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O Lago dos Sonhos

por Magda L Pais, em 24.06.16

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O Lago dos Sonhos de Juliet Marillier

Editado em  2015 pela Editorial Planeta
ISBN: 9789896576288
 

Sinopse

Um livro intenso que tem como pano de fundo a Irlanda medieval. Voltando ao registo dos seus primeiros livros, a autora constrói uma trama intricada, sempre acompanhada dos mistérios celtas, que não deixará os leitores indiferentes.

Em troca de ajuda para escapar a um longo e injusto encarceramento, a amarga curandeira mágica Blackthorn jurou pôr de lado o seu desejo de vingança contra o homem que destruiu tudo o que lhe era querido. Seguida por um companheiro de clausura, um homem grande e silencioso chamado Grim, ela viaja para o norte, rumo a Dalriada. Aqui, viverá na orla de uma misteriosa floresta e terá de cumprir, durante sete anos, a promessa que fez ao seu libertador: aceder a todos os pedidos de socorro que lhe forem dirigidos.

Oran, príncipe herdeiro do trono de Dalriada, esperou com ansiedade a chegada da sua noiva, Lady Flidais. Conhece-a apenas por via de um retrato e da poética correspondência que trocaram entre si e que um dia o convenceu de que Flidais era o seu verdadeiro amor. Oran descobre, porém, que as cartas também mentem, pois, embora igual em aparência à imagem no retrato, a sua noiva vem a revelar-se uma mulher muito diferente da criatura sensível e sonhadora que escreveu aquelas cartas.

Nas vésperas do seu casamento, o príncipe não vê saída para a o seu dilema. Mas corre o rumor de que Blackthorn possui um dom extraordinário para a resolução de problemas espinhosos, e ele pede a sua ajuda. Para salvar Oran das suas insidiosas núpcias, Blackthorn e Grim vão precisar de todos os seus recursos: coragem, engenho, astúcia e talvez até um pouco de magia.

 

A minha opinião

Livro lido em Julho de 2015 mas que publico hoje aqui a minha opinião uma vez que estou a ler o segundo volume desta trilogia.

Não é segredo para ninguém que eu gosto de literatura do fantástico e que Juliet Marillier é uma das minhas autoras favoritas. E, mais uma vez, não acabei o livro desiludida. 

Blackthorn, uma curandeira (ou mulher-sábia) foi presa por Mathuin por ter levantado a sua voz contra ele, mostrando, ao povo, que, tanto o líder do clã como o seu filho, violam impunemente as mulheres, engravidando algumas e desfazendo-se delas quando já não lhes servem. Durante um ano, a única coisa que fez com que Blackthorn aguentasse os calabouços onde nem a luz do sol consegue ver, bem como e a violência dos guardas, foi saber que, no solstício de verão seria ouvida no conselho. Mas na véspera desse esperado dia, o Carrasco avisa-a que irá morrer nessa noite para que não seja ouvida. Mas Conmael propõe-lhe um acordo para se escapar à morte e à prisão - mudar-se para Dalriada e, durante sete anos, aceder a todos os pedidos de socorro que lhe sejam dirigidos, seja por quem for, e não tentar vingar-se de Mathuin. A custo, Blackthorn, aceita o acordo.

Grim, companheiro de Blackthorn nos calabouços, acaba por se conseguir escapar das celas na mesma altura que Blackthorn, acompanhando-a na fuga e na viagem para Dalriada. Sem nunca revelar as razões pelas quais foi preso, e sem perguntar a Blackthorn porque razão odeia tanto Mathuin, acaba por se tornar no braço direito da mulher sábia, sem que ambos se apercebam o quanto se tornam inseparáveis.

Oran é um príncipe diferente. Respeita a população, preocupa-se verdadeiramente em ser justo e tenta conhecer todos os que o servem. Quando chega a altura de se casar, a sua primeira preocupação é conhecer a noiva, Flidais, nem que seja por carta. E acaba mesmo por se apaixonar por ela apesar de nunca a ter visto.

Quando Flidais chega a Dalriada, resolve, com Ciar, a sua criada, tomar um banho no Lago dos Sonhos. Ciar acaba por morrer afogada e Flidais, daí para a frente, não é a mesma. Oran estranha e acaba por pedir ajuda a Blackthorn e a Grim para descobrir o que se terá passado. Só que a resposta pode não ser a que ele espera.

Toda a história é contada a três vozes - Blackthorn, Grim e Oran - o que torna o livro ainda mais interessante. Principalmente porque a autora (com a qualidade que lhe reconheço) consegue que cada personagem "escreva" de forma diferente. Grim escreve em frases mais curtas, de quem não teve a educação esmerada de Oran e Blackthorn escreve duma forma mais sábia. Esse detalhe acrescenta bastante valor ao livro. Depois temos, pelo meio, várias histórias envoltas numa só. A história pessoal de cada um dos narradores, o casamento de Orin e Flidais, a história de Ness - uma das pessoas que Blackthorn ajuda. Entrelaçam-se as histórias, sem dificuldades e, no fim, ficamos com vontade de ir buscar o segundo volume para ler de seguida. 



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