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Últimas leituras

por Magda L Pais, em 24.02.21

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Isto de estar em casa a trabalhar faz com que tenha menos tempo para o blog. Vá lá que decidi a impor um horário de leitura que já estava a sentir falta dos meus livros. Dito isto, vamos lá à opinião sobre estes quatro livros.

O Homem em Busca de um Sentido de Viktor E. Frankl - primeiro livro recebido da quarta volta do livro secreto. As viagens pelos livros recomendados por outros tem sido fantástica. Em relação a este livro especifico, terei de dividir em duas partes: a primeira, em que o autor nos conta a sua história de vida (entre o antes e o depois do campo de concentração) e a segunda, em que o livro se transforma em auto ajuda. Gostei imenso da primeira parte e as estrelas que lhe vou atribuir são apenas e só por isso. Livros e frases de auto ajuda dão-me urticária... respeito quem goste (até porque não podemos gostar todos do roxo, não é) mas eu não consigo ler.

Classificação:

Frágil de Jodi Picoult - Confesso que, se a história de Willow (que nasceu com osteogénese imperfeita) me marcou - pela história em si mas também pela mãe - foi a história de Amélia, a irmã mais velha, que se sente invisível e abandonada pelos pais uma vez que estes aparentam apenas se preocuparem com Willow. Amélia sofre de bulimia e começa a auto mutilar-se sem que os pais se apercebam. Frágil foi lido quase de uma vez mas com alguns momentos em que tive de me forçar a fazer um intervalo por me estar a deixar com um nó no estômago, sentindo-me impotente perante o sofrimento de Amélia. É engraçado quando uma personagem, aparentemente secundária, se torna, aos nossos olhos, na principal.

Classificação:

A Escriba de António Garrido - Gosto de romances históricos que nos ensinam enquanto nos divertimos, que nos mostram como era a vida antes de todas as facilidades que temos hoje. Neste caso temos um livro que podia ser bastante interessante - até por contar a história duma mulher que quebrou algumas regras por saber ler e escrever numa altura em que a leitura e a escrita estavam reservadas a poucos homens - mas a verdade é que acabou por se tornar aborrecido e de leitura difícil.

Classificação:

Margarida Espantada de Rodrigo Guedes de Carvalho - Este é, sem dúvida O livro deste conjunto de leituras. Ou mesmo O livro dos últimos meses. Seria o segundo a receber pela ronda do livro secreto mas sucede que o recebi de prenda de Natal e aproveitei para o começar a ler antes de o receber. O problema foi ter decidido começar a ler quando fui para a cama. E, de repente, sem dar por isso... eram 2h30 da manhã e eu não tinha pousado o livro ainda. E só não o acabei nessa noite porque o dia a seguir era de trabalho e teria de me levantar cedinho. A escrita encanta, a história prende, as personagens são profundas e bem construidas. Começa de forma pesada e de forma pesada termina passando por momentos menos pesados mas igualmente fortes. As surpresas surgem a cada virar de página, deixando-nos com vontade de saber mais, de ler só mais uma página. Este é, sem dúvida, um livro cuja leitura recomendo vivamente.

Classificação:

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Jogos de Raiva

por Magda L Pais, em 04.10.18

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Jogos de Raiva de Rodrigo Guedes de Carvalho

ISBN: 9789722065047

Editado em 2018 pela Dom Quixote

Sinopse

Um homem levanta a voz acima da algazarra de conversas. E pede que ponham mais alto o som do televisor do restaurante. É então que todos reparam no que ele vê. Não percebem ou não acreditam. E na rua, no bairro, na cidade, no país, homens, mulheres e crianças vão-se calando. Está por todo o lado, a imagem horrível e hipnotizante. O homem que pediu silêncio leva as mãos à cara e pensa: como chegámos aqui?

A era da comunicação global trouxe inimagináveis maravilhas. Partilhas imediatas de ensinamentos, denúncias e solidariedades. Mas permitiu também que saísse das cavernas uma realidade abjecta. Insultos, ameaças, ironias maldosas. Nunca, como hoje, a semente do ódio foi tão espalhada.

