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Dizem as más-línguas que Homero escreveu este poema épico na Grécia antiga e que terá sido, algures no final do século VIII a.c. que foi fixada a sua forma por escrito.
Uns séculos mais tarde, ou mais exactamente no século XXI d.c. – coisa pouca portanto – e no ano da graça de 2014, a minha filha estava no sétimo ano e a professora pediu este livro para análise na disciplina de Português. Por acaso tinha A Odisseia lá em casa, numa colecção de clássicos que comprei há uns anos valentes e dei-lhe o livro.
Pois que não, não podia ser aquela versão, tinha de ser a versão XPTO do ano não sei das quantas. Bom, acedi na altura porque, efectivamente, o livro que eu tinha era a versão integral, sem análises ou adaptações e a versão que a professora queria estava preparada para a leitura por jovens. E lá compramos o livro.
Aproximadamente dois anos mais tarde, é a vez do meu filho estar no sétimo ano e foi feito o mesmo pedido – a Odisseia de Homero para análise na disciplina de português. Entreguei-lhe, sem hesitar, o livro comprado há dois anos.
Ontem ele teve a disciplina de português.
Já vos disse que a versão que ele levou dum poema escrito há mais de 30 séculos tem apenas dois anos?
E à noite diz-me o meu gaiato – mãe, este livro que levei não serve. Tem de ser a versão que saiu este ano! Se não for a deste ano levo falta de material.
Como diz que disse? O poema foi escrito na Grécia Antiga, há mais de 30 séculos e a versão com dois anos não serve?... Pois, não serve!
Isto sim é uma Odisseia…Qual Ulisses, qual Penelope, qual Zeus… Odisseia a sério é conseguir ter filhos a estudar e aproveitar livros duns anos para os outros. Mesmo que o seu conteúdo tenha séculos de existência!
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