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Últimas leituras

por Magda L Pais, em 19.07.20

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Isto de estar em teletrabalho - por melhor que seja em vários aspectos - acaba por me cortar os tempos que tinha para ler e para escrever aqui no blog.

Comecei as férias há uma semana  e pensei que ia ter mais tempo para ler. Mentira gorda que, logo no primeiro domingo, resolvi esbarbardar-lhe escadas abaixo (desci 3 degraus de pedra com o rabo). Valeu-me ser gordinha e o degrau se ter partido. Se assim não fosse, as consequências podiam ter sido bem piores. Assim, fiquei com nódoas negras nas nádegas, com dores e com o orgulho ainda mais magoado. O resultado: esta semana não consegui ler quase nada.

Resoluções para os próximos tempos: não cair das escadas, voltar a ler como dantes e voltar aqui ao blog para partilhar convosco as minhas opiniões sobre os livros.

Desde a última publicação (há mais de um mês) li os cinco livros acima. Aqui ficam, resumidamente, as minhas opiniões:

A Trilogia da Neblina de Carlos Ruiz Zafón - comecei esta leitura dois dias antes da morte do autor. São 3 livros independentes onde a magia e a acção se misturam com personagens inesquecíveis, tendo, como único elo é um ser maligno. Com a mestria que lhe era única, Zafón prende-nos da primeira à última página, enquanto torcemos para que o bem vença.

Classificação -

A Confraria de John Grisham - sou fã deste autor e comecei este livro com as expectativas altas. Fiquei desiludida. A história podia ter tudo para nos prender mas tal não acontece. As personagens são demasiado superficiais e algumas partes parecem forçadas. Calculo que todos temos direito a um dia mau e os escritores também tem direito a um mau livro...

Classificação -

Algo Maligno Vem Aí de Ray Bradbury - Supostamente este livro é de terror. Só que - para mim - terror foi conseguir chegar ao fim (juro que tentei, até às últimas páginas, gostar deste livro) sem sucesso.

Classificação -

Frankenstein de Mary Wollstonecraft Shelley - Alguém por ai não conhece a história do monstro criado por Victor Frankenstein? Se não conhecem, façam um favor a vós mesmos. Leiam este livro. Ou vejam os filmes. Ou melhor ainda, leiam o livro e vejam os filmes (principalmente o filme de 1931 com o actor Boris Karloff). Só o facto de conhecer bem a história me fez aproveitar bem o livro e conseguir ler com calma. Sem dúvida que, apesar de escrito em 1818, consegue abordar alguns temas sempre actuais - principalmente a necessidade de enfrentarmos as consequências dos nossos actos.

Classificação -

O Enigma do Quarto 622 de Joël Dicker - Sou fã de Joël Dicker e nunca me hei-de esquecer do Momento muito Ups na Feira do Livro. Seguramente que A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert é o melhor livro de Joël Dicker mas este Enigma não fica longe, até pelo facto de que a personagem principal é, precisamente, Joël Dicker. Viajamos no tempo entre o passado e o presente enquanto o enigma se vai adensando. Surgem respostas que são seguidas de mais perguntas. Apesar do tamanho do livro que poderia intimidar, lê-se num ápice porque ficamos presos na história e nas personagens (se bem que uma delas dá vontade de lhe bater. Com um gato morto. Congelado. Até o gato miar). Vale seguramente a pena. E no fim, fiquei com vontade de ler E tudo o Vento Levou. Mas infelizmente o livro que tenho cá em casa é de 1965 e as páginas estão em risco de se rasgar. E as versões que encontro on line tem as letras tão pequeninas que é quase impossível ler.

