma mulher samurai, passando por uma relação amorosa, um viajante incógnito e alguns negócios obscuros.
A minha opinião
Primeiro que tudo, a parte mais visível deste livro. A capa. Acho que há muito tempo que uma capa não me encantava desta forma. Lindíssima e muito bem conseguida.
Não obstante este livro se poder caracterizar como thriller ou como policial, para mim teve um encanto maior, o de me permitir conhecer um bocadinho da cultura japonesa, das regras sobre as quais viviam os Samurai. Gosto de livros que me levam em viagem por mundos desconhecidos e este era, seguramente, um mundo desconhecido (e que espero continuar a explorar uma vez que me parece que O Pecado da Gueixa é o primeiro volume duma série de livros com Hiro e Mateus que espero que sejam editados por cá). Junte-se à história um mistério aparentemente insolúvel e temos uma receita de sucesso.
O Pecado da Gueixa leva-nos (de uma forma perfeita) a um mundo onde a honra, a cultura, a educação, as regras sociais e a família são invioláveis. Mas - e aqui ainda melhora - tudo nos é apresentado suavemente, sem que nos sintamos numa chata aula de história. Vamos aprendendo aos poucos, com pequenas introduções de cada vez enquanto tentamos perceber o que se terá passado na casa de chá e quem será o verdadeiro assassino
(breve pausa para vos dizer que usando os poderes de dedução - aqueles que dizem que o criminoso é quem mais beneficia com a morte - não conclui nada e só descobri quem era o assassino quando Hiro o anuncia)
Há, num entanto, uma queixa que gostaria de apresentar formalmente. O livro é parco em peripécias do gato...
Agora a sério, este livro é perfeito para quem gosta de aprender, para quem tem curiosidade sobre o Japão do século XVI ou para quem gosta de mistérios. Se ainda por cima gostarem de isto tudo ao mesmo tempo... O Pecado da Gueixa é o vosso livro para lerem no intervalo de dois mergulhos nas férias (mas com moderação para não apanharem nenhuma insolação por não o conseguirem largar)
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Classificação:
(este livro foi-me oferecido pelo Clube do Autor em troca duma opinião honesta e sincera)
Entretanto...
Chama-Me pelo Teu Nome de André Aciman
ISBN: 9789897244360
Editado em 2018 pelo Clube do Autor
Sinopse
Chama-me pelo Teu Nome é um romance arrebatador sobre o desejo e a experiência da atração. Uma das grandes histórias de amor do nosso tempo, narrada de forma inteligente e imprevisível.
Na idílica Riviera italiana nasce um romance intenso entre um rapaz de dezassete anos e o convidado dos pais, um estudante universitário que irá passar com eles umas semanas no verão.
A mansão sobre as falésias é povoada por um conjunto de personagens excêntricas, com um gosto especial pela boa vida. Mas nenhum dos jovens está preparado para as consequências da atração, que, durantes essas apaixonadas semanas de calor, mar e vinho, faz crescer entre eles o fascínio e o desejo, sentimentos que não conseguem suprimir, apesar de todas as proibições e dos perigos.
Divididos entre o receio das consequências e o fascínio que não conseguem esconder, avançam e recuam movidos pela curiosidade, o desejo, a obsessão e o medo, até se deixarem levar por uma paixão arrebatadora e descobrirem uma intimidade rara que temem nunca mais encontrar.
Chama-me Pelo Teu Nome não é só uma história intemporal, é também uma análise franca, bela e dura sobre a paixão – como agimos, pensamos e sentimos. Uma elegia ao amor e um livro inesquecível.
A minha opinião
É curioso como cada pessoa lê cada livro de forma diferente. Como cada história - a mesma história - pode ter várias interpretações. Ouvi alguém - acho que foi Rui Zink mas não tenho a certeza - dizer que os livros são lidos não pelo leitores mas pela sua história pessoal, pela bagagem que transportam.
Chama-Me pelo Teu Nome prova-me exactamente isso. Ontem, depois de acabar de almoçar e quando me faltavam pouco mais de trinta páginas para acabar este livro, cruzei-me com as opiniões da Carolina e da Beatriz que costumo acompanhar (ainda que nem sempre comente). E, se é verdade que conseguiram fazer-me ler algumas partes do livro de outra forma, nenhuma das duas mencionou aquilo que, para mim, é fulcral neste livro:
O seu tom dizia: não temos de falar sobre isso, mas não vamos fingir que não sabemos do que estou a falar.(...)
- (...) No meu lugar, a maioria dos pais gostaria que tudo isso desaparecesse, ou que os seus filhos se esquecessem do que se passou. Mas não sou esse tipo de pai. Se houver dor, cuida dela, e se houver chama, não a desprezes, não sejas brutal com ela. (...) arrancamos tanto de nós próprios só para nos curarmos das coisas, mais depressa do que deveríamos, que entramos em falência por volta dos trinta anos e temos menos para oferecer de cada vez que começamos com alguém novo. Mas tentarmos não sentir nada, porque temos medo de sentir alguma coisa? que desperdício!
(...)
- Pode ser que nunca mais falemos disto. Mas espero que não me condenes por o ter feito. Teria sido um péssimo pai se, um dia, tu quisesses falar comigo e a porta estivesse fechada.
Esta conversa entre Elio e o pai, em oposição ao que Oliver afirma que seria a atitude do pai dele sobre o mesmo tema:
o meu pai tinha-me mandado para uma casa de correcção.
É, para mim, a cereja no topo dum bolo que, confesso, nem sempre me agradou. E foi neste aspecto que a minha leitura do livro se alterou com as opiniões da Beatriz e da Carolina.
Às vezes sinto-me velha. Vá, dirão por ai que velhos são os trapos mas a verdade é que me esqueço já do que é ser adolescente, ainda que tenha dois adolescentes em casa. E esqueço-me do que pensei quando tinha 16 ou 17 anos. A Beatriz e a Carolina obrigaram-me a relembrar esse passado distante e perceber que Elio tem exactamente essa idade.
Chama-Me pelo Teu Nome é uma espécie de diário de Elio, são os seus pensamentos, as suas paixões, os seus sonhos, as suas dúvidas se será ou não correspondido. E mostra-nos, de forma sublime, como o amor e as dúvidas sobre se somos ou não correspondidos, é igual para todos - heteros ou homos. Amamos, duvidamos, seduzimos e somos seduzidos. Tão simples - se é que o amor pode ser simples - quanto isto.
Chama-Me pelo Teu Nome é também uma elegia ao primeiro amor. E, caramba, como me pode eu esquecer (obrigado André Aciman!) do meu primeiro amor, por quem ainda sinto carinho e com quem vou falando de vez em quando?
Mas é, acima de tudo - e para mim - uma homenagem aos pais e aos filhos que falam entre si, que aceitam as suas diferenças, que se aceitam a si próprios. Que não tentam mudar para agradar aos outros.
Sem dúvida que, mais tarde, irei reler este livro. Porque me parece que é livro-cebola. Com várias camadas que terão de ser descascadas a cada leitura para poder aproveitar, ao máximo, tudo o que Chama-Me pelo Teu Nome tem para me dar.
e que tal aproveitarem a promoção do Clube do Autor e ainda recebem o DVD do filme?
(leia aqui as primeiras páginas)
Classificação:
(este livro foi-me oferecido pelo Clube do Autor em troca duma opinião honesta e sincera)
Entretanto...
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