É sobre este pano de fundo que se conta a história de uma família. Três gerações a olhar para um futuro embriagado num estado de guerra. Uma família que esconde, enquanto puder, um segredo.

Jogos de Raiva traça duros retratos sem filtro sobre medos e remorsos, sobre o racismo, a depressão, a sexualidade, o jornalismo, a adopção, a arte e a amizade. E o poder das histórias.

É sobre a urgência da confiança, da identidade e do amor.

É um livro sobre todos nós, à deriva num novo mundo.

A minha opinião

Tenho de confessar que nunca pensei ler este livro. Começam a ser demasiados jornalistas a dar uma perninha na escrita, vá-se lá saber porquê, fica-me sempre a sensação que se estão a aproveitar da fama para outros voos, sabe-se lá com que qualidade. Ou sabe-se lá quem é que realmente escreve os livros.

Mas depois a Márcia - pessoa que admiro imenso e que é muito exigente na leitura - leu estes Jogos de Raiva e descreveu-o com uma simples palavra: fenomenal. Fiquei curiosa, é verdade, mas ainda com algumas dúvidas. 

Depois veio a Pequeno Caso Sério com a sua critica fantástica e eu achei que, bem, se calhar o melhor é ler mesmo. Aproveitei um bom vale que tinha na Bertrand e pronto. O livro veio cá para casa e foi lido (ou melhor, devorado) em menos de nada.

Jogos de Raiva é, muito provavelmente, um dos melhores livros que li este ano. É, muito provavelmente, um dos melhores livros de um autor português que alguma vez li, ali, taco a taco com Para Onde Vão Os Guarda-Chuvas. É um livro poderoso, um portento. Mas também um murro no estômago, angustiante e intenso.

Viajamos, ao sabor dos acontecimentos e das recordações, entre o passado e o presente de três gerações duma família, com segredos, desavenças, amores e desamores. Aborda temas tão dispares como a violência, bullying, adopção, redes sociais, amor, amizade, família, homossexualidade, sexualidade, remorsos, depressão e sofrimento. Critica, de forma dura, o jornalismo - aquele de que o próprio autor faz parte - que vive do sangue, da desgraça alheia e que não respeita nada nem ninguém.

Mas não só.

Jogos de Raiva desmonta, de forma fenomenal, a sociedade actual que vive através das redes sociais, cuja preocupação maior é perceber quantos likes as publicações tiveram, ou os comentadores profissionais que vivem nas caixas de comentários, sempre prontos a ofender e a criticar.

Jogos de Raiva obriga-nos a pensar. A repensar. Na nossa vida, na vida dos outros, na nossa família e na família dos outros. Revolta-nos, encanta-nos e deixa-nos, quando terminamos, com um vazio num estômago, com a nítida sensação que nada será como antes e sem sabermos, ao certo, como poderemos pegar noutro livro, tendo a certeza absoluta que nenhum outro será tão bom como este.

devia haver leitores profissionais, tão exigentes quanto atentos e sensíveis e inteligentes, e talvez, quem sabe, talvez assim aparecessem melhores escritores.

 

Classificação 

leia aqui as primeiras páginas

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Leitura Alheia: Jogos de Raiva

por Magda L Pais, em 17.09.18

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Jogos de Raiva de Rodrigo Guedes de Carvalho

ISBN: 9789722065047

Editado em 2018 pela Dom Quixote

Sinopse

Um homem levanta a voz acima da algazarra de conversas. E pede que ponham mais alto o som do televisor do restaurante. É então que todos reparam no que ele vê. Não percebem ou não acreditam. E na rua, no bairro, na cidade, no país, homens, mulheres e crianças vão-se calando. Está por todo o lado, a imagem horrível e hipnotizante. O homem que pediu silêncio leva as mãos à cara e pensa: como chegámos aqui?

