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O plano infinito de Isabel Allende
Sinopse
Explorando pela primeira vez uma realidade distante do mundo sul-americano que lhe é tão familiar, Isabel Allende conduz-nos até à Califórnia da segunda metade do século XX, seguindo os passos de duas famílias: a do pregador Reeves que percorre o Oeste num velho camião, anunciando um Plano Infinito que justifica a existência humana; e a dos Morales, imigrantes mexicanos que vivem num bairro hispânico marcado pela violência.
Gregory Reeves, a personagem central do livro, cresce à sombra da pobreza e da negligência. Quando decide que o futuro só pode estar longe do bairro hispânico onde vive, e onde não passa de um gringo, parte em busca de algo melhor. O plano de que o seu pai tanto falava parece ser mais real do que Gregory gostaria de acreditar, e tudo acontece como se o destino estivesse traçado, sem que ele consiga evitar a sucessão de más decisões que afetam a sua vida.
Depois de um casamento falhado, da guerra do Vietname, da dor de perder um amigo e ver morrer tanta gente, Gregory regressa ao seu passado, sem aprender nada com os erros cometidos. Só mais tarde, quando é obrigado a enfrentar a realidade, começa a perceber que o seu destino depende apenas de si mesmo, e que o Plano Infinito pode afinal ainda estar em aberto.
A minha opinião
Comprei este livro em 2009 (sei o ano porque comprei, na altura, a Biblioteca da Sábado onde este livro estava incluído) e nunca, mas nunca, olhei para ele mais do que o necessário para o arrumar, até ao dia em que me coube em sorte no Livro Secreto (curiosamente foi o último que me coube na primeira edição).
Tenho de fazer aqui um mea culpa. Não fosse a Língua Afiada e se calhar não o teria lido agora.
Este livro grita “Isabel Allende” em todas as páginas. Não é um livro de leitura fácil ou acessível, demoramos a entrar no ritmo e na história e que, nas primeiras páginas, não atrai por ai além. Vai, aos poucos, melhorando, acabando por se tornar num livro muito bom e que transmite várias lições.
Neste livro o narrador confunde-se, muitas vezes, com Gregory, a personagem principal. Umas vezes a história é contada na primeira pessoa e outras na terceira, sem que haja nada que anuncie a mudança. Creio que essa circunstância – que a mim me atraiu, pela diferença – a outros afaste por se tornar um pouco confuso.
Gregory mostra-nos, ao longo dos seus 40 anos de existência, como foi a sua procura do amor, da amizade, de si próprio, com erros e superações, um desafio constante para quem, como ele próprio, sofre de ataques de pânico e ansiedade (descritos de forma magistral e que – se mais razões não existissem – tornam o livro ainda melhor).
Se tiverem oportunidade, leiam. Vão hesitar ao início, vão sentir necessidade de o largar mas insistam. Vai valer a pena.
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