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Este ano Portugal está na rota de três autores que adoro.
Primeiro foi Ken Follet que a Editorial Presença trouxe a Portugal no passado dia 24 de Setembro. Infelizmente não me foi possível estar presente mas, por aquilo que acompanhei no facebook, foi muito mal organizado. Um espaço pequeno para um autor desta envergadura, entrada até estarem pessoas quase às camadas, enfim, uma salganhada que um autor destes não merece.
Dia 28 de Outubro, inserido no Festival Bang, Anne Bishop. Não sei se já notaram mas é A Autora que eu mais acompanho, que mais leio, que me encanta e de quem tenho todos os livros editados. Estou em stress para que esse dia chegue.
E ontem, Dan Brown no Grande Auditório do CCB em Lisboa. Eu estive lá e é disso que vos quero falar.
Primeiro que tudo uma palavra de apreço à organização. De facto a Bertrand, neste aspecto, funcionou tal e qual um relógio afinado. Cada pessoa tinha, na sua pose, um convite que podia ser de 4 cores diferentes. Os azuis tinham direito a ficar nas primeiras filas. Os laranja ficavam na plateia, nas últimas filas. Os brancos iam para o segundo andar. Haviam ainda convites castanhos que, confesso, não percebi como funcionavam. Percebi que os brancos eram os convites entregues no dia do evento a quem se dirigiu ao CCB. Os laranja eram os convites de quem tinha feito o registo no site destinado ao evento (e que foram enviados para casa). Os azuis eram os que tinham feito o registo no site, tinham respondido correctamente a uma questão colocada e que tinham feito a pré-reserva do livro. No evento (via facebook) ou por email, fomos sendo avisados dos horários. Às 16h as portas abririam (e foi a essa hora que começamos a entrar para o foyer), às 16h30 seriam abertas as portas do auditório (aqui houve um pequeno atraso, só foram abertas às 16h45) e às 17h teria inicio a apresentação (que começou às 17h15) com duração aproximada duma hora. Viu-se que a máquina estava bem oleada. As pessoas foram encaminhadas consoante as cores dos convites, quem estava nas zonas mais afastadas do palco foi convidado a preencher os espaços vazios mais à frente, sem stresses, empurrões ou problema algum. E, quando já estávamos todos sentados o evento começou.
Dan Brown é um comunicador. Mais que um escritor de sucesso, é uma pessoa de conversa. Que nos levou por uma viagem pela sua própria história pessoal, pelo que é viver com uma mãe católica e um pai dedicado às matemáticas. De riso fácil e que nos manteve presos ao seu discurso durante quase 40 minutos, sem que déssemos conta do tempo passar. Falou deste novo livro mas também de como foi ingénuo quando editou O Código Da Vinci, livro que, no seu entender, não era polémico. Contou-nos vários episódios que se passaram com ele, nas filmagens e a razão que o levou a ceder e a permitir que os filmes fossem feitos. Falou na sua interpretação da religião e de que sentiu necessidade de se afastar mais da religião quando um padre disse, no funeral de uma criança que tinha morrido de leucemia, que essa morte fazia parte do plano de Deus.
Por fim uma pequena sessão de perguntas e respostas. Ficamos a saber que, um dia, poderá editar um livro chamado “A cifra de Sintra”. Foram várias as perguntas, umas com mais interesse outras com menos e que nos deu um dos momentos altos do evento. A pergunta? Bem, a que é colocada a todos os autores em eventos destes: Quando é que sai o próximo livro?. A resposta? Bem, levou quase toda a gente às lágrimas de riso: Dan Brown pediu que a pessoa que a colocou se levantasse (era uma senhora) e pediu-lhe que imaginasse que tinha tido um filho e que, dez minutos depois do parto, mal entrou no quarto, o marido lhe pergunta: e então, vamos repetir? Vamos ter já outro filho?
Ficamos também a saber que o símbolo que aparece na capa do livro é a representação da escadaria da Sagrada Família, local onde passeou na altura em que andava a fazer investigação para este livro e que achou que era perfeito para alguém morrer por ali.
Dan Brown veio a Portugal por “breves instantes”. Aterrou em Lisboa uma hora antes do evento e, logo que terminou, fez uma visita rápida à Bertrand no Chiado e seguiu para Barcelona – cidade onde se passa a trama deste livro – para um novo evento. Apesar de ter sido pouco tempo (com um comunicador destes, poderia estar ali a tarde toda a ouvi-lo) tenho de vos confessar que foi uma tarde inesquecível. Mesmo sem a sessão de autógrafos que tantos queriam que se tivesse realizado (coitado do homem, só se fosse mesmo de carimbo que assinar livros a tanta gente seria coisa para lhe provocar uma tendinite).
