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O Caso do Cairo

por Magda L Pais, em 26.08.19

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O Caso do Cairo de Olen Steinhauer

Tradução: Sofia Gomes

ISBN: 9910000153228

Editado em 2015 pela Bertrand Editora

Sinopse

Sophie Kohl está a viver o pior pesadelo da sua vida. Minutos depois de ter confessado ao marido, um diplomata destacado na embaixada americana na Hungria, que teve uma relação extraconjugal enquanto estavamos dois no Cairo, ele é morto com um tiro na cabeça.

Stan Bertolli, agente da CIA sediado no Cairo, já teve a sua dose de chamadas a meio da noite. Mas fica de coração apertado ao ouvir a voz da única mulher que amou, e que lhe telefona para saber por que razão o marido foi assassinado.

Omar Halawi trabalhou durante muitos anos nos serviços secretos egípcios e está perfeitamente dentro do jogo. Os agentes estrangeiros passam-lhe informações ocasionalmente, um favor que ele retribui e toda a gente fica feliz. Mas o homicídio de um diplomata na Hungria tem repercussões que chegam ao Cairo, e Omar tem de seguir os efeitos colaterais do sucedido até ao fim.

O analista norte-americano Jibril Aziz sabe mais sobre o Stumbler, uma operação secreta rejeitada pela CIA, do que qualquer outra pessoa. De modo que, quando alguém consegue aparentemente uma cópia do projeto, Jibril sabe como ninguém o perigo que isso representa.

Todos estes agentes convergem no Cairo. Gradualmente, vai sendo revelado o retrato de um casamento, um delicado quebra-cabeças de lealdades e traições, num mundo perigoso de jogos políticos, onde as alianças nunca são claras e os resultados nunca são garantidos.

A minha opinião

Depois de ler lido Do Desastre de Lisboa, fiquei com vontade de conhecer melhor a escrita deste autor desconhecido (para mim) que andava lá a marinar por casa há uns anitos.

O Caso do Cairo, não sendo o melhor livro do mundo (ou sequer um dos melhores), não deixa de ser uma leitura agradável. Mistura política e alguma história (real) com espiões e assassinos, romances e traições, segredos de estado e pessoais. 

Vamos acompanhando o desenrolar dos acontecimentos através de Omar, Stan, Jonh, Jibril e Sophie, que convergem, na cidade do Cairo, até conseguirem perceber não só quem matou Emmett mas também porque é que ele foi morto.

Confesso que, em alguns momentos, me senti baralhada com as personagens e quem estava aonde precisamente porque a divisão do livro (capítulos relacionados com cada uma das personagens) dá azo a essa confusão, revendo os acontecimentos pelo prisma de cada um. No entanto, essa baralhação momentânea não me impediu de ler e retomar o fio à meada logo de seguida.

Talvez volte a ler este autor mas não fiquei fã incondicional.

Leia aqui as primeiras páginas

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Estação Onze

por Magda L Pais, em 23.08.19

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Estação Onze de Emily St John Mandel

Tradução de Rita Figueiredo 

ISBN: 9789722356329

Editado em 2015 pela Editorial Presença

Sinopse

Estação Onze conta-nos a cativante história de um grupo de pessoas que arriscam tudo em nome da arte e da sociedade humana após um acontecimento que abalou o mundo. Kirsten Raymonde nunca esqueceu a noite em que teve início uma pandemia de gripe que veio a destruir, quase por completo, a humanidade.

Vinte anos depois, Kirsten é uma atriz de uma pequena trupe que se desloca por entre as comunidades dispersas de sobreviventes. No entanto, tudo irá mudar quando a trupe chega a St. Deborah by the Water. Um romance repleto de suspense e emoção que nos confronta com os estranhos acasos do destino que ligam os seus personagens.

A minha opinião

Oh não, mais uma distopia - estão vocês a pensar. Calma, que Estação Onze não é uma distopia normal.

Num ano qualquer da nossa era, uma pandemia de gripe mata mais de 90% da população terrestre em muito pouco tempo. As televisões deixam de transmitir, a água deixa de correr nas torneiras, a electricidade deixa de funcionar assim como as redes de telemóvel e de internet. Os poucos que sobrevivem, espalhados por todo o planeta, tem de descobrir novas formas de sobreviver quanto tudo o resto se desmorona e pelo meio dos cadáveres dos que faleceram.

Ok, até aqui quase que é uma distopia normal. 

Só que não.

Porque Estação Onze leva-nos em viagens entre vários passados e o presente. Fala-nos da noite em que a pandemia começou a espalhar-se, conta-nos as histórias de vida de alguns dos que morreram nesses primeiros dias e como foi sobreviver sem saber como enquanto outros morriam. Acompanhamos, ao mesmo tempo, alguns desses sobreviventes, 20 anos depois da pandemia assim como crianças que nasceram depois.

