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Leitura Alheia: O Meu Pé de Laranja Lima

por Magda L Pais, em 31.12.18

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O Meu Pé de Laranja Lima de José Mauro de Vasconcelos

Primeira edição em 1968

ISBN: 9789898491886

Reedição em 2015 pela Fábula

Sinopse

Esta é a história comovente de Zezé, um menino de seis anos nascido no seio de uma família muito pobre. Zezé é inteligente, sensível e criativo, mas muito endiabrado. Carente do afeto que não encontra junto do pai e da mãe, mais preocupados em sobreviver a cada dia, o menino perde-se nas ruas, onde só lhe dá para inventar travessuras.

Tendo aprendido demasiado cedo a dor e a tristeza, Zezé acaba por usar o mundo da sua imaginação para fugir da realidade da vida: toma por confidente um pé de laranja lima, a que chama Xururuca e ao qual revela os seus sonhos e desejos. Será nesta fantasia que Zezé vai encontrar a alegria de viver e a força para vencer as suas adversidades. O Meu Pé de Laranja Lima é a obra maior de José Mauro de Vasconcelos, um dos grandes nomes da literatura brasileira. Um livro que urge descobrir, ou reencontrar, e que é aclamado como um dos mais importantes livros juvenis em língua portuguesa.

A opinião da Joana

Antes de saber ler, já era incentivada pelos meus pais a pegar em livros e perder-me neles.

No início, via as imagens. Pedinchava a quem sabia ler para me ler os livros da Anita, entre outros tantos.

Ansiava muito por aprender a ler.

Aprendi depressa e a minha vida mudou.

Nas férias grandes da segunda para a terceira classe li tudo o que tinha lá em casa.

De tudo o que li, estava este.

Adorei. A escrita é simples, tão simples! Acessível a uma criança de 8 anos.

Gostei do livro porque me identifiquei com a personagem, o Zezé, tal como eu era levado da breca. E naqueles dias piores revirava o bairro. Tal e qual, eu!

Mais tarde, já trabalhava voltei a encontra-lo em casa dos meus pais.

Fiquei com ele para mim. Li-o outra vez. Voltei a emocionar-me. Como é que uma escrita tão simples, nos dá tanto? Acho que a resposta é mesmo a simplicidade da história e a maneira genial como José Mauro de Vasconcelos a conta.

Voltei a este livro, recentemente. E li-o mais uma vez. Tocou-me tal como das outras vezes. Pelas razões de sempre mas desta vez foi ainda mais especial: pai, mãe, irmãos não têm de ser os de sangue. Pai, mãe, irmãos são aqueles que nos entram no coração e nunca mais saem. Às vezes são os de sangue outras vezes não. Neste momento da minha vida, faz mais sentido do que nunca.

O livro é uma poesia escrita em prosa.

Ternura em estado puro.

Faz-nos rir e chorar ao mesmo tempo. Tal e qual a vida…

(infinitas estrelas…)

Leia aqui as primeiras páginas

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