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A Brisa do Oriente

por Magda L Pais, em 27.06.16

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A Brisa do Oriente de Paloma Sánchez-Garnica

Volume 1 editado em 2012 pela Saída de Emergência

ISBN: 9789896374112
 

Sinopse

Um fresco soberbo da Europa medieval. Em 1204, acompanhando o seu abade, Umberto de Quéribus, um jovem monge de Cister, inicia uma viagem que o levará a Constantinopla. A partir desse momento, arrastado para perigos e situações extremas, em que perde a candura infantil, a sua vida muda completamente. Durante a viagem de regresso ao mosteiro, conhece a insensatez da guerra, a violência desmedida e a imoralidade da avareza. Toma igualmente consciência das verdadeiras consequências da obediência cega e da enorme incerteza na destrinça do que está bem e do que está mal, imerso numa luta constante entre o que lhe ensinaram e o que de facto sente. É atingido pela flecha do amor indomável e adolescente e descobre o desassossego provocado pelo sentimento de culpa, o ferrão do ressentimento e, sobretudo, o sentido mais profundo da amizade, encarnada no cavaleiro Esteban de Clary e no monge Roger, com quem aprenderá o significado da cultura, a importância do que se escreve e a influência e o poder do copista ao manejar, alterar ou mudar completamente o texto escrito. A sua aproximação inconsciente à heresia acaba por colocá-lo em perigo, ao ponto de se ver obrigado a abandonar o mosteiro depois de ver a catástrofe semeada à sua volta. 

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Volume 2 editado em 2012 pela Saída de Emergência

ISBN: 9789896374235
 
Sinopse
Alguns anos depois, Umberto de Quéribus reencontra o seu amigo, o cavaleiro Esteban de Clary, em Cinca. Na sua busca pelo conhecimento de outras doutrinas e pelas suas próprias origens, Umberto vai deparar-se com perigos constantes e situações arriscadas. Que segredo guardam os monges acerca da identidade da sua mãe? Que é feito de Constanza, o amor da sua vida, a mulher que o fez pôr em causa toda a sua crença eclesiástica?
Em 1204, acompanhando o seu abade, Umberto de Quéribus, um jovem monge de Cister, inicia uma viagem que o levará a Constantinopla. A partir desse momento, arrastado para perigos e situações extremas, em que perde a candura infantil, a sua vida muda completamente. Durante a viagem de regresso ao mosteiro, conhece a insensatez da guerra, a violência desmedida e a imoralidade da avareza. Questiona a obediência cega e luta constantemente com a dualidade do que lhe ensinaram e o que sente.
Aprende a amar e o sentido mais profundo da amizade. A sua aproximação inconsciente à heresia acaba por colocá-lo em perigo, ao ponto de se ver obrigado a abandonar o mosteiro depois de ver a catástrofe semeada à sua volta.
 