Por fim… ganhei uma filha neste evento. Fui com a desaparecida Miss F (ela vive mas apenas na Revista Inominável) e, antes de entrarmos, uma fotógrafa da Bertrand veio ter connosco e pediu-me autorização para fotografar a minha filha “que é muito bonita”. Autorizamos, pois claro, mas não sem antes termos um ataque de riso. E pronto, assim sendo, além do prazer de ouvir um excelente comunicador e um escritor de quem sou fã, a minha família também aumentou. Um dia em grande, está visto.
Entretanto já li o livro que deu origem a esta conferência.
(se quiserem ver o vídeo, está aqui e, abaixo, podem ver as nossas fotos)
Top 5 das escritoras favoritas
Polémicas à parte, é uma das minhas autoras favoritas pelas Brumas de Avalon mas também por todos os outros livros que tive oportunidade de ler desta escritora. Esquecemos-nos que estamos a ler ficção e entramos de alma e coração na ficção que ela cria magistralmente.
Gostar de fantasia e não conhecer Anne Bishop é um crime quase com direito a prisão perpétua. Algumas das suas personagens são tão reais que quase que esperamos encontrá-las aqui ou ali. E sim, as suas obras são sempre acompanhadas do mapa do mundo que nasce na sua imaginação para nosso gáudio. Excepto numa trilogia em que o mundo mudava de sítio consoante a pessoa queria. Fantástico!
Mais uma descoberta por acidente. Há uns anos atrás comprei um livro desta autora (não me recordo o nome) e, dai para a frente, leio tudo o que publica. Os seus romances do fantástico tem, na maior parte dos casos, personagens reais, sendo conjugada a realidade e a ficção de uma forma de tal modo excepcional que ficamos na dúvida se foi mesmo assim que se passou. Sevenwaters é, talvez, a melhor série mas não a única que vale a pena ler.
Robin Hobb
Mais uma autora do fantástico (nota-se muito que sou fã deste género literário?). A Saga do Assassino e o Regresso do Assassino, 11 livros extraordinários que li de seguida. Mais uma autora que devia ter mais livros editados em Portugal.
J. K. Rowling/Robert Galbraith
Dispensa apresentações. Harry Potter e o seu mundo extraordinário, Morte Súbita e detective Cormoran Strike são razões mais que suficientes para esta autora ter o seu lugar de destaque.
E sim, sim, vou acrescentar um sexto nome:
A Alma das Pedras e A Brisa do Oriente. Dois livros extraordinários, ambos são autênticos manuais de história e que nos levam a passear pelo passado, como se lá estivéssemos.
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Por quarenta dias, eu, M*, The Daily Miacis, Mula, Miss F, Marciano, Alexandra, JP, Drama Queen, Fatia Mor, CM, Nathy, MJ, Just, Ana Rita Garcia M., Tea, Carla B., Neurótika Webb, Noqe, Caracol, Morena,asminhasquixotadas e Kikas partilhamos a nossa paixão pela leitura e pelos livros.
A discussão começou aqui e depois passou para aqui. Começa por ser um caso isolado, o de Marion Zimmer Bladley, acusada pelos filhos – após a sua morte – de ser pedófila mas, na verdade, pode ser aplicado a qualquer escritor.
Devemos, ou não, julgar a obra pela pessoa? Ou o inverso?
Posso estar errada, admito que sim, mas creio que ambas devem ser dissociadas. Não podemos, ou não devemos, julgar um livro pelo seu escritor. Se há casos em que um texto é um livro aberto para a personalidade do seu escritor, noutros casos é o oposto que se passa. E não podemos ter a veleidade de achar que conhecemos, ao pormenor, a vida de todos os escritores.
Sabemos lá nós, por exemplo, quem foram ou o que fizeram, na sua vida privada, Jane Austen, Thomas Mann, Victor Hugo ou Alexandre Dumas. Quem nos garante que, no seu tempo, não cometeram crimes de alguma espécie e, no entanto, são escritores reconhecidos? Homero, Virgílio e Platão viveram numa época em que a pedofilia e a homossexualidade eram aceites (na verdade esses conceitos nem sequer existiam) mas as suas obras continuam a ser lidas e estudadas.
Será que, e voltando ao caso que deu origem a esta reflexão, As Brumas de Avalon perdem o seu valor literário por a autora ser – alegadamente – pedófila? Creio que não. Um livro ou está bem escrito ou está mal escrito. Ou gostamos ou não gostamos. Não passa dum lado ao outro da barreira porque a autora cometeu um crime sexual (apesar de, obviamente, este ser o pior tipo de crime que se pode cometer).
Dou ainda outro exemplo. Não suporto Miguel Sousa Tavares. Acho-o execrável e arrogante. Uma besta, em suma. No entanto adoro os seus livros. São fabulosos e muito bem escritos. Equador é um excelente exemplo.
