Sinopse
Raymond Fawcett, juiz federal da Virgínia, e a sua secretária são encontrados mortos em casa. Não há sinal de luta, nem impressões digitais, nem testemunhas. Nada, excepto um cofre-forte vazio.
Depois de alguns meses, a investigação do FBI não avançou um milímetro. E é aí que entra em cena Malcolm Bannister, de 42 anos, negro, advogado de profissão, condenado a 10 anos de prisão por um crime que não cometeu e ainda com cinco anos de pena por cumprir, que afirma conhecer o assassino e os motivos que levaram ao crime. Em troca da informação, porém, ele exige ser solto e entrar para o programa de protecção à testemunha, além de um rosto cirurgicamente alterado e uma nova identidade. Primeiro lugar na lista dos mais vendidos do The New York Times e eleito o livro do mês pela Amazon, O manipulador é mais um thriller de alta voltagem de John Grisham. E, dessa vez, é o próprio sistema judiciário que vai para o banco dos réus, num livro surpreendente sobre vingança, limites morais e os meandros da lei.
A minha opinião
John Grisham é um dos meus autores favoritos e, até agora, não me desiludiu com livro algum. Este não é a excepção. Demorei mais tempo a lê-lo porque, apesar de estar em casa, uma broncopneumonia não é coisa que nos deixe com vontade de fazer coisa alguma que não seja dormir e vegetar no sofá ou na cama até ganhar raízes.
Malcolm foi preso injustamente. Advogado numa pequena firma duma pequena cidade, acabou envolvido num esquema de lavagem de dinheiro sem saber como e acabou condenado a 10 anos de prisão sem ter feito coisa alguma. Preso numa cadeia de mínima segurança, acaba por se tornar "advogado de cadeia", termo pelo qual são conhecidos os advogados que ajudam os outros presos a resolver os seus problemas.
Quanto os assassinatos de Fawcett e da sua amante são cometidos o FBI tem zero pistas - nada na casa foi mexido, não houve arrombamento nem roubo. Só há um cofre vazio e demasiadas perguntas sem respostas.
Ao fim de uns dias do assassinato, Malcolm contacta o FBI através do director da prisão, afirmando saber exactamente quem é que cometeu o crime bem como o motivo. Em troca, exige a sua libertação imediato, um novo rosto, o prémio monetário e a entrada no programa de protecção das testemunhas. Será que a informação de Malcolm justifica todas as suas exigências?
Só nas últimas páginas do livro é que acabamos por perceber o alcance das informações que Malcolm dá ao FBI e a verdadeira história por detrás do assassinato. Como sempre nem tudo é claro na história até ao desfecho final, o que, sinceramente, acaba por ser a grande mais valia deste autor. As reviravoltas são tantas que, em determinada altura e porque tinha estado um ou dois dias sem pegar no livro, tive de voltar atrás para perceber o que se estava a passar. Gosto quando isto acontece!