A minha opinião
Quando Umberto morre deixa, a um dos seus protegidos, uma sacola com diversos pergaminhos intitulados “Brisa do Oriente” e onde conta a sua vida desde que, acompanhado pelo Abade Martin viaja de Constantinopla até ao mosteiro onde foi criado. Nessa viagem começa a tomar conhecimento com a realidade da Igreja Católica e das atrocidades cometidas em seu nome na Europa Mediaval. Apercebe-se, no dia-a-dia, de que a amizade, às vezes, vem das pessoas mais inesperadas e que, outras vezes, a primeira impressão é a correcta. Esteban de Clary tem um papel preponderante na vida de Umberto, levando-o a questionar a sua fé (ou pelo menos algumas facetas dessa mesma fé). Com Roger e de volta ao mosteiro, descobre que a vida num mosteiro nem sempre é o que parece.
No segundo volume temos oportunidade de acompanhar a vida de Umberto até à data da sua morte e ficamos a conhecer o relacionamento dele com os outros personagens, principalmente com Umbertino, o frade a quem Umberto deixou o seu manuscrito. Mas mais que a vida de Umberto, ficamos a conhecer - para quem tinha dúvidas - uma Igreja Católica fundamentalista, com as suas perseguições indiscriminadas, mesmo no seio da sua própria comunidade. Descobrimos - ou redescobrimos - um clero rico, ganancioso e ostensivo que, ao contrário do que querem obrigar os outros, vivem a sua vida fora das regras impostas pela ordem religiosa, julgando, como hereges, aqueles que realmente vivem as suas vidas de acordo com os ensinamentos evangélicos caso não professem a mesma religião.
Ao longo de toda a sua vida, Umberto vai-se encontrar em situações extremas que lhe permitem analisar o sentido da sua vida e por em causa a manutenção da sua fé.
O nascimento da inquisição - mais um dos periodos negros da igreja católica - é descrito neste livro duma forma tão intensa que chegamos a acreditar que o estamos a vivenciar e desejamos, a todo o momento, que nunca tivesse acontecido na realidade.
A comparação com aquele outro grande romance, O Nome da Rosa (de Umberto Eco) é inevitável. E foi precisamente por isso que comprei estes dois livros, sem conhecer a autora e sem ter, dela, qualquer referência.
E fiz a compra a medo e sem saber se iria gostar, uma vez que dificilmente, achava eu, um livro se poderia comparar a O Nome da Rosa, de quem sou grande fã. Afinal enganei-me. Estes livros tiraram-me esses medos e deixaram-me com vontade de ler mais livros desta autora.
A Brisa Medieval é uma caracterização tão fiel da época medieval, dos seus usos e costumes e da violência cometida em nome de uma religião que se fazia passar por benemérita e pacifica que tive de parar a leitura em algumas partes do livro para me assegurar que estava sentada no meu sofá.
E, numa altura em que os ânimos estão exaltados contra o Islão, achei uma boa oportunidade para vos mostrar que, afinal, a religião cristã também teve membros que, em nome duma fé que não o defende, cometeram atrocidades contra outros seres humanos. É que, infelizmente, a inquisição não é fruto da imaginação dos autores que escrevem (e no caso de Paloma, muito bem) sobre a Idade Média.

Uma paixão chamada livros 25/40

por Magda L Pais, em 04.03.16

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Top 5 das escritoras favoritas

Marion Zimmer Bradley

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Polémicas à parte, é uma das minhas autoras favoritas pelas Brumas de Avalon mas também por todos os outros livros que tive oportunidade de ler desta escritora. Esquecemos-nos que estamos a ler ficção e entramos de alma e coração na ficção que ela cria magistralmente.

Anne Bishop

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Gostar de fantasia e não conhecer Anne Bishop é um crime quase com direito a prisão perpétua. Algumas das suas personagens são tão reais que quase que esperamos encontrá-las aqui ou ali. E sim, as suas obras são sempre acompanhadas do mapa do mundo que nasce na sua imaginação para nosso gáudio. Excepto numa trilogia em que o mundo mudava de sítio consoante a pessoa queria. Fantástico!

Juliet Marillier

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Mais uma descoberta por acidente. Há uns anos atrás comprei um livro desta autora (não me recordo o nome) e, dai para a frente, leio tudo o que publica. Os seus romances do fantástico tem, na maior parte dos casos, personagens reais, sendo conjugada a realidade e a ficção de uma forma de tal modo excepcional que ficamos na dúvida se foi mesmo assim que se passou. Sevenwaters é, talvez, a melhor série mas não a única que vale a pena ler.

Robin Hobb

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Mais uma autora do fantástico (nota-se muito que sou fã deste género literário?). A Saga do Assassino e o Regresso do Assassino, 11 livros extraordinários que li de seguida. Mais uma autora que devia ter mais livros editados em Portugal.

J. K. Rowling/Robert Galbraith

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Dispensa apresentações. Harry Potter e o seu mundo extraordinário, Morte Súbita e detective Cormoran Strike são razões mais que suficientes para esta autora ter o seu lugar de destaque.

E sim, sim, vou acrescentar um sexto nome:

Paloma Sánchez-Garnica

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A Alma das Pedras e A Brisa do Oriente. Dois livros extraordinários, ambos são autênticos manuais de história e que nos levam a passear pelo passado, como se lá estivéssemos.

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Por quarenta dias, eu, M*The Daily MiacisMulaMiss FMarcianoAlexandraJPDrama QueenFatia MorCMNathyMJJustAna Rita Garcia M.TeaCarla B.Neurótika WebbNoqeCaracolMorena,asminhasquixotadasKikas partilhamos a nossa paixão pela leitura e pelos livros. 

