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Em Teu Ventre de José Luís Peixoto
ISBN: 9789897222573
Editado em 2015 pela Quetzal Editores
Sinopse
«Mãe, atravessas a vida e a morte como a verdade atravessa o tempo, como os nomes atravessam aquilo que nomeiam.» Numa perspetiva inteiramente nova, Em Teu Ventre apresenta o retrato de um dos episódios mais marcantes do século XX português: as aparições de Nossa Senhora a três crianças, entre maio e outubro de 1917. Através de uma narrativa que cruza a rigorosa dimensão histórica com a riqueza de personagens surpreendentes, esta é também uma reflexão acerca de Portugal e de alguns dos seus traços mais subtis e profundos. A partir das mães presentes nesta história, a questão da maternidade é apresentada em múltiplas dimensões, nomeadamente na constatação da importância única que estas ocupam na vida dos filhos. O sereno prodígio destas páginas, atravessado por inúmeros instantes de assombro e de milagre, confere a Em Teu Ventre um lugar que permanecerá na memória dos leitores por muito tempo.
A minha opinião
Este é um daqueles livros que tenho muita dificuldade em classificar. Cheguei ao fim sem saber bem se gostei ou não, se esperava mais ou menos ou sequer se o devo recomendar.
Sei que o consegui ler até ao fim (ao contrário do Galveias, do mesmo autor, do qual desisti ao fim de 30 páginas). Percebi a história, gostei desta perspectiva da vida dos pastorinhos mas, ao mesmo tempo, achei que era demasiado zen, demasiado parado, sem acção ou movimento.
Gostei da forma como a maternidade é abordada, dos sentimentos que assolam as mães, a forma como vêem os filhos, o que sentem e não dizem. E nem o facto da historia ser passada num meio rural do inicio do século XX, muda o que uma mãe é, o que uma mãe sente e o que transmite. Perfeito neste aspecto.
Em Teu Ventre tem alguns momentos perfeitos, aqueles que com que nos identificamos em algum momento:
Entender os outros não é uma tarefa que comece nos outros. O início somos sempre nós próprios, a pessoa em que acordámos nesse dia. Entender os outros é uma tarefa que nunca nos dispensa. Ser os outros é uma ilusão. Quando estamos lá, a ver aquilo que os outros vêem, a sentir na pele a aragem que os outros sentem, somos sempre nós próprios, são os nossos olhos, é a nossa pele. Não somos nós a sermos os outros, somos nós a sermos nós. Nós nunca somos os outros
Ou, mesmo a melhor definição de mãe:
Todas as pessoas têm direito a descanso, menos as mães. Para cada tarefa, profissão ou encargo há direito a uma folga, menos para as mães. Se alguma mãe demonstrar a mínima fadiga de ser mãe, haverá logo uma besta, ignorante de limpar baba e de parir, que se oferecerá para a pôr em causa. Não é mãe, não sabe ser mãe, não foi feita para ser mãe, dirá. Mas, se todas as pessoas têm direito a descanso, será que as mães não são pessoas? A culpa é nossa. Sim, a culpa é das mães. Deixámos que fossem os filhos a definir-nos.
Leia aqui as primeiras páginas
Classificação:
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