Quando compro um livro, não olho apenas para o seu autor. Olho para a sinopse, para a capa, tento ler algum excerto e consulto no goodreads a opinião de quem já o leu. É história que está no livro que me interessa, não a vida do seu autor. Separo as águas e usufruo da leitura. Não direi que é a atitude correcta mas é a que me parece melhor.
E vocês, são influenciados pela vida do autor ou pela sua obra?
Nota final: Para quem quiser ler mais sobre as acusações feitas a Marion Zimmer Bladley, recomendo os seguintes links
Autores vs os seus livros, uma reflexão sobre Marion Zimmer Bradley
Transcrição do depoimento da autora aquando do julgamento do marido
Escrever é um acto de contínua aprendizagem. E falo aqui escrever nas vertentes criativas, seja como blogger (é assim que se escreve?), como autor dum livro (ou de vários) ou como jornalista. Enfim, em todas as vertentes.
É precisamente por isso, porque também a escrever se aprende todos os dias, que me faz tanta confusão ver por ai autores/escritores/bloggers que agem de forma arrogante, achando‑se superior a todos os outros. Que não aceitam críticas e não reconhecem que, por melhores que sejam (e alguns nem sequer o são), podem sempre melhorar se ouvirem as opiniões de quem os rodeia.
Escrever é – ou devia ser – um acto de partilha. Escrever sem egoísmo, com humildade e com respeito. Respeito e consideração por quem lê e por quem se dá ao trabalho de nos dar a sua opinião.
Pena é que nem todos pensam assim. E mesmo que não os vejamos pessoalmente, basta ler o que escrevem para perceber que a arrogância com que o fazem não os deixa crescer e serem tão grandes quanto julgam que são.
Comemora-se hoje o dia Mundial do Escritor. Faço, por isso, e aqui, a minha homenagem a todos os que escrevem para que eu os possa ler. A todos os que me permitem sonhar acordada, viajar sem sair do sofá e viver histórias que não são minhas.
Mas, acima de tudo, faço a homenagem aos meus escritores favoritos - de hoje e de sempre.
Porque este escritor não se limita a imaginar e escrever. Todos os seus livros tem um trabalho fantástico de investigação por detrás. É o próprio que explica como, em cada livro, traça a linha divisória entre a história e a ficção:
A regra que aplico é a seguinte: Ou a cena aconteceu, ou poderia ter acontecido; ou as afirmações foram feitas, ou poderiam ter sido feitas. E se encontrar alguma razão que impeça que a cena tivesse ocorrido na vida real, ou que uma dada afirmação tivesse sido feita - se, por exemplo, uma personagem se encontrava no estrangeiro nesse momento - elimino-a.
E é esta regra simples, conjugada com a qualidade da escrita que já me habituei com Ken Follett que o tornam num dos meus escritores favoritos.
Pelas Brumas de Avalon mas também por todos os outros livros que tive oportunidade de ler desta escritora. Esquecemos-nos que estamos a ler ficção e entramos de alma e coração na ficção que ela cria magistralmente.
Descoberto por recomendação dum vendedor na Feira do Livro de Sesimbra. Por norma não ligo nenhuma às pseudorecomendações que aparecem de outros autores ou na contra capa, feitas por outros autores ou jornais. Mas num dos livros que li deste escritor dizia assim "tenha cuidado se for a ler Os Litigantes no autocarro, pois poderá perder a sua paragem" - Independent. Bem, na verdade, não perdi a paragem do autocarro. Mas perdi a do metro...
Finalista do prémio Leya com o seu romance de estreia Perguntem a Sarah Gross, conseguiu, com apenas este livro, entrar para o meu rol de autores favoritos. Venham de lá mais livros, arranjarei, com certeza, espaço nas mui ocupadas estantes lá de casa para o ter. É um autor que me apetece!
Gostar de fantasia e não conhecer Anne Bishop é um crime quase com direito a prisão perpétua. Algumas das suas personagens são tão reais que quase que esperamos encontrá-las aqui ou ali. E sim, as suas obras são sempre acompanhadas do mapa do mundo que nasce na sua imaginação para nosso gáudio. Excepto numa trilogia em que o mundo mudava de sítio consoante a pessoa queria. Fantástico!
Mais uma descoberta por acidente. Há uns anos atrás comprei um livro desta autora (não me recordo o nome) e, dai para a frente, leio tudo o que publica. Os seus romances do fantástico tem, na maior parte dos casos, personagens reais, sendo conjugada a realidade e a ficção de uma forma de tal modo excepcional que ficamos na dúvida se foi mesmo assim que se passou. Sevenwaters é, talvez, a melhor série mas não a única que vale a pena ler.
E vocês, que autores/escritores são os vossos favoritos? quem vos faz sonhar mais?
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