Como se explica a internet a quem não a conhece? Como se explica o voo de um avião a quem está habituado a vê-lo apenas parado num campo de milho? Como se explica os antibióticos que deixaram de existir e como se aceita que a esperança de vida desça para os 40/50 anos?

Será uma pandemia deste género um cenário assim tão descabido? Infelizmente não creio, até porque o livro é bastante fiel neste aspecto: esta gripe mortal espalha-se pelo mundo por causa das viagens aéreas.

Estação Onze, ao contrário da maioria das distopias, não é feito de guerras, intrigas, tormentos ou cataclismos. Ainda assim não o conseguimos largar porque a escrita é simples, atractiva e subtil. Não queremos saber o fim da história mas queremos entender como se sobrevive ao fim de todas as mordomias a que estamos habituados. 

Porque sobreviver não é suficiente

Esta frase, lema da Sinfonia Itinerante* e uma das tatuagens de Kirsten*, retirada da série Star Trek, é, talvez, a lição principal a retirar deste livro. 

Estação Onze, ao mesmo tempo que é sombrio e negro, também é elegante e encantador, com personagens resilientes, que nos tocam e das quais nos custa despedir quando fechamos o livro.

Sem dúvida um livro extraordinário.

* no livro, a Sinfonia Itinerante é uma trupe de actores e músicos que vão passeando de lugarejo em lugarejo, apresentando peças de teatro de Shakespeare e recitais de música 

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Book Bingo "Leituras ao Sol" 2019

por Magda L Pais, em 22.08.19

 

Este ano decidi comemorar o verão de forma diferente e aceitar o desafio da Isaura e da Patrícia para participar no Book Bingo "Leituras ao Sol" 2019. A ideia era ler 16 livros,  entre 21 de Junho e 22 de Setembro, tendo por base este cartão:

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Como foi a primeira vez que participei num desafio destes, optei por fazer uma lista e tentei segui-la à risca. Pois, não aconteceu. Quer dizer, aconteceu na maioria dos casos mas depois surgiram livros novos que acabei por enquadrar no cartão.

Foi uma experiência engraçada. Mais uma vez, não me importo com a quantidade de livros que leio, até porque leio por prazer e não para ganhar a camisola amarela. Mas claro que queria chegar ao final com Bingo feito, o que consegui com alguma margem. Teria acabado mais cedo se tivesse tido umas férias normais mas adiante.

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  1. Um título que contenha as letras SOL (O Sol da Meia Noite de Jo Nesbo)
  2. Um livro que levarias para a praia (Volta Para Casa de Harlan Coben)
  3. Um livro que se passe no verão (O último Adeus de Kate Morton)
  4. Um livro esquecido na estante (+ de 3 anos) (No Jardim dos Monstros de Erik Larson)
  5. Um livro do teu género preferido (A Espada de Shannara de Terry Brooks)
  6. Um livro de um autor que gostavas de conhecer (Lythande de Marion Zimmer Bradley)
  7. Um livro que se leia em 24 horas (Do desastre de Lisboa de Olen Steinhauer)
  8. Pede a uma pessoa que viva contigo para escolher um livro para leres (Crueldade a nu de Colleen McCullhoug)
  9. Um livro com uma capa em tons de azul (Styxx de Sherrilyn Kenyon)
  10. Um livro de um autor que nunca leste (Feridas de Guerra de Anthony Riches)
  11. Um livro que se passe num local onde gostarias de passar férias (À solta na noite de Sherrilyn Kenyon)
  12. Escolhe um livro da tua estante de olhos fechados (Um mais Um de Jojo Moyes)
  13. Um livro que se passe num local onde já passaste férias (Uma Casa no Fim do Mundo de Michael Cunningham)
  14. Um livro recomendado por booktuber, blogger ou instagrammer (Enquanto Houver Estrelas no Céu de Kristin Harmel)
  15. Um dos últimos livros que te ofereceram (Um Fio de Sangue de Ann Yeti)
  16. Um dos últimos livros que compraste (Segredos Mortais de Robert Bryndza)

Creio que os 3 melhores livros que li para este desafio foram os das categorias 3, 9 e 14. Os piores foram os das categorias 4 e 5. Alguns foram em ebook, outros em papel (e um deles, o da categoria 12, um mix entre ebook e papel).

Este desafio foi também uma oportunidade para conhecer ainda mais leitores, para ver as opiniões sobre outros livros (e de desgraçar a lista da vergonha...).

Valeu a pena, e é provável que, no próximo ano, em havendo este desafio, que volte a participar.