Uma paixão chamada livros 23/40

por Magda L Pais, em 02.03.16

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Considerando que o primeiro livro da tua estante é a letra A, o segundo a letra B e por ai adiante, tira o livro correspondente à primeira letra do teu nome. Depois abre na página correspondente à soma do mês e dia em que nasceste. Qual é o quarto parágrafo?

Letra M. O livro correspondente a esta letra é A Alma das Pedras de Paloma Sánchez-Garnica.

Dia 26 do mês 11, logo será a página 37

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- há que procurar, Mabilia. É preciso olhar, observar... O meu pai, por exemplo, deixa nas pedras marcas com que pretende perpetuar as suas próprias mensagens. É uma forma de escrever...

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A Alma das Pedras

por Magda L Pais, em 04.01.16

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A Alma das Pedras de Paloma Sánchez-Garnica

ISBN: 9789896372880

Editado pela Saída de Emergência

Lido em 2016

Sinopse

No ano de 824, três peculiares personagens: um eremita, um Bispo e o seu ajudante, descobrem uma tumba cujos restos mortais asseguram ser do apóstolo Santiago. Nasce assim, perto de Finis Terrae (lugar conhecido como o Fim do Mundo) o santuário de Santiago de Compostela. Para maior glória de Deus. Dois séculos mais tarde, uma jovem nobre, Mabilia, descobre uma marca criada pela mão de um pedreiro, que a conduz a um pergaminho no qual é relatado o milagroso achado dos restos mortais de Santiago. Mabilia decide empreender numa busca pela verdade. Na sua peregrinação conhecerá a bondade que inspira esta viagem, a construção de cidades, edificação de mosteiros, caminhos e pontes, bem como o lado mais obscuro dos pedreiros e do seu dom de "arrancar a alma às pedras" para evitar o esquecimento. A alma das pedras é uma intensa aventura com muita acção num mundo medieval repleto de mistérios e perigos, que cativará os leitores mais curiosos e inquietos.

A minha opinião

Rendi-me a esta autora quando li A Brisa do Oriente e esta Alma das Pedras veio confirmar que é uma autora a seguir (se bem que só estão editados em Portugal estes três livros, com muita pena minha).

Em Setembro de 824, Paio consegue, a custo, convencer o Bispo Teodomiro e o seu escrivão Martín que o túmulo encontrado em Solovio é o do Santo Tiago, não obstante haver pouquíssimas hipóteses de o ser. Numa altura em que muitos cristãos se começam a afastar da sua fé, este túmulo pode ser a salvação para uma igreja que perde, diariamente, muitos dos seus crentes. Mas Teodomiro não se sente confortável com este embuste.
Dois séculos mais tarde, Mabilia e o seu amigo Ernaud encontram um túmulo com uma inscrição estranha que os deixa intrigados. Mabilia é filha do primeiro casamento do Conde de Montmerle que acaba por morrer nas cruzadas deixando um testamento que o irmão se recusa a respeitar, obrigando-a a fugir com o seu irmão mais novo.
Contado a dois tempos, a estrutura do livro torna-o ainda mais atraente, dado que nos permite ir acompanhado, capítulo a capítulo e em simultâneo, as duas histórias que tem dois séculos a separa-las mas que começam e acabam no mesmo sítio, no túmulo de Santiago, levando-nos a percorrer o caminho de Santiago com os primeiros peregrinos que o fizeram.
Mais uma vez a prova de que há autores que entendem a Idade Média e que nos levam a reflectir sobre muitos dos mitos associados à religião. Paloma Sánchez-Garnica é, sem dúvida uma dessas autoras.
Para quem leu e gostou do Nome da Rosa (de Umberto Eco), este romance é de leitura obrigatória. Mas mesmo para quem não leu esse livro, nada como começar com este que é, para mim, um dos melhores livros que li nos últimos tempos.
Um pedido final às editoras... Paloma Sánchez-Garnica tem vários romances escritos, mas só três foram traduzidos para português. Tragam-nos mais livros dela. Por favor...

 



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