Classificação -

 

May we meet again

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O Desaparecimento de Stephanie Mailer

por Magda L Pais, em 09.07.18

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O Desaparecimento de Stephanie Mailer de Joël Dicker

ISBN: 9789896655884

Editado em 2018 pela Alfaguara Portugal

Sinopse

Na noite de 30 de Julho de 1994, a pacata vila de Orphea, na costa leste dos Estados Unidos, assiste ao grande espectáculo de abertura do festival de teatro. Mas o presidente da Câmara está atrasado para a cerimónia… Ao mesmo tempo, Samuel Paladin percorre as ruas desertas da vila à procura da mulher, que saiu para correr e não voltou. Só para quando encontra o seu corpo em frente à casa do presidente da Câmara. Dentro da casa, toda a família do presidente está morta.

A investigação é entregue a Jesse Rosenberg e Derek Scott, dois jovens polícias do estado de Nova Iorque. Ambiciosos e tenazes, conseguem cercar o assassino e são condecorados por isso. Vinte anos mais tarde, na cerimónia de despedida de Rosenberg da Polícia, a jornalista Stephanie Mailer confronta-o com uma revelação inesperada: o assassino não é quem eles pensavam, e a jornalista reclama ter informações-chave para encontrar o verdadeiro culpado.

Dias depois, Stephanie desaparece.

Assim começa este thriller colossal, de ritmo vertiginoso, entrelaçando tramas, personagens, surpresas e volte-faces, sacudindo o leitor e impelindo-o, sem possibilidade de parar, até ao inesperado e inesquecível desenlace.

O que aconteceu a Stephanie Mailer?

E o que aconteceu realmente no Verão de 1994?

A minha opinião

Temo, muito honestamente, que Joël Dicker se esteja a tornar num dos meus escritores favoritos na categoria dos livros que me enganam com uma facilidade medonha.

Quando iniciei a leitura d'O Desaparecimento de Stephanie Mailer estava preparada. Ou pelo menos eu achava que estava. Enquanto ia lendo, tinha na minha mente o que se tinha passado com A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert. Portanto eu teria de saber que o assassino era o mais improvável dos suspeitos. Pois... Mas acontece que a mente de Joël Dicker é brilhante, seguramente mais brilhante que a minha e voltou-me a enganar.

O Desaparecimento de Stephanie Mailer é narrado a várias vozes e a vários tempos, sem introduzir demasiadas personagens ou acontecimentos ao mesmo tempo, perfeitamente encadeadas entre si. Mas - e isto é importante - não esperem que seja igual aos anteriores deste autor. Porque Joël Dicker cresceu, amadureceu, e a sua escrita acompanhou esse crescimento. Os grandes autores são assim mesmo, crescem com a sua escrita, vão-se aperfeiçoando e vão deixando que isso transpareça nos seus livros.

As personagens estão criadas de forma magistral, ao ponto de sentirmos empatia com umas e ódio a outras (Alice e Steven, isto é para vós!). São coerentes, tem um passado e um presente e sentimos - desejamos - saber o seu futuro. E nem isso é deixado ao acaso (leiam se quiserem perceber o que quero dizer com isto).

Nota-se, ao longo de todo o livro, o amor e a paixão que Joël Dicker dedica aos seus livros. E, em consequência, aos seus fãs. Mesmo para aqueles que estiveram envolvidos num momento muito Ups na Feira do Livro...

Mau, mas mesmo mau, é ter de esperar que saia mais algum livro de Joël Dicker.... enquanto isso pode ser que a Alfaguara Portugal o traga cá para mais uma sessão de autógrafos e eu prometo que vou tentar portar-me bem.

Leia aqui as primeiras páginas

Classificação: 

Entretanto...

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O Livro dos Baltimore

por Magda L Pais, em 17.06.16

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O Livro dos Baltimore de Joël Dicker

Editado em 2016 pela Alfaguara Portugal

ISBN: 9789896650674

 

Sinopse

«Se encontrar este livro, por favor leia-o. Queria que alguém conhecesse a história dos Goldman de Baltimore.»

Até ao dia do Drama, existiam dois ramos da família Goldman: os Goldman de Baltimore e os Goldman de Montclair.