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Crueldade a Nu

por Magda L Pais, em 21.08.19

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Crueldade a Nu de Colleen McCullough

Carmine Delmonico #3

ISBN: 9789722524360

Editado em 2012 pela Bertrand Editora

Sinopse

Carmine Delmonico regressa em mais um thriller de leitura compulsiva. Em 1968, a América é um país em convulsão e o subúrbio de Carew está a ser aterrorizado por uma série de violações sistemáticas. Quando uma vítima arranja finalmente a coragem para falar e se dirige à polícia, o violador passa a matar as vítimas seguintes. Para Carmine, parece ser um caso sem nenhumas pistas. Além de que o departamento de polícia de Holloman está com problemas. Enquanto o assassino traça os seus planos, Carmine e a sua equipa têm de usar todos os recursos ao seu dispor para conseguirem desvendar este caso.

A minha opinião

Décimo sexto livro a contar para o bookbingo 2019, correspondente a: 

8. Pede a uma pessoa que viva contigo para escolher um livro para leres 

Vamos hoje testar uma nova forma de dar a minha opinião sobre um livro (não que a vá seguir religiosamente mas parece-me que, neste caso, faz sentido).

Ora bem...

Pontos negativos: demasiado confuso, demasiadas histórias cruzadas (sem que, na realidade, se cruzassem assim tanto), muitas personagens em simultâneo, um caso principal que se desenrola ao longo das páginas para ser resolvido nas últimas páginas e um caso secundário que fica sem solução. Personagens com nomes semelhantes que acabam por tornar difícil perceber quem diz o quê. Um pouco previsível, pelo menos em relação ao caso principal.

Pontos positivos: a proximidade com a vida real (vá lá, ninguém acredita que uma esquadra de polícia tenha apenas um crime para investigar de cada vez, pois não?), a escrita que nos envolve, a exploração da importância das chefias perceberem o que se passa à sua volta e os dramas a que os próprios policias estão sujeitos. A última página, onde se percebe o titulo, com uma reviravolta extraordinária.

No geral, Crueldade a Nu não é um mau livro. Lê-se relativamente bem (algumas partes são mais aborrecidas mas não são a maioria) mas esperava mais e melhor, confesso.

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Uma Casa no Fim do Mundo

por Magda L Pais, em 20.08.19

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Uma Casa no Fim do Mundo de Michael Cunningham

ISBN: 9789726628170

Editado em 2001 pela Gradiva

Sinopse

O aclamado romance de Michael Cunningham, agora levado ao cinema, conta a história de dois amigos: Jonathan, solitário, inseguro e introspectivo; e Bobby, sombrio e silencioso. Depois de uma adolescência na modorra e desolação de uma cidade do interior, a relação encontra em Nova Iorque um novo espaço de crescimento com a cumplicidade de Clare, uma veterana das guerras eróticas da cidade. Jonathan, Bobby e Clare são os três vértices de um triângulo em desequilíbrio. Juntos procurarão construir um novo tipo de família, testando os limites da amizade e do amor, enfrentando os riscos da desilusão e do abandono.

Com a precisão e vivacidade que caracterizam a sua escrita, Michael Cunningham, autor de "As Horas" e "Sangue do Meu Sangue", descreve magistralmente a fragilidade e tensão das relações afectivas no mundo urbano do nosso tempo.

Com a precisão e vivacidade que caracterizam a sua escrita, Michael Cunningham descreve magistralmente a fragilidade e tensão das relações afectivas no mundo urbano do nosso tempo.

A minha opinião

Décimo quinto livro a contar para o bookbingo 2019, correspondente a: 

13. Um livro que se passe num local onde já passaste férias

Nova Iorque em 1998, últimas férias grandes passadas com os meus pais e as minhas irmãs. Uma semana e pouco onde fomos - os cinco - felizes, com histórias que ficam para uma vida, incluindo uma visita às Torres Gémeas que, uns anos depois, seriam alvo de um ataque terrorista sem precedentes.

Adiante...

Uma Casa no Fim do Mundo não é um livro que se leia com sofreguidão. É um livro para saborear calmamente, sem pressas, enquanto vamos conhecendo a vida de Jonathan, Bobby, Alice e Clare da sua infância, passando pela adolescência, até à idade adulta, pelos seus sonhos, conquistas, desilusões, dúvidas, perdas, amores, família e amizades.. tudo o que a vida tem de bom e mau, contado a quatro vozes, deixando-nos enredar, suavemente, nos seus pensamentos.

Uma Casa no Fim do Mundo é uma ode à família, aos amigos que importam. Ao amor e à amizade, em todas as suas facetas e intensidades, onde a única regra é ser feliz e sem que as convenções importem.

O fim... bem, o fim do livro pode ser discutível. Por um lado o livro parece inacabado, ficamos sem saber ao certo o que se irá passar depois, como termina a história. Mas, por outro, de uma forma brilhante (tenho de o reconhecer), Michael Cunningham deixa que sejamos nós a decidir o que acontece ás personagens por quem nos encantamos e que sentimos conhecer.

A ler e a meditar, sem dúvida.

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