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Lou Clark sabe muitas coisas. Sabe quantos passos deve dar entre a paragem do autocarro e a sua casa. Sabe que trabalha na casa de chá The Buttered Bun e sabe que não está apaixonada pelo namorado, Patrick. O que ela não sabe é que vai perder o emprego e que todas as suas certezas vão ser postas em causa.
Will Traynor sabe que o acidente de motociclo lhe tirou o desejo de viver. Sabe que agora tudo lhe parece triste e inútil e sabe como pôr fim a este sofrimento. O que não sabe é que Lou vai irromper na sua vida com toda a energia e vontade de viver. E nenhum deles sabe que as suas vidas vão mudar para sempre.
Em Viver depois de ti, Jojo Moyes aborda um tema difícil e controverso com sensibilidade e realismo, obrigando-nos a reflectir sobre o direito à liberdade de escolha e as suas consequências.
A minha opinião
Depois da Maria ter falado neste livro, sabia que um dia teria de o ler. Acabou por não ser um dia mas em três dias e foi nesta última semana. Confesso que o comecei a medo, normalmente após um excelente livro como foi A Menina dos Meus Olhos, é difícil que um livro me agrade. Esta foi a excepção que confirmou essa regra.
Um dia Will sai de casa e é atropelado, o que o deixa tetraplégico. Após uma vida activa, desportista de alma e coração, ver-se confinado a uma cadeira de rodas e dependente para tudo, Will perde a vontade de viver e decide por fim ao seu sofrimento tendo o acordo - aparente - dos pais.
Lou vê a sua vida andar para trás no dia em que o café onde trabalha fecha. Sem habilitações, vê-se obrigada a aceitar qualquer coisa para ajudar a família. Um dos empregos que lhe surge é precisamente tratar de Will. A convivência entre os dois não é, de todo, pacifica mas acabam por se aceitar mutuamente e Lou até começa a questionar a sua própria vida. Porque, afinal:
Tu só tens uma vida. É o teu dever vivê-la o máximo possível.
Lou tenta, ao máximo, que Will volte a ter vontade de viver e que não ceda à tentação de acabar com o seu sofrimento.
Suicídio assistido. Em suma é disto que o livro trata. Do direito aos doentes - cujas hipóteses de recuperação são nulas - de escolher se querem, ou não, viver e em que condições o podem fazer. A liberdade de escolha - entre a vida e a morte - e a aceitação da família e amigos. Do egoísmo que é queremos que um doente terminal viva mais um dia só porque o amamos. E do quanto é necessário amar alguém para lhe permitir morrer em paz.
Gosto de livros assim, que nos fazem reflectir sobre temas polémicos, que nos abrem horizontes, que levamos connosco para a cama enquanto pensamos o que faríamos nas mesmas circunstâncias. Gosto de livros em que nos apetece entrar na história para ajudar as personagens a enfrentar melhor o seu destino. E este livro tem isso tudo e muito mais.
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