O ramo de Baltimore, próspero e bafejado pela sorte, mora numa luxuosa mansão. Encarna a imagem da elite americana, abastada e influente, que vive em bairros exclusivos, passa férias nos Hamptons e frequenta colégios privados. Já os Goldman de Montclair são uma típica família de classe média e vivem numa casa banal em Nova Jérsia. É a esta família modesta que pertence Marcus Goldman, autor do romance A verdade sobre o caso Harry Quebert. Mas era à família feliz e privilegiada de Baltimore que Marcus secretamente desejava pertencer. Mas tudo isto se transforma com o Drama.

Oito anos depois do dia que tudo mudou, é a história da sua família que Marcus Goldman decide investigar. Movido pelas memórias felizes dos tempos áureos de Baltimore, procura descobrir o que se passou no dia do Drama, que mudaria para sempre o destino da família. O que aconteceu realmente aos Goldman de Baltimore?

 

A minha opinião

É oficial e creio que o posso divulgar. Joël Dicker está, neste momento, no top do top dos meus escritores masculinos preferidos, diria até que por uma grande margem. Nenhum outro conseguiu, até hoje, a proeza de me fazer ler mais de metade dum livro numa tarde/noite em período de trabalho. Nas férias sim, sou menina para ler um livro num dia com a maior das tranquilidades mas ontem, dia de trabalho, quando cheguei a casa e com menos de metade do livro lido, decidi que não me deitava enquanto não percebesse o que realmente se tinha passado com os gangue dos Goldman.

Contado a três tempos - até ao drama, o ano após o drama e oito anos após o drama - Joël Dicker dá-nos a mão de uma forma soberba para que, com ele, possamos acompanhar a vida de Marcus, o seu crescimento e a constatação de que, afinal, nenhum (ou quase nenhum) dos acontecimentos que levaram ao drama se passou exactamente como ele pensava. 

Aliás, no Livro dos Baltimore, Joël Dicker dá outra vez cartas, de forma (no mínimo) magistral às voltas, reviravoltas e novas voltas que dá a cada acontecimento, levando-nos a conclusões que, páginas depois, se revelam erradas porque aparece uma nova informação.

Confesso que alguns momentos da juventude do gangue são previsíveis. Sim, são. Mas porque boys will always be boys e estes também o são. Ai está outro dos encantos da escrita de Joël Dicker. O realismo. Faz-nos acreditar que está tudo ali, que nos está a contar tudo e que estamos a viver o mesmo que as personagens. Não é isso que todos os leitores desejam? viver as personagens dos livros? Joël Dicker leva-nos a viver os seus livros. A vibrar. Enervamos-nos com eles. Queremos entrar no livro e dizer ao Marcus e à Alexandra que se deixem de tretas que já todos percebemos o que eles não perceberam ainda.

E quando se acaba a última página... a sensação de vazio. E o pensamento: Que raio vou eu ler depois disto? nada. Não há livro nenhum que pense em pegar enquanto não termino o luto deste, enquanto digiro a história e deixo que a história tome conta de mim.

Ao meu avô

por Magda L Pais, em 16.06.16

A ternura do seu riso não me sai da memória. Bem como a sua exigência. Nem o seu modo de andar e a sua eterna elegância. (...)

Glória a ti, meu avô amado. Fica sabendo que fazes falta cá em baixo. Gosto de pensar que estás a olhar para mim aí de cima e que acompanhas o meu percurso com uma mescla de diversão e emoção. (...)

Estou-te grato por tudo o que me deste. Descansa em paz.

 

in O Livro dos Baltimore de Joël Dicker

e dedicado também ao meu avô Manuel

Os sonhos

por Magda L Pais, em 16.06.16

só temos uma vida, Alexandra! Uma vida curtíssima! não gostarias de a usar para realizares os teus sonhos em vez de ganhares mofo naquela universidade tonta? Sonha, e sonha em grande! Só os maiores sonhos sobrevivem. Os outros são apagados pela chuva e levados pelo vento.

 

in O Livro dos Baltimore de Joël Dicker



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