A era da comunicação global trouxe inimagináveis maravilhas. Partilhas imediatas de ensinamentos, denúncias e solidariedades. Mas permitiu também que saísse das cavernas uma realidade abjecta. Insultos, ameaças, ironias maldosas. Nunca, como hoje, a semente do ódio foi tão espalhada.

É sobre este pano de fundo que se conta a história de uma família. Três gerações a olhar para um futuro embriagado num estado de guerra. Uma família que esconde, enquanto puder, um segredo.

Jogos de Raiva traça duros retratos sem filtro sobre medos e remorsos, sobre o racismo, a depressão, a sexualidade, o jornalismo, a adopção, a arte e a amizade. E o poder das histórias.

É sobre a urgência da confiança, da identidade e do amor.

É um livro sobre todos nós, à deriva num novo mundo.

A opinião da Pequeno Caso Sério

A (minha) Sinopse: 

Uma família que podia ser a minha. Ou a tua.

Segredos que a vida se encarrega de revelar...mesmo quando pensamos que jamais serão descobertos.

Remorsos. Esses sacanas que nos corroem .

Conflito de gerações.

Homossexualidade.

Deficiência. Ou diferença. Ou será lucidez? 

Racismo.

O "Eu" que mostro ao mundo e o "Eu" que realmente sou.

Amizade enquanto forma mais pura de amor.

Um livro sobre gente que procura (desesperadamente) saber quem é.

A minha opinião

Rodrigo Guedes de Carvalho, jornalista,  entra-nos casa adentro sem pedir licença. E não precisa. É da casa e os da casa não precisam de convite.

Rodrigo Guedes de Carvalho, romancista, entra-nos coração (e cabeça) adentro sem pedir licença. Chega. Instala-se. Fica. Por muito tempo. Mesmo quando o livro já acabou.

Faz-nos pensar. Refletir. Admitir que o que se passa nesta história nós também já fizemos/ dissemos. E por isso esta história se torna tão nossa.

Numa linguagem muito acessível, mas em que a escolha das palavras é feita com uma mestria irrepreensível, Rodrigo Guedes de Carvalho tece uma viciante história em que só lamentamos uma coisa: ter chegado ao fim. 

E depois há a história dentro da história. Um “fantoche" absolutamente delicioso que me fez dar gargalhadas num hospital muitos decibéis acima do recomendável.

Tenho dois hábitos meio parvos em relação aos livros:

1- assino sempre a página com um determinado número.

2- uso um marcador fluorescente para sublinhar as passagens que mais me...tocam.

Digamos que este livro tem uma quantidade significativa de sublinhados. Deixo aqui alguns para abrir o apetite:

 

(...) Não há tabelas para as emoções. Há palavras, talvez, uns quantos adjetivos, mas falta a dimensão exata. Sim, tudo se pode medir, mas não a violência crua de uma discussão entre pessoas que se amam(...) é um mistério a violência de que são capazes as pessoas que se amam (...)

 

(...) as pessoas inteligentes e com sentido de humor caírem tantas vezes em buracos depressivos, onde são mordidos por fúrias e maldades e dúvidas paralisantes, talvez por pensarem muito sobre tudo (...)

 

(...) Não se pode encontrar a paz a evitar a vida (...) e os segredos têm sempre um problema: pesam muito.

 

(...) são ligações difíceis de explicar com exatidão, algumas pessoas são atraídas por outras, dão-se as mãos de olhos fechados mesmo longe uma da outra, gostam-se porque sim, entendem-se sem se escutar uma palavra (...)

 

(...) envolveram-se, julgaram amar-se, depois ficaram amigos muito fortes, que é também uma espécie de amor, pouca gente sabe ou admite isso.(...)

E por aí adiante que 'tarda nada estou a transcrever o livro todo e este livro merece ser lido na íntegra. Curiosos? Ainda bem. Era mesmo essa a intenção.

Classificaçãode zero a cinco ?  seis!  

 

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